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Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas

versión impresa ISSN 1981-8122

Resumen

FRASER, James A.  y  CLEMENT, Charles Roland. Terras Pretas e o cultivo de mandioca na Amazônia Central: uma janela para os sistemas agrícolas pré-colombianos?. Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi Cienc. Hum. [online]. 2008, vol.3, n.2, pp.175-194. ISSN 1981-8122.

Muitos comentaristas realçam a fertilidade da Terra Preta de Índio (TPI), enfatizando seu potencial para uma agricultura sustentável. Alguns estudiosos acreditam que Terra Mulata (uma forma menos fértil, porém mais comum de TPI) foi criada por meio de práticas agrícolas usadas por grandes populações sedentárias na época pré-colombiana. Mas o que estes agricultores ameríndios cultivavam? Até recentemente, o consenso acadêmico era de que mandioca não se adaptava bem em TPI. Novas pesquisas no Médio Rio Madeira estão demostrando, porém, que este consenso era prematuro. Nesta região, a colheita mais comum em roças de TPI é mandioca amarga. Os agricultores têm diversas variedades crioulas (raças primitivas) de mandioca, que eles acreditam render especialmente bem em TPI e, logicamente, plantam mais destas variedades em TPI. Aspectos do comportamento e da percepção do cultivo de mandioca entre 52 agricultores da comunidade de Barro Alto foram observados quantitativamente em quatro tipos de solo da terra firme (Terra Preta, Terra Mulata, Latossolos e Argissolos). Esses agricultores plantam diferentes configurações de raças primitivas em diferentes ecótonos, de acordo com a percepção deles sobre o comportamento de cada raça primitiva e suas características em cada tipo de solo e situação da sucessão ecológica. Estas práticas, por sua vez, influenciam as pressões seletivas nessas raças, pois é mais provável que o material genético novo incorporado de mudas espontâneas contenha características presentes nas raças prevalentes em cada tipo de solo. Devido à pressão da população em Barro Alto, a mandioca é cultivada em sistemas mais intensivos, com períodos mais curtos entre plantio e colheita (5-10 meses) e períodos menores de pousio (1-2 anos). A conseqüência desses processos é uma dinâmica co-evolutiva em TPI, diferentemente de solos não-antrópicos. Mais estudos antropológicos do cultivo de mandioca em um dos ambientes agrícolas mais ricos da Amazônia podem encher essa lacuna na literatura, abrindo uma janela adicional sobre o período pré-colombiano.

Palabras clave : Solos antropogênicos; Terra Preta; Intensificação Agrícola; Mandioca; Amazônia Central; Rio Madeira.

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