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Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.10  supl.1 Brasília  2001

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500001 

EDITORIAL

 

Noções básicas sobre dengue

 

 

Fabiano Geraldo PimentaI; Haroldo Sérgio Bezerra da SilvaII

IAssessor de Descentralização e Controle de Endemias (ASDCE)/CENEPI/FUNASA/MS
IIGerente Técnico de Dengue / Assessoria de Descentralização e Controle de Endemias (ASDCE)/CENEPI/FUNASA/MS

 

 

O dengue é hoje a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui-se em um dos maiores problemas de saúde pública, especialmente nos países tropicais. A pandemia de dengue que teve início 50 anos atrás, vem intensificando-se nos últimos anos, com a expansão da distribuição geográfica dos seus mosquitos vetores e dos quatro sorotipos do vírus.

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 80 milhões de pessoas se infectem anualmente em 100 países, de todos os continentes, com exceção da Europa. Dessas pessoas, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e pelo menos 20 mil morrem da doença.

No Brasil, a dengue tornou-se endêmica nas regiões sudeste e nordeste no final da década de 80, ocasionando epidemias em várias cidades. Na década de 90, a doença tornou-se endêmica também nas regiões Centro-Oeste e Norte, refletindo a disseminação do Aedes aegypti para todo o território nacional, principalmente a partir de 1994. Após a introdução do sorotipo 2 do vírus em 1990, foram registrados os primeiros casos de febre hemorrágica do dengue (FHD), alertando para a ocorrência de epidemias com casos mais graves da doença.

Diante de uma realidade de infestação por Aedes aegypti em quase todo o continente americano, a grande disponibilidade de depósitos artificiais (pneumáticos, garrafas plásticas, suportes de vasos de plantas) e a enorme facilidade para a dispersão passiva do vetor, advindos da maior disponibilidade, freqüência e rapidez dos meios de transporte, tornou-se praticamente impossível a erradicação a médio prazo do Aedes aegypti.

Atualmente, ainda não se dispõe de uma vacina efetiva contra a doença, recaindo o controle e a prevenção da dengue no combate do mosquito vetor e na vigilância epidemiológica para detecção precoce de casos. Portanto, o desenvolvimento e o aprimoramento de métodos adequados e eficientes para o controle do vetor, a análise de situações epidemiológicas e a avaliação da eficácia das estratégias propostas são imperativos.

O Ministério da Saúde (MS), a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) aprovaram 32 projetos de pesquisa, visando a conquista de avanços no campo do conhecimento científico, tecnológico e operacional, nos aspectos de prevenção e controle para a erradicação dessa doença do território nacional. Os resultados de 16 desses projetos são apresentados, a seguir, nesse número do IESUS.