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Revista Paraense de Medicina

versão impressa ISSN 0101-5907

Rev. Para. Med. v.20 n.1 Belém mar. 2006

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Exposição humana ao mercúrio na região Oeste do Estado do Pará1

 

Human exposure to mercury in the west region of State of Pará

 

 

Andréa Lima de SáI; Anderson Manoel HerculanoII; Maria da Conceição PinheiroIII; Luiz Carlos de Lima SilveirasIV; José Luiz Martins do NascimentoV; Maria Elena Crespo-LópezVI

IGraduanda do curso de Biomedicina, UFPA e bolsista PIBIC/UFPA
IIDoutorando do Programa de Pós-graduação em Neurociências e Biologia Celular, UFPA, e bolsista CNPq
IIIVice-coordenadora do Núcleo de Medicina Tropical, UFPA
IVCoordenador do Núcleo de Medicina Tropical, UFPA
VDiretor do Centro de Ciências Biológicas, UFPA
VIProfessora do Núcleo de Medicina Tropical e bolsista DCR do SECTAM/CNPq

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

OBJETIVO: realizar um levantamento da literatura existente sobre os níveis de exposição mercurial das populações da região oeste do Estado do Pará.
MÉTODO: revisão bibliográfica pertinente ao objetivo.
CONCLUSÃO: os níveis do mercúrio detectados por diferentes trabalhos em populações expostas da bacia do Rio Tapajós foram elevados em certas comunidades (São Luís do Tapajós, Barreiras e Rainha), no entanto, apresentando uma diminuição gradual com o passar dos anos. Esses mesmos dados revelam uma exposição ambiental ao mercúrio de comunidades vizinhas com valores significativos. A exposição mercurial pode ser perigosa, por gerar níveis de intoxicação que estão acima do limite determinado pela Organização Mundial da Saúde, podendo desencadear neurotoxicidade, perda do controle motor entre outros problemas de saúde.

Descritores: Intoxicação mercurial, mercúrio, neurotoxicidade, humano.


SUMMARY

OBJECTIVE: The aim of this work was to carry out a review of the bibliography about mercury levels detected in human populations of the west region of State of Pará.
METHOD: Review of the bibliography according to the objective.
CONCLUSIONS: Mercury levels described in different works and detected in exposed populations of Tapajós River basin were increased in some communities (Sao Luis de Tapajós, Barreiras and Rainha); however, these levels showed a gradual decreased in the last years. All these data also revealed a significant environmental exposure in communities of the neighborhood. This mercury exposure may be dangerous since intoxication levels achieved the limit designed by the World Health Organization, probably initiating neurotoxic processes and loss of motor control among other health problems.

Keywords: Mercury intoxication, Mercury, Neurotoxicity, Human.


 

 

INTRODUÇÃO

Os primeiros registros da garimpagem de ouro na Amazônia remontam ao século XVIII. Essa atividade intensificou-se na década de 70 do século XX, com a construção das rodovias Transamazônica e de Cuiabá- Santarém. Até a segunda metade desta década, a lavra garimpeira na Amazônia era, exclusivamente, manual e se localizava, tradicionalmente, nas planícies de inundação dos cursos de água, nos paleoaluviões e, mais raramente, em aluviões ativos. Apoiada em equipamentos rudimentares como pás e picaretas, o mercúrio só era usado para a concentração final do minério. A partir daí, o trabalho passou a ser desenvolvido com o auxílio de maquinaria. Em alguns locais como nos rios Madeira e Tapajós, a garimpagem é igualmente feita no próprio leito ativo das drenagens com a utilização de balsas e dragas, sendo assim, a agressão ao ecossistema aquático é mais grave e o assoreamento do rio mais rápido1.

No fim da década de 70 do século passado, o preço do ouro disparou no mercado internacional, atingindo um valor recorde. Isso resultou na chamada “corrida do ouro” em várias partes do mundo, inclusive no Brasil2. A Bacia do Rio Tapajós, principal tributário do Amazonas, foi responsável na década de 80 por cerca de 50% do ouro produzido no Brasil, com a maior concentração de garimpos localizados nos municípios de Itaituba e Jacareacanga3. De acordo com dados oficiais, essa bacia produziu 98,2 toneladas de ouro em 1990 e 49 toneladas em 19984.

Nos últimos anos, houve retração da atividade causada pela exaustão dos depósitos aluvionares conhecidos e por dificuldades tecnológicas na exploração dos depósitos primários de ouro5. Segundo dados da METAMAT – Cia, o Estado do Pará representa uma das regiões onde se concentram os maiores garimpos de ouro no Brasil6.

Ao longo dos últimos 20 anos, anualmente, são despejados na natureza cerca de 100 toneladas de mercúrio utilizados nos garimpos de ouro da Amazônia7. Entretanto, outras atividades humanas capazes de liberar o metal foram aumentando, gradualmente, nos últimos anos, como o desmatamento, as queimadas, as barragens e a construção de hidrelétrica. Tais fenômenos podem ter contribuído para a exposição ocupacional e ambiental ao mercúrio na região amazônica8, 9.

Embora sejam conhecidas as interações de determinados fatores na gênese de processos patológicos, os dados epidemiológicos existentes para as áreas ribeirinhas da Amazônia, são ainda pouco precisos e dispersos. Nas últimas décadas, alguns estudos desenvolvidos em comunidades da região amazônica, com intuito de investigar a saúde das populações, procuram relacionar alterações fisiológicas com os níveis de exposição ao mercúrio8, 10, 11.

Embora reconhecido, o problema de exposição ao mercúrio na Amazônia tem que estar baseado em trabalhos que examinem com detalhes estudos realizados com humanos. Considerando que a Amazônia Legal representa cerca de 58% do território nacional (4,9 milhões de km2) com população de 19 milhões de habitantes de diversas etnias (12% da população brasileira), as generalizações acerca de qualquer fenômeno devem ser evitadas em virtude de suas características peculiares.

A região Oeste do Estado do Pará apresenta um histórico de intensa atividade garimpeira arcaica com grande derramamento de mercúrio no ambiente.

 

OBJETIVO

Realizar um levantamento da literatura existente sobre os níveis de exposição mercurial das populações da região Oeste do Estado do Pará.

 

MÉTODO

Para a realização deste trabalho, as fontes consultadas foram bibliotecas públicas (Biblioteca Central da UFPA, Biblioteca do Núcleo de Medicina Tropical) e particulares, páginas de pesquisa bibliográfica gerais (Google, Altavista) e específicos (periódicos, PubMed) na Internet e, finalmente, petição direta da informação aos autores pelo correio. Com esses procedimentos, conseguimos obter aproximadamente 99% das referências bibliográficas encontradas. A bibliografia obtida foi composta por livros, revistas internacionais, revistas nacionais, apresentações em congressos, e outros tipos de documentos (protocolos metodológicos, comunicações pessoais, entre outros). Todo esse acervo bibliográfico,após leitura, foi classificado e arquivado na forma de uma base de dados.

 

DISCUSSÃO

A região do Tapajós é formada por muitos povoados típicos da Amazônia, na forma de vilas e aglomerados rurais, localizados às margens do rio (Figura 1). Essas comunidades ribeirinhas possuem características semelhantes, quanto aos aspectos demográficos, de saúde, saneamento e hábitos culturais. A alimentação é composta por feijão, arroz, farinha, milharia e, às vezes, carne de boi ou galinha, mas o pescado, ainda, representa a principal fonte protéica.

 

 

A alimentação é uma importante via através da qual o mercúrio, principalmente na sua forma orgânica, é incorporado. Essa é uma via de alcance amplo, afetando todo tipo de populações ribeirinhas, incluindo as indígenas, cuja principal fonte de proteína é o pescado, consumido como um hábito cultural 10.

O grau de contaminação dos peixes depende de sua posição na cadeia alimentar, do tamanho e da idade. Os peixes herbívoros (tambaqui, jaraqui, pirapitinga, pacu) possuem níveis menores de contaminação que os peixes carnívoros (dourada, filhote, piranha, tucunaré e pescada) 12,13,14.

Fatores ambientais, associados à exposição ao mercúrio, podem tornar essas populações vulneráveis. A freqüência relativa de manifestações neurosensoriais como, por exemplo, o desempenho motor observado em comunidades investigadas, alerta para a necessidade de estudos controlados, com o objetivo de identificar a relação direta entre a presença de mercúrio no organismo e as manifestações clínicas observadas 15.

Uma boa forma de análise dos estudos existentes sobre contaminação mercurial na Amazônia é a classificação das populações estudadas em: populações expostas ao mercúrio que são áreas de garimpo onde a principal via de intoxicação é a ocupacional pela inalação de vapor de mercúrio e intoxicação ambiental onde temos: populações sob influência do mercúrio, que são aquelas localizadas às margens dos rios próximas a grandes garimpos onde a principal via de incorporação do mercúrio é decorrente da alimentação; populações residentes em áreas de risco são aquelas regiões localizadas às margens de rios tributários de outros que banham garimpos; a incorporação do mercúrio também ocorre através da alimentação. Essa análise pode ser feita comparativamente com populações culturalmente parecidas e com mesmo padrão de vida, mas que não possuem contato com o mercúrio, nem por exposição ocupacional nem alimentar, caracterizando assim as regiões controles.

A maioria das comunidades ribeirinhas, caracterizadas por descrições socio-econômicas semelhantes entre os diversos autores 8,10,16,17,18,19,20,21, apresentaram uma dieta alimentar pouco variada e muito pobre em verduras e legumes, e com um consumo elevado de peixe como principal fonte protéica.

O cabelo é um importante material para a determinação dos níveis de exposição ao mercúrio. Deve-se ressaltar que a quantidade de mercúrio determinada no cabelo reflete um passado de exposição, uma vez que, para ocorrer a fixação do mercúrio no cabelo e o posterior crescimento deste, necessita-se de certo tempo, portando o nível de mercúrio registrado em cabelos que possuem o comprimento de um centímetro, de sua ponta a inserção no couro cabeludo, revela o nível de exposição do mês anterior.

Os dados do monitoramento da contaminação ambiental por mercúrio na região amazônica foram gerados de forma não invasiva, através do estudo do teor de mercúrio total presente nos cabelos de populações ribeirinhas do oeste do Estado do Pará.

No quadro 1 estão representados os valores dos níveis de mercúrio detectados na população ribeirinha da Amazônia, sendo esses níveis, possivelmente, alcançados por eventuais fenômenos de exposição ambiental.

 

 

As populações de Santana de Ituqui, Tabatinga e Aldeia do Lago Grande apresentaram os níveis de exposição mercurial mais baixos com medias cerca de três vezes menores das encontradas em Brasília Legal e Barreiras; quatro vezes menores das de Sai Cinza e 4.5 vezes menores das de São Luís do Tapajós. Embora essas populações sejam consideradas pelos autores10 como referência para um grupo controle, a detecção de níveis ainda mais baixos em populações ribeirinhas de semelhantes características localizadas fora da bacia do Tapajós24 questiona essa consideração. Hipoteticamente tal fenômeno pode estar relacionado ao consumo de peixes contaminados provenientes das áreas próximas aos garimpos, sem influência da água contaminada. Já os índices elevados de mercúrio nas comunidades de São Luís do Tapajós, Sai Cinza, Brasília Legal, Barreiras e Rainha poderiam ser devido ao efeito sinérgico do consumo de água e peixes contaminados com mercúrio.

Novos estudos devem ser desenvolvidos para compreensão dos teores de mercúrio nas amostras biológicas encontradas em Caxiuanã, Paraná-Mirim e Cametá, pois são regiões sob risco de influência do mercúrio e apresentam níveis que estão próximos do limite de tolerância sugeridos pela OMS (Organização Mundial da Saúde)16.

Populações residentes em áreas de risco de exposição mostram uma media elevada nos níveis de acúmulo do mercúrio no cabelo. Embora descritas áreas de populações, como Barreiras e Rainha, que apresentaram valores de mercúrio acima do limite de segurança estabelecido pela OMS22, pode ser constatada uma diminuição ao longo do tempo nos níveis detectados nessas populações (Quadro 1). Essas populações parecem possuir uma relação de exposição ao metal, mais antiga. Os valores médios de mercúrio mais elevados foram registrados no ano 1996 em São Luis de Tapajós, chegando-se a detectar até 25 microgramas de mercúrio por grama de cabelo. Na atualidade, mesmo essa população que mostrou níveis tão altos, revelou uma diminuição da intoxicação mercurial. Embora os níveis ainda não fiquem dentro dos níveis de segurança estabelecidos, eles já diminuíram, significativamente, o que parece ser uma tendência que permanecerá no futuro.

Esse fato pode ser explicado por possíveis mudanças no hábito alimentar, como um aumento do consumo de peixes herbívoros em lugar dos carnívoros, diminuição do consumo da água dos rios através do incentivo ao consumo de água de poço, aumento do consumo de frutas e verduras entre outras pequenas medidas que estão dando bons resultados e diminuindo os níveis de mercúrio23.

De acordo com a bibliografia encontrada e registrada no quadro 1, existem populações que vivem com níveis de mercúrio no limite superior da OMS como: São Luis do Tapajós, Brasília Legal, Barreiras, Rainha, Sai Cinza. A manutenção de níveis tão elevados poderia contribuir para o desenvolvimento da forma branda da doença de Minamata, com deficits neurosensoriais. Dessa forma é preciso apoiar a divulgação e informação da população para evitar que estes valores permaneçam diminuindo. Outras cidades que se encontraram perto do limite da OMS, como Paraná-Mirim e Caxiuanã, também requerem atenção especial devido à sua proximidade do valor de 10 ìg/g designado pela OMS.

Apesar dos valores de tolerância, para a exposição humana ao mercúrio que foram publicados em 1980 pela OMS22, nos últimos anos gerou-se uma crescente polêmica sobre se esses valores realmente estariam funcionando como limites de segurança para a saúde humana, uma vez que eles foram determinados a partir de exposições agudas24. A população da Amazônia, notadamente os ribeirinhos, possui um padrão de alimentação que é muito diferente ao das populações a que os limites da OMS se referem, além de outras características como peso, altura, etc. que são de elevada importância para definição de valores de referência. Recentemente, foi publicado o primeiro estudo comparativo entre populações expostas e não expostas na nossa região24, confirmando que os níveis de mercúrio detectados na bacia do Tapajós não entrariam dentro dos padrões de normalidade para esse tipo de população ribeirinha.

 

MEDIDAS PROFILÁTICAS

Existem certas medidas que podem minimizar os efeitos da contaminação do mercúrio. Uma delas é a reeducação alimentar. Passos et al23 demonstra que a ingestão de frutas pode ajudar a reduzir os efeitos da intoxicação por mercúrio.

Outra medida de controle alimentar que pode ser usada é evitar comer peixes carnívoros, pois esses apresentam uma concentração alta de mercúrio, privilegiando, portanto, a alimentação a base de peixes herbívoros já que estes apresentam uma quantidade de mercúrio baixa.

Também é aconselhável, nas populações ribeirinhas, priorizar o consumo de água de poço e cisternas evitando tomar a água dos rios, principalmente dos afluentes que banham áreas de garimpo, para evitar a ingestão do mercúrio presente na água e em microorganismos.

Essas pequenas medidas associadas ao esclarecimento dos mecanismos de ação do metal e o monitoramento das populações ribeirinhas são de extrema importância para diminuirmos o efeito do mercúrio na saúde humana.

REFERÊNCIAS

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3. RAMOS, J.F.F. Garimpagem: poluição química e física. Apresentado no Seminário Internacional sobre Meio Ambiente, Pobreza e Desenvolvimento - SINDAMAZÔNIA.(1992) Belém - PA 16-19 fev.

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Endereço para correspondência:
Maria Elma Crespo Lopes
Laboratório de Biologia Molecular e Celular
Núcleo de Medicina Tropical da UFPA
Av. Generalíssimo Deodoro, 92
Cep: 66050-240 - Belém-Pa
e-mail: ecrespo@ufpa.br

 

Recebido em 26.12.2005
Aprovado em 08.03.2006

 

 

1Trabalho realizado no Núcleo de Medicina Tropical e no Departamento de Fisiologia, UFPA