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Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Naturais
Print version ISSN 1981-8114
Abstract
FARIAS, Andrea do Socorro Costa; FERNANDES, Marcus Emanuel Barroncas and REISE, Anneken. Comparação da produção de serapilheira de dois bosques de mangue com diferentes padrões estruturais na península Bragantina, Bragança, Pará. Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi Cienc. Nat. [online]. 2006, vol.1, n.3, pp.53-60. ISSN 1981-8114.
A estimativa da queda de serapilheira no manguezal é um dos aspectos que devem ser considerados para acessar a produtividade deste ecossistema. Assim, o presente trabalho teve como objetivo estimar as taxas de produção total e dos componentes da serapilheira. O trabalho de campo foi desenvolvido ao longo de um ciclo anual, de agosto de 2000 a julho de 2001, em duas áreas de manguezal: um bosque misto (Avicennia germinans, Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa) e um bosque anão (A. germinans). Doze cestas coletoras foram aleatoriamente instaladas no bosque misto e seis no bosque anão. O material acumulado nas cestas foi seco em estufa a 70oC e pesado nos diferentes componentes e por espécie. Os resultados mostraram que a produção anual de serapilheira dos bosques misto e anão foi de 4,93 e 1,89 t.ha-1.ano-1, respectivamente, representando uma diferença significativa (ANOVA, F=24,87; gl=23; p<0,01). Considerando a produção total, folha representou 70,57% para o bosque misto e 87,58% para o bosque anão. A análise de regressão linear entre a precipitação e a produção de serapilheira dos dois bosques, ao longo de um ciclo anual, demonstrou que a produção de serapilheira desses bosques é inversamente proporcional aos índices de precipitação local, corroborando outros trabalhos amazônicos. A grande diferença nas taxas de produção de serapilheira deve-se, certamente, ao padrão estrutural dos bosques de mangue. O desenvolvimento estrutural desses bosques é, por outro lado, um resultado das condições ambientais locais. Por fim, o período de produção do componente folha da serapilheira coincidiu com o período de produção do componente flor, sugerindo uma estratégia na qual as plantas de mangue, na mudança do período seco para o chuvoso, perdem as folhas para investir mais energia na produção de partes reprodutivas e, assim, tentarem garantir a dispersão e o estabelecimento de novos indivíduos.
Keywords : Produção de serapilheira; Manguezal; Padrão estrutural; Bragança; Pará.