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Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.10  supl.1 Brasília  2001

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500011 

 

Avaliação do uso do temephos em ações de campo do PEAa, americana, São Paulo

 

 

Maria Rita Camargo DonalisioI; Odair Ferreira LeiteII; Renata Caporale MayoIII; Amauri de SouzaIV; Osias RangelIII; Maria José Chinelatto AlvesIII; Susely Salviano de OliveiraIII; Valmir Roberto AndradeIII; Vera Lúcia M. MatiasIII

IDepartamento de Medicina Preventiva e Social - Epidemiologia / FCM / UNICAMP
IISuperintendência de Controle de Endemias / SUCEN - Regional Campinas - SP
IIISuperintendência de Controle de Endemias / Regional Campinas/SP
IVSecretaria Municipal de Saúde de Americana-SP

Correspondência para

 

 


 

 

Delineamento do Problema

Entre as ações de campo padronizadas pelo Plano de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa), o tratamento focal com o larvicida temephos na formulação granulada 1% (abateâ) tem sido utilizado em larga escala. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do temephos na eliminação de larvas no contexto das ações de campo, isto é, submetido às variações climáticas, às dificuldades da atuação das equipes de saúde e ao comportamento da população.

 

Metodologia

Estudo de intervenção em duas áreas do município de Americana (174.439 habitantes) São Paulo, para comparar indicadores de infestação larvária (Breteau, Predial, Recipientes) e Pluviométrico, em área com e sem a utilização do abateâ, na rotina do Plano de Erradicação do Aedes aegypti. Foram amostrados 300 domicílios mensalmente entre setembro de 2000 e maio de 2001. Foi realizada análise exploratória da distribuição temporal dos índices de infestação e índices pluviométricos. A análise de covariância permitiu comparar a infestação nas duas áreas, tendo como variáveis dependentes os índices de infestação e como variáveis explicativas a utilização do temephos e a pluviometria. Utilizou-se o teste t de Student para comparação entre as proporções de criadouros positivos das duas áreas, assumindo-se um nível de significância de 95%.

 

Resultados

O monitoramento mensal no período de 2000 a 2001 da infestação larvária por Aedes aegypti mostrou indicadores semelhantes nas áreas com e sem tratamento químico. Os índices (Breteau, Predial e de Recipientes) apresentaram tendência sazonal, acompanhando os índices pluviométricos, no período estudado. A análise de covariância indica que a infestação larvária não variou entre as áreas com e sem a utilização do larvicida (p=0,74), enquanto que as variações na pluviosidade modificaram significativamente a infestação larvária (Breteau:p=0,001 e Recipientes: p=0,02). Houve maior prevalência de criadouros do tipo vasos e pratos de plantas, positivos para Aedes aegypti em áreas com temephos, comparadas à área sem temephos (p=0,003), sugerindo a falsa segurança, por parte do morador, destes criadouros estarem pretensamente “tratados”. Criadouros não tratáveis (garrafas, potes, latas e outros removíveis) e os não removíveis, não apresentaram diferença significante entre as áreas (p>0,05).

 

Conclusões

Este estudo questiona o impacto do uso do temephos nas ações de rotina do controle dos vetores do dengue, dada a complexidade de situações cotidianas das equipes em contato com a população, a descontinuidade dos programas municipais e as intempéries. Evidencia-se a necessidade de constante revisão e ajuste das normas técnicas que orientam essas ações.

 

 

Correspondência para:
Maria Rita Camargo Donalisio
Departamento de Medicina Preventiva e Social - FCM. Universidade de Campinas-UNICAMP
Caixa Postal, 6111.
Campinas - SP
CEP: 13.083-970
Tel.: (19) 3788-8036
E-mail: donalisio@laser.com.br