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Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.8 n.3 Brasília set. 1999

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16731999000300001 

EDITORIAL

 

O uso das informações em saúde

 

 

Jarbas Barbosa da Silva Junior

Editor

 

 

Na mesma linha de pensamento do artigo publicado recentemente no IESUS (Barata RBB, Informe Epidemiológico do SUS 1999; 8 (1): 7-15) e em atitude coerente com a revalorização da epidemiologia descritiva como instrumento útil para o entendimento das doenças infecciosas, o presente número do Informe Epidemiológico do SUS traz duas contribuições importantes sobre a evolução dessas doenças no Brasil nas últimas décadas. O primeiro trabalho (Waldman e cols.) constituiu um marco referencial para a compreensão das tendências observadas nas principais doenças infecciosas que acometeram a população brasileira, incluindo uma cuidadosa revisão das fontes de dados disponíveis para a construção das séries históricas unida a uma interpretação crítica dos números à luz de fatos sociais, políticos e econômicos que influíram nos processos descritos. A análise crítica do diagnóstico de situação reflete a complexidade existente no campo da prevenção e controle de doenças infecciosas, onde substanciais avanços foram evidentes em alguns casos como o da poliomielite e demais doenças imunopreveníveis e em endemias históricas como a doença de Chagas; enquanto resultados menos alentadores foram observados com a cólera, a hanseníase e a tuberculose. É importante ressaltar que a análise da distribuição dos agravos revelou de maneira incontestável as desigualdades regionais que sempre constituem um dos maiores desafios para o sistema de saúde. Trata-se de um artigo que o Centro Nacional de Epidemiologia está republicando, de modo a tornar aquelas análises conhecidas pelos serviços de saúde, pela importância histórica para o momento em que se apresentaram, na década de 80 e início dos anos 90. Nos dias atuais e durante toda a década de 90 foram experimentadas novas conjunturas epidemiológicas que modificaram o perfil das Doenças Infecciosas no país, exigindo que novos conhecimentos para os anos mais recentes sejam criados a partir dos dados existentes nos serviços de saúde, o que possibilitará a percepção das mudanças havidas na última década.

O segundo artigo (Gerolomo & Penna) detalha cuidadosamente a situação da cólera no país, mostrando a análise apropriada dos dados disponíveis, apesar da provável subnotificação, que permite obter evidências importantes em relação ao comportamento da doença como é o caso da sazonalidade observada no Estado do Amazonas. Este trabalho mostra claramente a interpretação dos dados com a utilização de outros indicadores tais como a proporção de domicílios ligados à rede de água.

Embora ainda hajam desafios importante no aperfeiçoamento dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) para que os mesmos permitam o processamento ágil e rápido dos dados para planejar intervenções de curto, médio e longo prazo para o controle das doenças infecciosas, os dois trabalhos citados mostram como é possível obter informação de extrema utilidade usando as fontes de informação disponíveis nos serviços de saúde, especialmente quando os SIS vêm passando por avanços importantes como no momento atual.