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Boletim de Pneumologia Sanitária

versão impressa ISSN 0103-460X

Bol. Pneumol. Sanit. v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2002

 

INFORMES

 

2- RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS NA
I CONFERÊNCIA QTROP/FAP SOBRE A TUBERCULOSE - 2002

 

Efetividade do esquema 3 (3SZEET/9EET) no retratamento da tuberculose na rotina das unidades de saúde

 

 

Hisbello da Silva Campos*

Médico do Centro de Referência Professor Hélio Fraga

 

Keywords: tuberculosis; treatment; failure

O tratamento medicamentoso da tuberculose é padronizado em todo o território nacional desde a década de 60. Com o passar do tempo, os esquemas medicamentosos foram sendo modificados de acordo com o desenvolvimento do conhecimento na área. Atualmente, está preconizado o Esquema 3 (3SZEEt/9Eet) para o tratamento das falências terapêuticas. Ele é composto pela estreptomicina, pela pirazinamida, pelo etambutol e pela etionamida, nos três primeiros meses, sendo seguido pelo etambutol e pela etionamida nos nove meses seguintes. Segundo ensaios terapêuticos, seu poder de cura é inferior ao do esquema 1 (2RIP/4RI), e seus efeitos tóxicos podem ser mais frequentes.

Com o objetivo de avaliar os resultados do esquema 3 na rotina das Unidades de Saúde (US), procurou-se analisar os doentes tratados com esse esquema no ano de 1997 em todo o território nacional. Todas as Coordenações Estaduais do Programa de Controle da Tuberculose foram explicadas sobre a razão do estudo e foi-lhes solicitado que preenchessem ficha padronizado com dados dos doentes que tivessem iniciado e terminado o esquema 3 naquele ano.

Apenas 12 estados responderam (AC, AM, PA, RO, MA, PE, PI, SE, MS, TO, PR, SC), enviando dados de 743 doentes tratados com esquema 3. Dos doentes analisados, 506 (68%) eram do sexo masculino; 2 (0,3%) tinham menos de 10 anos; 171 (25%) tinham entre 11 e 30 anos; 457 (65%) tinham entre 31 e 60 anos; 69 (10%) tinham mais de 60 anos; em 44 dos doentes, não havia informação quanto à idade.

Com relação à forma clínica 707 (98%) eram portadores de formas pulmonares; 16 (2%) eram portadores de formas extrapulmonares; em 20 doentes não havia informação sobre a forma clínica.

A análise dos prontuários médicos indicou os seguintes resultados:

 

 

Se excluídos os casos de abandono, a eficácia (cura / total - abandono x 100) encontrada nesse estudo para o Esquema 3 foi de 76,5%. A metade dos abandonos ocorreu nos quatro primeiros meses de tratamento.

A comparação com os resultados obtidos na rotina com o Esquema 1 revelou menor poder de cura e maior risco de abandono e de toxicidade para o Esquema 3.

 

 

Com base nos dados apresentados, pode-se concluir que:

1. a eficácia do Esquema 3 é da ordem de 77%;

2. a taxa de abandono do esquema 3 é superior à do esquema 1 nas mesmas condições de uso na rotina das US.

3. a toxicidade do esquema 3 é superior à do esquema 1 nas mesmas condições de uso na rotina das US.

4. o menor poder de cura, maior risco de abandono e de toxidade indica que deve ser pesquisada nova alternativa terapêutica para os casos de falência de tratamento.

 

 

*E-mail: hisbello@hotmail.com