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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versão impressa ISSN 1679-4974versão On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde v.17 n.3 Brasília set. 2008

http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742008000300001 

EDITORIAL

 

A divulgação oportuna da informação técnico-científica em saúde

 

 

Moisés Goldbaum

Membro do Comitê Editorial. Professor-doutor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

 

 

A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, em consonância com sua missão de difundir o conhecimento epidemiológico para o aprimoramento dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, apresenta, neste número, um novo conjunto de trabalhos sobre temas prioritários da atual realidade sanitária brasileira.

Nesse conjunto destaca-se a dengue, que alcançou níveis elevados e constitui-se em primordial desafio às autoridades sanitárias, instigadora da comunidade científica a buscar tanto o entendimento de suas novas características epidemiológicas quanto os elementos necessários para seu efetivo controle. Ainda a respeito do tema, a revista inaugura sua sessão de entrevistas procurando dar maior agilidade e rapidez às informações que circulam no meio acadêmico, com as palavras concedidas a técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde pelo professor Pedro Luiz Tauil, da Universidade de Brasília – UnB.1 Autoridade reconhecida nessa área, o professor Tauil analisa, com inegável competência, a situação da doença e suas implicações. Ele também aborda com propriedade as questões que lhe foram formuladas sobre a febre amarela, prestando informações objetivas da atual dinâmica de transmissão. Cumpre-se, assim, de modo bastante auspicioso e produtivo, a determinação do Comitê Editorial de promover a publicação de entrevistas com reconhecidas autoridades em assuntos de interesse para a epidemiologia. Precede a entrevista um artigo de opinião do Dr. Giovanini Evelim Coelho, que permite visualizar os desafios da doença e faz uma oportuna análise do Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde.2 A abordagem da virose por esta edição se completa com o artigo original de Cunha MCM e colaboradores sobre inquérito soroepidemiológico da dengue em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais.3 Embora com dados de 2000, esse manuscrito oferece uma análise atual das características das pessoas e dos arranjos intraurbanos enquanto determinantes da ocorrência da doença, contribuindo para o entendimento de sua complexidade.

Em dois outros artigos, é tratado o tema da terceira idade em aspectos que interessam diretamente aos gestores e prestadores de serviços em saúde. Um dos artigos analisa quadro recente da morbidade e mortalidade hospitalar de idosos em Recife, Estado de Pernambuco, indicando as possibilidades de redução de suas principais causas com a aplicação de medidas oportunas para lidar com as doenças nesse segmento da população.4 O outro artigo apresenta um estudo transversal desenvolvido por Jóia LC e colaboradoras junto à população idosa de Botucatu, Estado de São Paulo. Revela a importância do grau de autonomia de vida como fator explicativo do grau de satisfação com a saúde entre a população da faixa etária de 60 anos e mais.5

Mais um aspecto prioritário é tratado no artigo de Caminha MFC e colaboradores.6 Tomando por referência o papel da enfermagem, eles discorrem sobre a assistência ao parto normal no Estado de Pernambuco, em 1997. Ao descrever a situação vivenciada à época, presta-se, bem indicam seus autores, como linha de base para avaliação da atualidade do SUS quando novas iniciativas foram colocadas em prática, nestes últimos dez anos.

A violência é mais um tema enfocado. O artigo de Melione LPR e Jorge MHM estuda a morbidade hospitalar por causas externas segundo região de residência, delineando uma estrutura para o mapeamento da violência no Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo, com possibilidade de aplicação mais generalizada.7

Não menos importante, uma tradicional endemia também é tratada aqui: a esquistossomose mansônica. A partir da consulta à literatura, Pordeus LC e colaboradores analisam a ocorrência das diferentes formas clínicas da doença no Brasil, nos últimos dez anos (1997-2006).8 Os autores salientam a necessidade de estender a quantidade de estudos sobre o tema para seu melhor equacionamento.

A partir da consulta desses trabalhos, os leitores da revista comprovarão os bem-sucedidos e oportunos esforços da Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, para a difusão do conhecimento epidemiológico brasileiro.

Boa leitura!

 

Referências bibliográficas

1. Tauil, PL. @PALAVRA.COM: entrevista concedida a Giovanini Evelim Coelho e Zouraide Guerra, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 235-236.

2. Giovanini EC. Dengue: desafios atuais. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 231-233.

3. Cunha MCM, Caiaffa WT, Oliveira CL, Kron EG, Pessanha JEM, Lima JA, Proietti FA. Fatores associados à infecção pelo vírus do dengue no Município de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil: características individuais e diferenças intra-urbanas. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 217-230.

4. Santos JS, Barros MDA. Idosos do Município do Recife, Estado de Pernambuco, Brasil: uma análise da morbimortalidade hospitalar. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 177-186.

5. Jóia LC, Ruiz T, Donalísio MR. Grau de satisfação com a saúde entre idosos do Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 187-194.

6. Caminha MFC, Figueira MCS, Santos LGA, Albuquerque EC, Lira PI, Batista Filho M. Assistência ao parto normal no Estado de Pernambuco: aspectos geográficos, socioeconômicos e profissionais, com ênfase no papel da enfermeira. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 195-204.

7. Melione LPR, Jorge MHM. Morbidade hospitalar por causas externas no Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 205-216.

8. Pordeus LC, Aguiar LR, Quinino LRM, Barbosa CS. A ocorrência das formas aguda e crônica da esquistossomose mansônica no Brasil no período de 1997 a 2006: uma revisão de literatura. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2008; 17(3): 163-175.