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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versión impresa ISSN 1679-4974versión On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde v.12 n.3 Brasília sep. 2003

http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742003000300001 

EDITORIAL

 

O fortalecimento da epidemiologia nos serviços de saúde

 

 

José Cássio de Moraes

Membro do Comitê Editorial

 

 

A incorporação da epidemiologia nos serviços de saúde tem-se fortalecido nos últimos anos. O sucesso das diversas edições da Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle das Doenças, a Expoepi, e a participação, cada vez maior, dos serviços de saúde nos Congressos Brasileiros de Epidemiologia promovidos pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) são evidências disso.

Contudo, um longo caminho ainda necessita ser percorrido, para que se possa cumprir integralmente o preceituado no artigo 7o, inciso VII da Lei 8.080/90, no seu Capítulo II, Dos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS): “utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática”.

A criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) pelo Ministério da Saúde e a retomada do Informe Epidemiológico do SUS-IESUS, agora com novo nome – Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil – e novo formato, são medidas que, certamente, contribuirão para que a epidemiologia ganhe maior espaço entre as ações do SUS.

O Programa Nacional de Imunização (PNI), peça importante no controle das doenças transmissíveis prevenidas mediante imunização, tem obtido inegáveis êxitos no Brasil. A interrupção da circulação do vírus da poliomielite em 1989 – e mais recentemente, do vírus do sarampo – e a redução da morbimortalidade das doenças preveníveis são reflexos de ações tão bem sucedidas.

Programas de saúde, como o PNI, exigem contínua avaliação e adequação às necessidades epidemiológicas. Esta edição traz dois artigos que abordam alguns importantes aspectos a serem considerado na avaliação de um programa de imunização. O primeiro, “Qual é a cobertura vacinal real”,1 evidencia a necessidade de se avaliar o esquema completo de vacinação e a cobertura vacinal para os diferentes estratos sociais e por áreas das grandes cidades, identificar e corrigir as heterogeneidades de cobertura. No segundo artigo sobre o tema, um outro aspecto é considerado, de fundamental importância para programas de imunização: a aplicação de vacinas com capacidade de induzir imunidade com segurança. Martins2 compara a vacina Butang, produzida pelo Instituto Butantan, com a Engerix® da GSK, mostrando que são equivalentes e seguras em crianças e adolescentes.

Em outros artigos, Kiesslich3 traz importante contribuição para o controle da hepatite B em sua região de maior prevalência no país, a Amazônia. O estudo, realizado com gestantes, mostra sub-regiões com elevada prevalência de VHB e chama atenção para o risco potencial de transmissão mãe-filho.

Machado4 e Nascimento5 refletem, em seus artigos, sobre o papel que a Lei No 8.080/90 estabelece para a Epidemiologia. O primeiro aborda a intersetorialidade necessária ao apoio das ações de vigilância em saúde do trabalhador; e o segundo analisa a importância de avaliar os recursos aplicados na área da Saúde, utilizando, como exemplo, os custos das internações de adolescentes na rede hospitalar integrada ao SUS.

Finalmente, Façanha,6 em estudo que realizou busca ativa de óbitos em cemitérios da Região Metropolitana de Fortaleza, aborda a qualidade do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM).

 

Referências bibliográficas

1. Moraes JC, Ribeiro MCSA, Simões O, Castro PC, Barata RB. Qual é a cobertura vacinal real? Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):147-153.

2. Martins RM, Bensabath G, Arraes LC, Barbosa GG, Oliveira MLA, Camacho LAB. Estudo multicêntrico de imunogenicidade e reatogenicidade de vacinas contra hepatite B: informe preliminar. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):165-166.

3. Kiesslich D, Fraiji NA, Crispim MA, Pereira FR, Martinho AC, Campello SC, Almeida TA, Vásquez LS. Prevalência de marcadores sorológicos e moleculares do vírus da hepatite B em gestantes do Estado do Amazonas, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):155-164.

4. Machado JMH, Porto MFS. Promoção da saúde e intersetorialidade: a experiência da vigilância em saúde do trabalhador na construção de redes. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):121-130.

5. Nascimento EMR, Mota E, Costa MCN. Custo das internações de adolescentes em unidades da rede hospitalar integrada ao SUS em Salvador, Bahia. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):137-145.

6. Façanha MC, Pinheiro AC, Fauth S, Lima AWDBC, Silva VLP, Justino MWS, Costa EM. Busca ativa de óbitos em cemitérios da Região Metropolitana de Fortaleza, 1999 a 2000. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2003;12(3):131-136.