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Boletim de Pneumologia Sanitária

versão impressa ISSN 0103-460X

Bol. Pneumol. Sanit. v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2002

 

INFORMES

 

2- RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS NA
I CONFERÊNCIA QTROP/FAP SOBRE A TUBERCULOSE - 2002

 

Desenvolvimento de um modelo de biossegurança em tuberculose em determinada área geográfica

 

 

Ilana BejgelI; Miguel Aiub HijjarI; Wanir José BarrosoI; Alexandre MilagresII; Mônica AndradeII; Rita MottaII; Ana Lourdes da Costa RochaIII

ICentro de Referência Professor Hélio Fraga/FUNASA
IIHospital Municipal Raphael de Paula Souza/SMSRJ
IIIUnidade Integrada de Saúde Hamilton Land/SMSRJ

Endereço para correspondência

 

Keywords: tuberculosis; infection; health care workers

 

O objetivo deste trabalho é apresentar os passos da construção de um modelo de biossegurança em tuberculose em determinada área, como forma de garantir a melhoria da qualidade dos serviços, voltados para o diagnóstico precoce da tuberculose e da redução do risco ocupacional, além de sensibilizar os profissionais da saúde para o problema. O ponto central são os hospitais de emergência, uma das principais portas de entrada dos doentes para o sistema.

Um grupo de profissionais envolvidos com o programa da tuberculose da AP4, no município do Rio de Janeiro, após realizar um diagnóstico da situação das atividades de controle e condições de biossegurança, se propôs a trabalhar a questão. Optou-se como estratégia realizar o I Seminário de Biossegurança em Tuberculose: Necessidade e Direito, em 08 e 09 de novembro de 2001, no Centro de Referência Professor Hélio Fraga, FUNASA/MS tendo como parcerias instituições como a FIOCRUZ, o Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, a Coordenação de Saúde da Área Programática 4/SMS-RJ, a o COPPE/UFRJ e o Serviço de Engenharia Clínica Planejamento e Gerenciamento de Tecnologia em Saúde LTDA, São Paulo.

Com participação de cerca 100 profissionais, foram abordados temas sobre a magnitude da tuberculose mundial, nacional e institucional, métodos de desinfecção e esterilização, gerenciamento de resíduos, medidas de biossegurança institucional (ambulatório, enfermaria e laboratório), legislação, acidentes de trabalho, exames admissionais e periódicos entre outros.

Após a apresentação dos temas, os participantes foram divididos em grupos, conforme suas áreas de atuação (gerência, laboratório, assistência ambulatorial e hospitalar), debateram e apresentaram as propostas em plenária.

Os participantes no nível de gerência, sugeriram a formação de um grupo de estudos de nível central integrado por representantes do nível federal (CRPHF / FUNASA e FIOCRUZ), Gerencias do PCT Estadual e Municipal e Universidades, para a homogeneização do conhecimento de biossegurança em tuberculose. Propuseram também, a criação de uma comissão de biossegurança, constituída por técnicos de nível central (Federal/Estadual/Municipal) que tenham conhecimento em biossegurança, para assessorar no processo inicial de implantação das medidas de âmbito intrainstitucional (hospitalar, unidades básicas e laboratório). Esta equipe seria então responsável pela supervisão, monitoração, avaliação das ações implantadas/implementadas, e contaria também com a colaboração de profissionais de Universidades, da FUNASA/MS, FIOCRUZ, Gerências do PCT que dariam apoio sistemático às Unidades de Saúde.

As sugestões dos demais grupos apontavam para a formação de uma comissão de biossegurança institucional, que nos hospitais começariam pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), e nas Unidades básicas, pelo Programa de Controle da Tuberculose e/ou o núcleo de epidemiologia. Ressaltouse também a importância da participação de técnicos com conhecimento de arquitetura hospitalar, bem como em biossegurança, nas comissões de nível central e institucional, fundamental para orientação da adequação da área fisica. Complementando a proposta foi sugeri da a participação da gerência médica e administrativa nas discussões sobre as medidas de biossegurança.

As outras propostas referiam-se ao treinamento continuado em biossegurança, a disponibilização e atualização das informações para todos os profissionais; a integração inter e intrainstitucional das diversas categorias de profissionais de saúde incluindo médicos, enfermeiros, arquitetos, engenheiros, farmacêuticos, técnicos de laboratórios, entre outros; a retroalimentação das informações tanto no nível central para nível local e vice-versa; a sensibilização para o uso obrigatório de Equipamento de Proteção Individual (máscaras especiais, luvas, protetores oculares e facial, uniformes especiais); a adoção de medidas específicas de laboratório, no que se refere a utilização de cabinas de segurança biológica para todos os procedimentos laboratoriais, além da inclusão do temabiossegurança na grade curricular dos cursos de graduação da área de saúde, entre outras.

Concluindo, a elaboração de estratégias de grande impacto voltadas para biossegurança são necessárias para sensibilizar os profissionais de saúde que atuam principalmente nas emergências/pronto atendimento, para que passem a pensar em tuberculose, tendo em vista a demanda expressiva de sintomáticos respiratórios à estes serviços. O estabelecimento e a garantia de um fluxo de referência e contra-referência entre hospitais de emergência e as unidades de saúde possibilitará uma melhoria na qualidade e humanização da assistência.

 

 

E-mail: crphf.epes@funasa.gov.br