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Boletim de Pneumologia Sanitária

versión impresa ISSN 0103-460X

Bol. Pneumol. Sanit. v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2002

 

INFORMES

 

2- RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS NA
I CONFERÊNCIA QTROP/FAP SOBRE A TUBERCULOSE - 2002

 

Modelo de intervenção para o controle da tuberculose em albergues e instituições assemelhadas

 

 

Lya Leyla de Menezes; Ilana Bejgel; Sonia Natal; Rosane Carvalho; Nancy Silva das Chagas

Centro de Referência Prof. Hélio Fraga/FUNASA/MS

Endereço para correspondência

 

Keywords: tuberculosis; homeless; tuberculin test

 

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de um modelo de intervenção para o controle da tuberculose em albergues e instituições assemelhadas, implantando ações e instituindo o tratamento supervisionado para todos os doentes diagnosticados. O Modelo, tem por finalidade descobrir, tratar, acompanhar e curar todos os casos descobertos, objetivando reduzir a contagiosidade, o abandono ao tratamento e as mortes por ela provocadas.

Este modelo foi desenvolvido a partir de um estudo realizado na unidade de ltaipú, em Niterói, da Fundação Leão XIII, com a população albergada do sexo masculino, visando estimar a prevalência da infecção por tuberculose na população que vive em albergues. A população total, no momento da investigação, era de 208 albergados com idade média de 47 anos, a mínima de 18 anos e a máxima de 77 anos. Não foram incluídos no estudo 11 albergados que se negaram a realizar o teste tuberculínico (PPD) e 27 ausentes à leitura, o que representou 18,3% da população estudada. A técnica utilizada foi o preenchimento de um questionário com o objetivo de conhecer o perfil da população e aplicar o PPD para identificar os sintomáticos respiratórios (SR). Foram identificados 63 SR dos quais foram solicitadas duas amostras de escarro e exame radiológico. O PPD-Rt 23 2UT/ 0,1 ml, foi aplicado em todos os albergados presentes na instituição e em alguns funcionários, sendo a leitura realizada 72 horas após, pelo enfermeiro de referência. Na população albergada identificou-se 75,3% de reatores fortes, enquanto que na população brasileira, o percentual estimado de reatores fortes representa 30% da população adulta infectada. O máximo relatado em população sem teto foi de 40% em Ohio/EUA. Existia no albergue 03 doentes em tratamento de tuberculose pulmonar, sendo um caso de Tb/HIV e outro abandono de tratamento. Foram diagnosticados 04 casos de tuberculose pulmonar entre os sintomáticos respiratórios. A incidência foi de 2,3/100. A situação poderia ser mais grave já que, os entrevistadores detectaram que a identificação dos SR estaria subestimada, decorrente a falta de informação dos sintomas respiratórios, aliada ao uso abusivo do álcool. A prevalência foi de 4,1/ 100, apontando para a gravidade da situação. O percentual encontrado no albergue foi 19 vezes maior que a incidência do Rio de Janeiro, que é alta, 120/ 100.000, reforçando a gravidade e a urgência da situação.

Os resultados apontaram para uma atenção especial à população excluída (albergados e sem tetos), a necessidade de realizar a busca ativa dos SR, bem como o início imediato do tratamento e a criação de alternativas para garanti-lo. Observamos e ressaltamos a importância na sensibilização e capacitação dos profissionais que atendem a esta população, quanto as ações de controle da tuberculose.

A implantação do modelo visa modificar a situação epidemiológica através da redução da morbidade, da mortalidade, das fontes de infecção nesta comunidade, e consequentemente a melhora da assistência atenuando o sofrimento humano causado pela doença.

 

Bibliografia

Brasil, Ministério da Saúde/FUNASA/CENEPI/CRPHF, Manual de normas técnicas: estrutura e operacionalização do programa. 5a ed. Brasília; 2000.

Menezes LLA; Beijgel I; Pinto CM; Natal S. - Prevalência da infecção por tuberculose em população de indivíduos vivendo em albergue. Jornal de Pneumologia vol.24(sup 1):168, Out., 1998.

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia/MS - I Consenso Brasileiro de Tuberculose. J. Penumol. 23:294-342, 1997.

Programa Regional de Tuberculosis OMS/OPS. Guia de enfermería para la estrategia DOTS/TAES.1999.

BRASIL. Ministério da Saúde -Fundação Nacional de Saúde Centro de Referência Professor Hélio Fraga. Manual de Baciloscopia da Tuberculose, 1a edição, Rio de Janeiro, 1998.

Ministério da Saúde - Fundação Nacional de Saúde. Plano Nacional de Controle da Tuberculose. Brasília, 1999.

Diretrizes Nacionais para as atividades de Controle da Tuberculose (ATPS/DAC/SPS/MS) abril 2001.

 

 

E-mail: crphf.infan@funasa.gov.br