SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 número1Utilização do fosfato trissódico como agente descontaminante de escarro no MB/BacT para o diagnóstico da tuberculose pulmonarInclusão de uma fluoroquinolona no esquema de reserva ou 2A linha (esquema III / MS) proposta de protocolo para um estudo multicêntrico nacional índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

  • Não possue artigos citadosCitado por SciELO

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Boletim de Pneumologia Sanitária

versão impressa ISSN 0103-460X

Bol. Pneumol. Sanit. v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2002

 

INFORMES

 

2- RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS NA
I CONFERÊNCIA QTROP/FAP SOBRE A TUBERCULOSE - 2002

 

A medicação assistida e os índices de cura de tuberculose e de abandono de tratamento na população indígena Guarani-Caiuá no município de Dourados, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil

 

 

Ana Maria Campos MarquesI*; Rivaldo Venâncio da CunhaII

ISecretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, Área técnica de Pneumologia Sanitária
IIDepto de Clínica Nédica, Fac. de Meicina da Universidade Federal de MS (UFMS)

 

Keywords: Tuberculosis; South-americans indians, tuberculosis treatment abandonment; strtegy of assisted treatment.

 

A partir de janeiro de 1998, no Município de Dourados, foi instituído o regime de tratamento domiciliar assistido por Agentes Indígenas de Saúde (AIS), em substituição ao regime anterior, quando os pacientes tuberculosos da etnia Guarani-Caiuá eram sistematicamente internados para tratamento no Hospital Porta da Esperança (HPE), por períodos de até seis meses, independentemente dos critérios de internação recomendados pelo Ministério da Saúde.

Com o objetivo de verificar se a mudança de estratégia promoveu algum impacto nas taxas de cura e de abandono de tratamento, foram estudados retrospectivamente, os prontuários de 594 pacientes, tratados no período de janeiro de 1996 à dezembro de 1999.

Os pacientes foram divididos em dois Grupos de estudo. Constituíram o Grupo I, os casos de indivíduos tratados em 1996 e 1997 em regime hospitalar (291 casos) e o Grupo II os tratados em 1998 e 1999 em regime ambulatorial assistido (303 casos). Não foram observadas diferenças significantes entre os dois Grupos no que se refere às faixas etárias, história de tratamento anterior de tuberculose e forma clínica de apresentação da doença. Em ambos os Grupos houve predomínio do sexo masculino e maior prevalência entre menores de 15 anos de idade. Observou-se um predomínio de abandono por pacientes do sexo masculino no Grupo I, característica inexistente no Grupo II. Houve uma diminuição significante da taxa de abandono e um aumento também significante da taxa de cura dos pacientes do Grupo II em relação ao Grupo I. Este estudo permite concluir que, na população indígena estudada, o regime domiciliar supervisionado demonstrou ser uma estratégia superior ao regime hospitalar.

 

Bibliografia

Amarante JM, Costa VLA. A Tuberculose nas comunidades indígenas brasileiras na virada do século. Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 8, n. 2, p. 5-12, jul./dez. 2000.

Baruzzi et al. Saúde e doença em índios Panará (Kreen-Akarôre) após vinte e cinco anos de contato com o nosso mundo, com ênfase na ocorrência de tuberculose (Brasil Central). Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, v. 17, n. 2, 1-10, mar./abr. 2001.< http://www.scielo.br....>

Beltran ORP et al. El abandono del tratmiento en tuberculosis. Realidad actual e perspectivas futuras. Rev. Argentina de Tuberculosis, Enfermedades Pulmonares y Salud Publica, v. XLIV, n. 1, 11-19, 1983.

Brasil. Ministério da Saúde.Manual de Administração do Programa de Controle da Tuberculose. Boletim de Pneumologia Sanitária (Edição especial), v. 4, n. 1, 1996a.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Formação de Agentes Indígenas de Saúde. Proposta de Diretrizes. Brasília, v. 20, 1996b.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas, Brasília - MS, 2000b.

Brasil. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Controle da Tuberculose. Brasília, 184p. 1999a.

Buchillet D, Gazin P. A situação da tuberculose na população indígena do alto rio Negro (Estado do Amazonas, Brasil). Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, v. 14, n. 1, p.1-8, jan./mar. 1998.<http://www.scielo.br.>

Chaimowicz F. Transição etária da incidência e mortalidade por tuberculose no Brasil. Rev. Saúde Pública, v. 35, n. 1, p. 81-7, 2001. http://www.fsp.usp.br/rsp

Chaulk PC et al. Eleven Years of Community-Based Directly Observed Therapy for Tuberculosis. JAMA, v. 274, n. 12, p. 945-951, sept. 27, 1995.

Chin DP. Disseminação do Mycobacterium tuberculosis em uma Comunidade Implementando Elementos Recomendados de Controle da Tuberculose. JAMABrasil, v. 4, n. 8, p. 3473-3479, sept. 2000.

Czeresnia DC. Processo social e doença. Tuberculose em grupos indígenas brasileiros. Tese de Mestrado apresentada ao Instituto de Medicina Social da UFRJ. MS. FIOCRUZ, Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro,1986.

Davidson BL, Comparação controlada de Terapia Diretamente observada vs Terapia Auto-Administrada para Tuberculose Ativa nas Áreas Urbanas dos Estados Unidos. CHEST (Edição em Português), v. 1, n. 2, p. 72-76, mar./abr. 1999.

Dyes C. Tuberculosis 2000-2001: control, but not elimination. Communicable Diseases Control, Prevention & Eradication, World Health Oraganization, Geneva, Switzerland. INT J Tuberc Lung Dis, v. 4, n.12, p. 146-152, IUATLD/2000.

Fox C. The Problem of Self-administrtion of Drugs; with Particular Reference to Pulmonary Tuberculosis. Tubercle, Lond, v. 39, p. 269-274, 1958.

Hijjar MA. Controle da Tuberculose no Brasil - A estratégia do Plano Emergencial. Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 5, n. 2, p. 98-99, jul./dez. 1997a.

Hijjar MA. Manual de Normas para o Controle da Tuberculose (Ed. 1995, Ministério da Saúde). J Pneumol, v. 23, n. 6, p. 281-301, nov./dez. 1997b.

Miranda JAN, Hauteques AF, Costa DC. A Tuberculose nos índios. Saúde em Debate: CEBES, (Edição Especial), p. 24-25, 1988.

Muniz JN, Villa TCS, Pedersolli CE. Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose em Ribeirão Preto. Novo modo de agir em saúde. Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 7, n. 1, p. 33-42, 1999.

Murray CJL et al. Results of directly observed short course chemotherapy in 112.842 Chinese patientes with smearpositive tuberculosis. China Tuberculosis Control Collaboration. Lancet, v. 347, p. 358 - 362, 1996b.

Natal S. A retomada da importância da tuberculose como prioridade para ações de saúde pública. Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 6, n. 2, p. 40-41, jul./dez. 1998.

Nutels N et al. Atividades do SUSA em 18 aldeamentos de índios do sul de Mato Grosso. Revista do Serviço Nacional de Tuberculose, v. 11 n. 41, p. 73-83, 1967.

Organización Mundial de la Salud. Grupos em riesgo. Informe de la OMS sobre la epidemia de Tuberculosis, 1996.

Rocha ALC et al. Implantação de modelo de excelência no controle da tuberculose na Área Programática 4, município do Rio de Janeiro - Relato de um começo promissor. Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 8, n. 1, p. 34-40, 2000.

Weis SE et al. The effect of Directly Observed Therapy on the rates of Drug Resistance and Relapse in Tuberculosis. N Engl J Med, v. 330, n. 17, p. 1179-1184,1994.

World Health Organization. Global Tuberculosis Control. Who report 2001. Geneva, Switzerland. WHO/CDS/TB, v. 287, p. 32-33, 2001.

World Health Organization. Tuberculosis Chemotherapy Center. A concurrente comparison of home and sanatorium treatment of pulmonary tuberculosis in South lndia: Bull World Health Organ, v. 21, p. 51-144, 1959.

 

 

*e-mail: dra.anam@terra.com.br