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Boletim de Pneumologia Sanitária

Print version ISSN 0103-460X

Abstract

BRANDAO JUNIOR, Paulo Starling. Dimensões subjetivas da biossegurança nas unidades de saúde. Bol. Pneumol. Sanit. [online]. 2001, vol.9, n.2, pp.57-64. ISSN 0103-460X.

O variado elenco de vulnerabilidades biológicas, químicas, físicas, ergonômicas, psicossociais e de acidentes nos mostra que o exercício da segurança no manejo de produtos e técnicas de Biossegurança nas Unidades de Saúde é de capital importância. Somado a este fato, o conhecimento das dimensões subjetivas envolvidas nos acidentes, doenças ocupacionais, licenças e outras questões associadas ao processo, organização e condições do trabalho demandam uma abordagem interdisciplinar e a participação de uma equipe multidisciplinar no manejo destes problemas. As Instituições de Saúde prestam serviços específicos à população em geral e apresentam uma variedade de ações de saúde que expõe seus trabalhadores a uma ou mais cargas, dentre as quais destaca-se a exposição a doenças infecto-contagiosas. Este contexto impõe uma antecipada tomada de posição em face da possibilidade de ocorrência de acidentes e doenças (Starling, 2000). Em pesquisa realizada no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro analisamos as dimensões subjetivas do acidente com material biológico entre os profissionais de saúde em seu ambiente de trabalho. Os fatores de vulnerabilidade ao HIV, as condições, a organização e o processo de trabalho hospitalar, a relação dos efeitos colaterais com os fenômenos psicossomáticos, as discrepâncias entre o trabalho prescrito e real além de algumas questões de gênero foram temas que discutimos no desenvolvimento desta pesquisa. As dimensões subjetivas do acidente se mostraram na pesquisa através de um processo dinâmico e complexo que envolveu a cultura, o processo, a organização e a precarização do trabalho hospitalar, as repercussões psicossociais pós-acidente no trabalho e na família e sua associação com o HIV/Aids e as reações psicossomática pós-profilaxia. Entendemos que se os riscos são assumidos como peculiaridades “naturalizadas” de objetos e meios de trabalho, descontextualizados do processo e organização do trabalho, as medidas de prevenção acabam por restringir-se a intervenções pontuais sobre os riscos mais evidentes. Enfatizam a utilização de equipamentos individuais, normatizam-se formas de trabalhar consideradas seguras, o que, em determinadas circunstâncias, conforma apenas um quadro de prevenção simbólica. A visão da Medicina do trabalho ainda é predominante nas análises de Biossegurança em Unidades de Saúde prevalecendo à concepção de “ato inseguro”. Um dos grandes problemas é que as dimensões subjetivas não são incorporadas na compreensão dos agravos a saúde no ambiente de trabalho. Isso justifica a necessidade de maior difusão de conhecimento e formação de trabalhadores na área de Biossegurança em que a dimensão subjetiva seja um aspecto operante neste campo

Keywords : Biossegurança; Unidades de Saúde; Dimensões Subjetivas e acidente com material biológico.

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