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Informe Epidemiológico do Sus
Print version ISSN 0104-1673
Inf. Epidemiol. Sus vol.10 suppl.1 Brasília 2001
http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500009
Concepções dos atores sociais envolvidos nas ações do Plano de Erradicação do Aedes
Maria Rita Camargo DonalisioI; Maria José Chinelatto Pinheiro AlvesII; Renata Caporale MayoII; Maria Cecília MasselliI; Vera Lúcia M. MatiasII; Amauri de SouzaIII; Carla Maria VieiraI; Odair Ferreira LeiteII; Osias RangelII; Susely Salviano de OliveiraII; Valmir Roberto AndradeII
IDepartamento de Medicina Preventiva e Social - Epidemiologia e Laboratório, Comunicação e Educação em Saúde / UNICAMP
IISuperintendência de Controle de Endemias / SUCEN - Regional de Campinas-SP
IIISecretaria Municipal de Saúde de Americana-SP
Delineamento do Problema
Diante das dificuldades de se lograr o envolvimento da comunidade na eliminação de criadouros do Aedes aegypti e do desafio da mudança de comportamentos, este trabalho procurou analisar as concepções da equipe de profissionais de saúde do Plano de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa) sobre o seu papel de educadores nas atividades da rotina. Procurou-se também identificar a percepção da população alvo das ações do PEAa, sobre o trabalho educativo no município de Americana, São Paulo.
Metodologia
Estudo qualitativo sobre as concepções que atores sociais envolvidos nas ações do PEAa-Americana elaboram a respeito do trabalho de rotina, do processo educativo e do uso do larvicida (temephos). Foram formados três grupos focais (agentes de saúde, supervisores e população), conduzidos por meio de: aquecimento, tematização vivencial dos conteúdos, compartilhamento de emoções e idéias suscitadas pelas vivências e sistematização destes conteúdos. Foram definidas três linhas temáticas para leitura e análise do material e um enfoque particular ao uso do larvicida: 1) o modelo educativo e o papel de educador; 2) o conflito na relação: profissional de saúde e o morador; e 3) co-responsabilização e exercício da cidadania. Enfoque: o larvicida.
Resultados
O modelo educativo vivenciado nas rotinas do PEAa é marcado pelo padrão médico-epidemiológico, onde há privilégio da responsabilização individual do problema do dengue. O profissional de saúde legitima sua autoridade por meio da mensagem científica e do poder conferido pela instituição. No papel de educadores, são repassadores de informação e detentores do conhecimento. Há despreparo dos profissionais de saúde para enfrentar situações adversas, tornando o trabalho desgastante e pouco efetivo. A convivência com tantos outros problemas sociais no cotidiano da população faz emergir resistência e contrariedade, no contato agente-morador. A população não valoriza sua condição de “sujeito” para favorecer a consciência de sua responsabilidade diante de um problema de saúde. A complexidade que envolve as ações de controle do vetor e a prevenção da doença exige uma abordagem ampliada e multidisciplinar, tanto na organização da logística das ações de campo, como nas atividades de educação em saúde.
Conclusões
Este momento se presta para refletir sobre questões metodológicas do processo educativo nas atividades de rotina do controle do Aedes aegypti e de sua "sustentabilidade", revendo o treinamento das equipes de saúde, bem como valorizando a participação comunitária, entendida como um processo contínuo e permanente, necessário para o desenvolvimento e sucesso de um programa de saúde pública.
Correspondência para:
Maria Rita Camargo Donalisio
Departamento de Medicina Preventiva e Social. Universidade de Campinas-UNICAMP
Caixa Postal, 6111.
Campinas - SP
CEP: 13.083-970
Tel.: (19) 3788-8036
E-mail: donalisio@laser.com.br