SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 suppl.1Avaliação do uso do temephos em ações de campo do PEAa, americana, São PauloEstudo comparativo da eficácia das técnicas de ultrabaixo volume e termonebulização no controle de aedes aegypti índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

  • Não possue artigos citadosCitado por SciELO

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.10  supl.1 Brasília  2001

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500012 

 

Susceptibilidade do aedes aegypti ao inseticida temephos no distrito federal, em 2000

 

 

Maria do Socorro Laurentino de CarvalhoI; Eloísa Dutra CaldasII; Maria Amélia Cavalcanti YoshizawaI; Nicolas DegallierIII; Cristiane de OliveiraI; Monique Britto KnoxI

IDiretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal-DIVAL
IILaboratório Central-DF / Universidade de Brasília
IIIInstituto de Pesquisa para o Desenvolvimento [Institut de Recherche pour le Développement] - IRD

Correspondência para

 

 


 

 

Delineamento do Problema

A freqüente exposição do Aedes aegypti aos inseticidas e a ausência de informações da susceptibilidade deste vetor ao temephos no Distrito Federal (DF), justificam o monitoramento destas populações contra os produtos utilizados no controle. É importante comprovar a resistência para que se adotem medidas que revertam o problema e se controle de maneira efetiva e eficaz o mosquito. Determinou-se a susceptibilidade deste mosquito em sete cidades do DF e verificaram-se mudanças no padrão de susceptibilidade.

 

Metodologia

O estudo foi realizado em Planaltina, Sobradinho, Gama, Ceilândia, Taguatinga, Guará e Núcleo Bandeirante, no ano 2000. Amostras de populações de mosquitos foram obtidas a partir da instalação de armadilhas para oviposição, ovitrampas, em imóveis escolhidos por randomização. Submeteram-se larvas de mosquitos da geração F1 à dose diagnóstica de 0,012mg/l de temephos, segundo metodologia padronizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS (WHO, 81807), sendo a mortalidade verificada após 24 horas. As populações de campo foram testadas em paralelo com a cepa de referência ROCK, 100% susceptível. A cepa DIVAL, composta por mosquitos do DF e colonizada no insetário da DIVAL, desde 1997, também foi testada. A concentração e a pureza das soluções de temephos utilizadas nos testes foram analisadas por cromatografia gasosa em detector fotométrico de chamas no LACEN/DF. O teor de temephos foi calculado a partir de uma curva padrão preparada com o padrão de temephos de 98%. Avaliaram-se os resultados em porcentagem de mortalidade, seguindo o critério da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1976) na interpretação do padrão de susceptibilidade: maior ou igual a 98% - população susceptível; de 80 a 98% - verificação da resistência; e menor ou igual a 80% - população resistente.

 

Resultados

As populações ROCK e DIVAL apresentaram 100% de mortalidade quando submetidas à dose diagnóstica de 0,012mg/l de temephos, sendo consideradas suscetíveis. Entre as populações de campo, Ceilândia foi a única totalmente suscetível (mortalidade: 98,5%). Gama (97,5%), Sobradinho (90,5%) e Planaltina (88,8%), com mortalidade entre 80 e 98%, apresentaram níveis de susceptibilidade alterados, necessitando portanto de verificação de resistência. As populações de Taguatinga (76,3%), Guará (61,7%) e Núcleo Bandeirante (56,2%) foram consideradas resistentes porque apresentar mortalidade abaixo de 80%. Entre as repetições dos testes (mínimo igual a 3; máximo igual a 24), verificamos que os coeficientes de variação dos percentuais de mortalidade das larvas variaram de 2,2 a 38,4%, sendo os maiores coeficientes observados nas populações com menores percentuais. Ceilândia apresentou o maior percentual de mortalidade (98,5%) e o menor coeficiente de variação (2,2%), demonstrando ser, entre as populações de campo, a mais homogênea.

 

Conclusões

As análises dos dados de mortalidade das larvas submetidas à dose diagnóstica de 0,012mg/l de temephos demonstraram que as populações de Aedes aegypti de Gama, Sobradinho, Planaltina, Taguatinga, Guará e Núcleo Bandeirante sofreram alterações nos níveis de susceptibilidade ao temephos em 2000, sendo as três últimas populações consideradas resistentes neste ano. Os coeficientes de variação do índice de mortalidade das larvas expostas foram maiores nas populações com menores percentuais de mortalidade. Portanto, há, nas populações resistentes, maior heterogeneidade do que nas susceptíveis.

 

Correspondência para:
Maria do Socorro Laurentino de Carvalho
Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal
Estrada Contorno do Bosque, Lote 4 - SAIN
Asa Norte - Brasília - DF
CEP: 70.620-000
E-mail: mslcarvalho@abordo.com.br

 


 

Dengue: Instruções para pessoal de combate ao vetor manual de normas técnicas - FUNASA - 2001

 

 

";Os larvicidas utilizados na rotina do PEAa [Plano de Erradicação do Aedes aegypti] são:Temephos granulado a 1% (Abate, Larvin, Larvel e outros), que possui baixa toxicidade (empregado em dose inócua para o homem, mas letal para as larvas). Bacillus turighiensis israelensis (BTI) que é um inseticida biológico que poderá ser utilizado de maneira rotativa com o temephos, evitando o surgimento de resistência das larvas a estes produtos.

Metoprene, substância análoga ao hormônio juvenil dos insetos, que atua nas formas imaturas (larvas e pupas), impedindo o desenvolvimento dos mosquitos para a fase adulta." ";Tanto o temephos quanto o BTI e o metoprene, são agentes de controle de mosquitos, aprovados pela Organização Mundial da Saúde para uso em água de consumo humano, por suas características de inocuidade para os mamíferos em geral e o homem."

Tratamento focal

"Consiste na aplicação de um produto larvicida nos depósitos positivos para formas imaturas de mosquitos, que não possam ser eliminados mecanicamente. No imóvel com um ou mais depósitos com formas imaturas, todos os depósitos com água que não puderam ser eliminados serão tratados. Em áreas infestadas bem delimitadas, desprovidas de fonte de abastecimento coletivo de água, o tratamento focal deve atingir todos os depósitos de água de consumo vulneráveis à oviposição do vetor."