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Informe Epidemiológico do Sus

versão impressa ISSN 0104-1673

Inf. Epidemiol. Sus v.10  supl.1 Brasília  2001

http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000500016 

 

Prospecção da atividade inseticida de plantas do cerrado, visando ao combate do Aedes aegypti*

 

 

Ionizete Garcia da SilvaI; Heloísa Helena Garcia da SilvaI; Viviany Pires GuimarãesII; Cleyverton Garcia LimaIII; Andreia Luisa PereiraII; Edson Rodrigues FilhoIV; Cleonice RochaV

IDepartamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia - IPTSP/UFG
IIPós-graduação em Medicina Tropical - IPTSP/UFG
IIIBolsista de Iniciação Científica do CNPq
IVDepartamento de Química da UFSCar
VInstituto de Química - UCG

Correspondência para

 

 


 

 

Delineamento do Problema

O Aedes aegypti distribui-se na faixa cosmotropical, em que a proliferação foi beneficiada pelas modificações antrópicas, criando-se em múltiplas coleções de água. Esse mosquito é o principal vetor de dengue, que acomete cerca de 100 milhões de pessoas por ano, no mundo. Em função de intervenções com inseticidas sintéticos no Brasil, esse mosquito adquiriu resistência em muitas localidades. Assim, este trabalho teve a finalidade de procurar alternativas naturais para controle de Aedes aegypti, através da prospecção de substâncias larvicidas, utilizando 30 espécies de plantas do cerrado.

 

Metodologia

As plantas foram secadas em estufa de ar forçado a 40oC, e, posteriormente, moídas até baixa granulometria; percoladas a frio, usando-se etanol como solvente, por 72 horas. O filtrado foi concentrado em evaporador rotativo e secado em capela de exaustão por evaporação natural até a cristalização. As subfrações foram separadas por cromatografia de coluna em sílica gel. Foram realizados 94 bioensaios, utilizando-se 20 larvas de 3o estádio para cada bioensaio e a mesma quantidade para o controle. As larvas utilizadas foram criadas em câmara climatizada a 28 ± 1oC, umidade relativa de 80 ± 5% e fotofase aproximada de 12 horas. Os bioensaios foram realizados em câmara similar à da criação e a mortalidade avaliada após 48 horas. As concentrações letais foram interpoladas pela Análise de Probit através do programa Statistical Product and Service Solution (SPSS).

 

Resultados

De 30 plantas estudadas, a Magonia pubescens, o Paepalanthus speciosa e a Copaifera langsdorffii apresentaram potencialidade larvicida para o Aedes aegypti. As concentrações letais (CL50) das subfrações cromatográficas - 277, 304 e 311 da casca do caule da Magonia pubescens foram, respectivamente, de 300, 250 e 450ppm, para o 2o estádio. A CL50 do extrato bruto etanólico da flor de Paepalanthus speciosa foi de 720ppm, para 3o estádio de Aedes aegypti. As CL50 do óleo de Copaifera langsdorffii, para os 1o, 2o, 3o e 4o estádios, foram, respectivamente, de 0,5, 1,0, 95 e 70ppm. Não houve morte no grupo controle.

 

Conclusões

A Magonia pubescens e Paepalanthus speciosa apresentaram potencialidade larvicida, porém o óleo da Copaifera langsdorffii foi o larvicida botânico mais promissor para uso no combate ao Aedes aegypti.

 

Correspondência para:
Ionizete Garcia da Silva
Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia - IPTSP/UFG
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública.
Universidade Federal de Goiás
Caixa Postal, 131
Goiânia - GO
CEP: 74.001-970
E-mail: ionizete@iptsp.ufg.br

 

 

*Apoio financeiro: Organização Pan-Americana da Saúde-OPAS/Programa de Erradicação do Aedes aegypti- PEAa/CNPq