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Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.10  supl.1 Brasília  2001

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500015 

 

Prospecção de bactérias entomopatogênicas em solos de cerrado para controle biológico de mosquitos

 

 

Christian LuzI; Gustavo João SebbaI; Nicanor Rodrigues da SilvaI; Heloisa Helena Garcia da SilvaI; Rose MonneratII

ILaboratório de Patologia de Invertebrados - IPTSP/UFG
IIEmbrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Correspondência para

 

 


 

 

Delineamento do Problema

Primeiros casos de resistência de dípteros a biolarvicidas foram descritos. Ecossistemas naturais dispõem de grande número de microorganismos entomopatogênicos, cuja maioria ainda é desconhecida. O objetivo do trabalho foi isolar novas linhagens de bactérias de solos e sedimentos coletados no cerrado do Centro-Oeste do Brasil e testar suas atividades em larvas de Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus.

 

Metodologia

Bactérias esporogênicas foram isoladas a partir de 400 amostras de solo e 45 de sedimento coletadas em diferentes regiões não antropisadas de cerrado do Estado de Goiás. Material suspendido em solução salina foi submetido a choque térmico e espalhado em meio nutritivo MBS acrescido de antibiótico ou aplicado em larvas de Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus. Bactérias foram identificadas através de microscópio. A atividade de novas linhagens de bactérias foi testada em larvas das duas espécies. Para isso, cada linhagem foi cultivada em meio nutritivo líquido por 48h e, a seguir, foram colocadas dez larvas de 3o estádio em 2ml desta cultura diluída em 100ml de água. A mortalidade foi examinada durante dez dias.

 

Resultados

Não foi observada mortalidade maior ou igual a 50% em larvas das duas espécies de mosquitos, após exposição aos solos, com exceção de uma amostra que induziu 60% de mortalidade em larvas de Culex quinquefasciatus 24h após exposição. Em amostras de sedimento, coletadas em criadouros potenciais de mosquitos, não foram detectadas linhagens de Bacillus spp. com alta atividade contra larvas de Aedes aegypti. Porém, em cerca de 20% das amostras, foi observada mortalidade entre 60 e 100% em larvas de Culex quinquefasciatus, quando expostas por dez dias aos sedimentos suspendidos. Utilizando-se meios seletivos, foram analisadas 166 colônias com bactérias esporogênicas, das quais 14 colônias foram identificadas como Bacillus thuringiensis pela morfologia do cristal. Um isolado matou 100% das larvas das duas espécies em 24h e mais cinco isolados induziram mortalidades entre 45 e 65% em larvas de Culex quinquefasciatus em 24h. Não foi detectado Bacillus sphaericus.

 

Conclusões

Uma parte dos isolados de bactérias esporogênicas com cristal mostrou ser Bacillus thuringiensis, na maioria, porém, sem atividade alta em larvas de mosquitos. O potencial destes isolados, que foram armazenados no Banco de Germoplasma da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, para combate de outras pragas , tem que ser estudado. Outros levantamentos de bactérias deverão ser realizados para providenciar novas linhagens com atividade larvicida.

 

Correspondência para:
Christian Luz
Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública. Universidade Federal de Goiás
Caixa Postal, 131
CEP: 74.001-970
Goiânia-GO
E-mail: wolf@iptsp.ufg.br