Ao longo de 43 anos de existência do Centro Nacional de Primatas - CENP, uma das principais preocupações de seus pesquisadores e técnicos tem sido cumprir a missão institucional que está voltada à reprodução, criação, utilização, conservação e preservação de primatas não humanos em confinamento, sem deixar de lado a responsabilidade de levar ao conhecimento da sociedade o que faz, ressaltando suas pesquisas. Dentre as inúmeras pesquisas nacionais e internacionais realizadas na Instituição, destacam-se aquelas envolvendo doenças infecciosas (como zika, dengue, febre amarela, leishmaniose e malária), células troncos, mal de Parkinson, além de estudos relacionados ao comportamento, ecologia, conservação e reprodução animal; tarefas essas que, muitas vezes, são dificultadas por problemas administrativos, falta de recursos e de mão de obra qualificada.
O trabalho apresentado à comunidade científica e acadêmica demonstra claramente a relevância do CENP no cenário mundial, diferenciando-o de um simples biotério de criação de primatas. Ademais, os 630 espécimes, representando 26 espécies, confinados no CENP, certamente o credenciam como o centro científico mais importante da América Latina em primatologia.
A coletânea de trabalhos científicos publicada nesta edição especial da Revista Pan-Amazônica de Saúde, alusiva aos 40 anos do CENP, apresenta estudos relevantes desenvolvidos e em desenvolvimento no CENP. Dos seis trabalhos selecionados, quatro estão voltados ao mal de Parkinson, que é a segunda desordem neurodegenerativa mais comum no mundo. Espera-se que tais pesquisas contribuam significativamente para o aumento do conhecimento científico e a ampliação da relevância estratégica deste órgão federal.