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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versión impresa ISSN 1679-4974versión On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.27 no.4 Brasília dic. 2018  Epub 30-Nov-2018

http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742018000400018 

EDITORIAL

Revisitando a trajetória da Epidemiologia e Serviços de Saúde: o ciclo virtuoso de 2011 a 2018

Revisando la trayectoria de la Epidemiología y Servicios de Salud: el ciclo virtuoso de 2011-2018

Elisete Duarte1  , Leila Posenato Garcia2 

1Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, DF, Brasil

2Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Diretoria de Estudos e Políticas Sociais, Brasília, DF, Brasil

A Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS) se consolidou nos últimos anos como uma das mais importantes publicações na área da Saúde Coletiva do país. Revisitar a trajetória da RESS, especialmente no período mais recente, de 2011 a 2018, atesta o ciclo virtuoso vivenciado pelo periódico.

A RESS foi criada em 1992, com o nome de Informe Epidemiológico do SUS (IESUS). Em 2003, concomitantemente à criação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS, instituição responsável pela edição da revista desde então), passou a assumir o formato e a denominação atuais. Sua missão principal é difundir o conhecimento epidemiológico aplicável às ações de prevenção, vigilância e controle de doenças e agravos de interesse da Saúde Pública, visando ao aprimoramento dos serviços oferecidos pelo Sistema único de Saúde (SUS).

No período analisado, a RESS alcançou importantes conquistas, como a revisão de seu Plano de Fortalecimento, a ampliação do Comitê Editorial, a profissionalização do seu quadro de editores, a definição de fluxos e controles sobre o seu processo editorial, entre outras (Figura 1).

Fonte: Adaptado de Garcia LP, Duarte E. Epidemiologia e Serviços de Saúde: a trajetória da revista do Sistema Único de Saúde do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2015 jul;20(1):2081-90. doi:10.1590/1413-81232015207.06122015.

Figura 1 - Trajetória da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS) e principais características dos períodos 2011-2015 e 2016-2018 

A inserção nas mais importantes bases bibliográficas da área da Saúde Coletiva do país e do mundo também foi comemorada. Em 2014, a RESS, em sua versão eletrônica, foi aceita para compor a Coleção Scientific Electronic Library Online (SciELO Brasil); em 2015, a RESS foi indexada na coleção SciELO Saúde Pública.1 Como um dos resultados deste esforço, a RESS foi avaliada pela comissão da área da Saúde Coletiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em relação ao quadriênio 2013-2016, passando a ocupar o estrato Qualis/CAPES B2.2 A indexação na base SciELO era, à época desta avaliação, um dos critérios para a classificação no estrato. Novas indexações internacionais foram conquistadas nos anos seguintes - Medline (2016), Scopus, Embase, Emerging Sources Citation Index (ESCI, um novo indexador da Web of Science, da empresa Clarivate Analytics), CAB Abstracts, CABI full text e MIAR (2017) -, atestando a qualidade alcançada pela RESS e garantindo maior alcance e visibilidade internacional à revista.

Desde 2014 (v. 23, n. 3), passaram a ser publicadas as versões em espanhol dos resumos, além daquelas em português e inglês. Desde 2015, o percentual dos artigos publicados traduzidos integralmente para a língua inglesa foi crescente. A partir de 2018, a RESS passou a ser integralmente publicada em versão eletrônica bilíngue, nos idiomas português e inglês.

Desde a sua criação, a RESS tem acesso aberto a seu conteúdo integral, e não há cobrança de taxas para submissão, tradução ou publicação dos artigos aprovados. A partir de 2014, a RESS aderiu à licença de direitos autorais Creative Commons do tipo BY-NC, como as demais publicações do Ministério da Saúde. Esta licença permite a reprodução, a distribuição e a adaptação do material publicado, sem a necessidade de prévia obtenção de autorização dos editores, não sendo permitido o uso comercial, e mediante o devido registro dos créditos aos autores e à revista.

A RESS mantém estreita relação com entidades e eventos acadêmicos da área da Saúde Coletiva. De forma sistemática, a revista esteve presente, de 2011 a 2018, em eventos científicos nacionais, como a Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), o Congresso Brasileiro de Epidemiologia, o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e as reuniões do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), buscando atrair a atenção de potenciais autores, revisores e leitores.

No período de 2011 a 2018, houve aumento expressivo do número de citações. A RESS recebeu 16.050 citações em revistas nacionais e internacionais (77,9% das citações recebidas desde 2001). No mesmo período, publicou cerca de 180 artigos derivados dos programas de pós-graduação do país (11 de trabalhos de especialização, 123 de mestrado, 44 de doutorado e 2 de pós-doutorado), reiterando seu reconhecimento como veículo da produção acadêmica brasileira.

A RESS se alinha ao uso dos guias internacionais para o relato de estudos, como o Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), o Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) e o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA); adota diretrizes sobre ética e integridade na pesquisa e na publicação científica; e fomenta a divulgação destas recomendações. Desde 2013, a RESS tem publicado a tradução de importantes documentos - a exemplo das Diretrizes Éticas para Revisores do Comitee on Publication Ethics (COPE) (disponíveis em: http://ress.iec.gov.br/ress/home/carregarPagina?lang=pt&p=orientacoesEticas&format=), das recomendações do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) e suas atualizações,3,4 da Declaração de Montreal, aprovada na 3rd World Conference on Research Integrity,5 da Recomendação PRISMA para o relato de revisões sistemáticas e metanálises,6 da Declaração GATHER para o relato preciso e transparente de estimativas de saúde,7 das Diretrizes SAGER e seu uso recomendado para as questões de equidade de sexo e gênero na pesquisa,8 e do artigo da série temática sobre avaliação econômica baseado no documento Consolidated Health Economic Evaluation Reporting Standards (CHEERS) -,9 além de apoiar a Rede Equator na divulgação destes e de outros documentos. A Rede Equator é uma iniciativa internacional que busca melhorar a qualidade da publicação científica na área da saúde, promovendo relatos de pesquisa mais precisos e transparentes, a partir do desenvolvimento e do uso de diretrizes para os principais tipos de estudos em saúde (disponível em: http://www.equator-network.org/).

A relação da RESS com a sua instituição mantenedora, a SVS/MS, se fortaleceu neste período. A Portaria no 14, de 13 de agosto de 2015,10 estabeleceu o corpo editorial da RESS e definiu as suas atribuições, enquanto a Portaria no 14, de 9 de março de 2017,11 estabeleceu as condições para que servidores da SVS/MS atuem como editores da revista. A vinculação com a SVS/MS, no período em foco, garante os recursos necessários à edição da RESS, no entanto, a autonomia do processo editorial, uma das características da publicação científica, foi mantida ao longo de todo o período.

A versão eletrônica da RESS, gradativamente, foi ganhando mais atenção em relação à versão impressa, o que tem sido observado para o conjunto de periódicos científicos no mundo, em virtude do maior acesso à internet. Em face desta realidade, a tiragem impressa foi inicialmente reduzida de 30 mil para 1 mil exemplares, a partir de 2016, e, no início de 2018, a impressão foi descontinuada. Por outro lado, a divulgação nas mídias sociais foi intensificada no mesmo período, com a criação do site, do blog, e dos perfis da RESS no Facebook e no Twitter, superando a marca de 11 mil seguidores.

Os editoriais publicados de 2011 a 2018 dedicaram-se a privilegiar assuntos relacionados à comunicação científica em saúde e à divulgação das mais importantes conquistas da própria revista, como a indexação nas bases bibliográficas SciELO e Medline. Além disso, os editoriais da RESS trataram de outros temas de absoluta relevância para a vigilância em saúde no país. Mereceu destaque a introdução do vírus Zika no Brasil com suas severas consequências. O artigo Febre pelo vírus Zika,12 publicado ao final de 2015, quando a relação causal entre a infecção e a epidemia de microcefalia acabava de ser assumida pelo Ministério da Saúde, segue como um dos três artigos mais citados da RESS. O primeiro editorial do ano de 2016 abordou o enfrentamento da epidemia de microcefalia e outros dois trataram da importância da pesquisa, diante do evento inusitado e de grande gravidade, e das evidências produzidas pela vigilância epidemiológica, auxiliando no avanço do conhecimento sobre a epidemia causada pelo vírus. Outros temas de relevância para a vigilância foram abordados pela RESS, como as doenças crônicas não transmissíveis, os eventos de massa, os acidentes de trânsito, a violência contra a mulher, a equidade em saúde e a discriminação nos serviços de saúde.

A revista ainda dedicou atenção especial à comemoração de dois importantes marcos para a Saúde Pública brasileira - os 40 anos do Programa Nacional de Imunizações13 e os 30 anos do Sistema Único de Saúde -,14 destacando a imprescindibilidade de ambos para a população.

Ademais, em 2018, a RESS destacou a realização da I Conferência Nacional de Saúde (ICNVS)15 enquanto marco para a construção da Política Nacional de Vigilância em Saúde, que também foi tema de editorial.16

Analisando a história da RESS, como partícipes envolvidas nesta construção, nestes últimos oito anos, é inevitável não nos emocionarmos. Reconhecemos o ponto de onde partimos, respeitamos a sua história e assumimos de forma deliberada o compromisso de elevá-la a um outro patamar de qualidade, sem perder de vista o seu propósito de contribuir com o fortalecimento dos serviços de saúde do SUS.

Resta-nos expressar nossa imensa gratidão por todo o apoio recebido nesta jornada. Não seria possível agradecer nominalmente a todos os que contribuíram com este processo: aos membros do Comitê Editorial da RESS, aos editores, aos revisores ad hoc, aos revisores de texto, aos tradutores, aos diagramadores, às bibliotecárias, à Secretaria Executiva da revista, aos autores que confiaram à revista a publicação de seus trabalhos, e à grande comunidade de seus leitores e apoiadores. O irrestrito apoio e a dedicação de todas e todos foram imprescindíveis para que a RESS cumprisse sua missão, disponibilizando aos leitores conhecimento epidemiológico útil para os serviços do SUS e para o aprimoramento das ações de vigilância em saúde do país.

Apostamos que à RESS serão garantidas as condições de implementação do seu Plano de Desenvolvimento Editorial, para o próximo triênio 2019-2021. Vida longa à RESS, e estamos certas de que os próximos editores assumirão com a mesma responsabilidade e determinação com que seguimos em defesa do Sistema Único de Saúde.

Referências

1. Cavalcante AL, Garcia LP. Os 25 anos da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil e sua indexação na base MEDLINE®. Epidemiol Serv Saúde. 2017 jan-mar;26(1):7-8. doi: 10.5123/s1679-49742017000100001 [ Links ]

2. Garcia LP, Duarte E. Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil classificada como Qualis/Capes B2 na área da Saúde Coletiva. Epidemiol Serv Saúde. 2017 abr-jun;26(2):243-4. doi: 10.5123/s1679-49742017000200001 [ Links ]

3. International Committee of Medical Journal Editors; Duarte EF, tradutora. Recomendações para a elaboração, redação, edição e publicação de trabalhos acadêmicos em periódicos médicos. Epidemiol Serv Saúde. 2013 out-dez;22(4):709-32. doi: 10.5123/S1679-49742013000400018 [ Links ]

4. International Committee of Medical Journal Editors; Duarte EF , Pansani TSA, tradutoras. Recomendações para elaboração, redação, edição e publicação de trabalhos acadêmicos em periódicos médicos. Epidemiol Serv Saúde. 2015 jul-set;24(3):577-601. doi: 10.5123/S1679-49742015000300025 [ Links ]

5. Cross-Boundary Research Collaborations; Duarte EF , tradutora. Declaração de Montreal sobre integridade em pesquisa e colaborações em investigações que cruzam fronteiras. Epidemiol Serv Saúde. 2014 jan-mar;23(1):185-6. doi: 10.5123/S1679-49742014000100019 [ Links ]

6. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group; Galvão TF, Pansani TSA , Harrad D, tradutores. Principais itens para relatar revisões sistemáticas e meta-análises: a recomendação PRISMA. Epidemiol Serv Saúde. 2015 abr-jun;24(2):335-42. doi: 10.5123/S1679-49742015000200017 [ Links ]

7. Stevens GA, Alkema L, Black RE, Boerma JT, Collins GS, Ezzati M, et al . Diretrizes para o relato preciso e transparente de estimativas de saúde: a declaração GATHER. Epidemiol Serv Saúde. 2017 jan-mar;26(1):215-22. doi: 10.5123/s1679-49742017000100023 [ Links ]

8. Shirin H, Babor TF, Castro P, Tort S, Curno M. Equidade de sexo e gênero na pesquisa: fundamentação das diretrizes SAGER e uso recomendado. Epidemiol Serv Saúde. 2017 jul-set;26(3):665-76. doi: 10.5123/s1679-49742017000300025 [ Links ]

9. Silva EN, Silva MT, Augustovski F, Husereau D, Pereira MG. Roteiro para relato de estudos de avaliação econômica. Epidemiol Serv Saúde. 2017 out-dez;26(4):895-8. doi: 10.5123/s1679-49742017000400020 [ Links ]

10. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 14, de 13 de agosto de 2015. Instituir o Corpo Editorial da Epidemiologia e Serviços de Saúde - revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2015 ago 15; Seção 1:48. [ Links ]

11. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 14, de 9 de março de 2017. Regulamentar as condições para o exercício das funções de editor associado e editor assistente a serem exercidas por servidores da Secretaria de Vigilância em Saúde no âmbito do processo editorial da Epidemiologia e Serviços de Saúde - revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2017 mar 10; Seção 1:44. [ Links ]

12. Luz KG, Santos GIV, Vieira RM. Febre pelo vírus Zika. Epidemiol Serv Saúde. 2015 out-dez;24(4):785-8. doi: 10.5123/S1679-49742015000400021 [ Links ]

13. Silva Junior JB. 40 anos do Programa Nacional de Imunizações: uma conquista da saúde pública brasileira. Epidemiol Serv Saúde. 2013 jan-mar;22(1):7-8. doi: 10.5123/S1679-49742013000100001 [ Links ]

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