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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versión impresa ISSN 1679-4974versión On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.29 no.2 Brasília  2020  Epub 24-Abr-2020

http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742020000200015 

ARTIGO ORIGINAL

Situação epidemiológica e controle da esquistossomose em Pernambuco: estudo descritivo, 2010-2016*

Situación epidemiológica y control de la esquistosomiasis en Pernambuco, Brasil: estudio descriptivo, 2010-2016

Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito (orcid: 0000-0002-7877-7931)1  , Maria Beatriz Araújo Silva (orcid: 0000-0002-3519-6408)2  , Louisiana Regadas de Macedo Quinino (orcid: 0000-0003-3918-9165)1 

1Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Instituto Aggeu Magalhães, Recife, PE, Brasil

2Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Recife, PE, Brasil

Resumo

Objetivo:

descrever as ações de controle e a situação epidemiológica da esquistossomose, em Pernambuco, Brasil, 2010-2016.

Métodos:

estudo descritivo, com dados do Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose em 116 municípios, incluindo indicadores relacionados às ações de controle (população trabalhada, exames realizados, cobertura de tratamento) e epidemiológicas (positividade, carga parasitária, outras helmintoses).

Resultados:

as II, III, IV, V e XII regiões de saúde do estado, tradicionalmente endêmicas, registraram maiores percentuais médios para ações de controle (população trabalhada [6,5%, 6,0%, 2,0%, 12,0% e 13,0%], exames realizados [75,0%, 75,5%, 74,0%, 74,0% e 68,5%] e cobertura de tratamento [71,0%, 82,5%, 82,0%, 91,0% e 73,0%], respectivamente), e maiores percentuais médios para variáveis epidemiológicas (positividade [3,5%, 8,0%, 1,0%, 2,0% e 6,5%], alta carga parasitária [0,1%, 0,7%, 0,02%, 0,03% e 0,5%] e outras helmintoses [4,0%, 11,0%, 4,0%, 6,0% e 8,0%], respectivamente).

Conclusão:

deve-se ampliar as ações de controle nas regiões tradicionalmente endêmicas.

Palavras-chave: Esquistossomose; Sistema de Informação; Doenças Endêmicas; Doenças Negligenciadas; Vigilância em Saúde Pública; Epidemiologia Descritiva

Resumen

Objetivo:

describir las acciones de control y la situación epidemiológica de la esquistosomiasis, Pernambuco, Brasil, 2010-2016.

Métodos:

estudio descriptivo utilizando datos del Sistema de Información del Programa de Vigilancia y Control de Esquistosomiasis en 116 municipios, incluyendo indicadores relacionados con acciones de control (población trabajada, pruebas realizadas, cobertura del tratamiento) y epidemiológicas (positividad, carga parasitaria, otros helmintos).

Resultados:

las regiones de salud II, III, IV, V y XII del estado, tradicionalmente endémicas, registraron porcentajes promedios más altos para las acciones de control (población trabajada [6,5%, 6,0%, 2,0%, 12,0% y 13,0%], exámenes [75,0%, 75,5%, 74,0%, 74,0% y 68,5%] y tratamiento [71,0%, 82,5%, 82,0%, 91,0% y 73,0%], respectivamente), y porcentajes promedios más altos para variables epidemiológicas (positividad [3,5%, 8,0%, 1,0%, 2,0% y 6,5%], alta carga parasitaria [0,1%, 0,7%, 0,02%, 0,03% y 0,5%] y otros helmintos [4,0%, 11,0%, 4,0%, 6,0% y 8,0%], respectivamente).

Conclusión:

ampliar las acciones de control en regiones tradicionalmente endémicas.

Palabras clave: Esquistosomiasis; Sistemas de Información; Enfermedades Endémicas; Enfermedades Desatendidas; Vigilancia en Salud Pública; Epidemiología Descriptiva

Introdução

O controle da esquistossomose no Brasil avançou, atrelado ao processo de descentralização das ações de epidemiologia e controle de doenças, reforçado pela Norma Operacional Básica em 2006.1 Nesse novo contexto, os municípios foram estimulados a conhecer a realidade local da esquistossomose e a superar o binômio diagnóstico-tratamento, característico das ações clássicas de controle, integrando essas ações às realizadas pela Atenção Básica.2-4 A doença ainda se configura como problema de saúde pública, ao acometer, em 2017, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no país, 80% delas na região Nordeste.1 Acrescentem-se as graves formas clínicas de expressão da esquistossomose, o que contribui para sua magnitude e transcendência.5,6

Pernambuco é um dos estados nordestinos com maior prevalência de esquistossomose.2 Doença classicamente crônica, rural, associada à pobreza e de ocorrência preferencialmente na Zona da Mata (área de solo fértil, dotada de rios perenes e não sujeita a secas periódicas), a esquistossomose acrescentou novas facetas a seu perfil epidemiológico quando passou a ocorrer na forma aguda, em surtos localizados nas zonas litorâneas do estado.3,4 Em 2015, Pernambuco manteve uma positividade média de 3% nas áreas examinadas, apresentando aproximadamente 180 óbitos por ano, entre 2005 e 2014, refletidos em uma taxa de mortalidade cinco vezes maior que a nacional.7 Estas particularidades contribuem para o padrão de transição epidemiológica brasileira, onde coexistem velhos e novos problemas, tornando-a uma entidade nosológica de difícil controle.2,3

A contribuição dos órgãos governamentais, considerando-se a grande quantidade de fatores associados e diferentes formas de expressão, é condição essencial para subsidiar as ações de controle da esquistossomose. O Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), antes denominado Programa Especial de Controle da Esquistossomose (PECE), implementado em 1976, foi lançado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de guiar os municípios no sentido do controle da doença, concentrando suas ações no diagnóstico e tratamento de infectados em áreas endêmicas.1 Para viabilizar o controle no nível local, o PCE preconiza a utilização do Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE), gerenciado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O sistema é responsável pela compilação, junto a outras informações, de dados sobre os inquéritos coproscópicos e o tratamento de doentes entre a população dessas áreas.1,7

Em 2011, Pernambuco lançou o Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas (SANAR),7 uma iniciativa avançada na abordagem da esquistossomose, alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o enfrentamento das doenças negligenciadas, realização de tratamento coletivo em áreas de alta positividade e integração das atividades de vigilância às da Atenção Básica. O SANAR destaca a importância da educação em saúde e do controle de moluscos hospedeiros, além das atividades de rotina já realizadas: diagnóstico, tratamento e preenchimento do SISPCE pelos setores de vigilância.8 No primeiro momento, o SANAR teve como objetivo diminuir a carga dessas doenças em 108 municípios prioritários, ao fim do quadriênio 2011-2014. No segundo momento, correspondente ao quadriênio 2015-2018, o programa ampliou sua área geográfica de ação, passando a atuar em 144 municípios.9

Este estudo objetivou descrever as ações de controle e a situação epidemiológica da esquistossomose no estado de Pernambuco, Brasil, no período de 2010 a 2016.

Métodos

Estudo descritivo, realizado com dados secundários do SISPCE referentes às áreas endêmicas para esquistossomose em Pernambuco, que incluem 116 municípios endêmicos distribuídos em sete regiões de saúde do estado: I, II, III, IV, V, VIII e XII. O período de 2010 a 2016 foi escolhido pelos pesquisadores em função da reorganização do processo de regionalização de Pernambuco, em 2010.10

Pernambuco constitui-se de 184 municípios e a ilha de Fernando de Noronha, tendo uma população estimada, para o ano de 2019, em 9.557.071 habitantes a ocupar uma área de 98.068,021km2, com uma densidade demográfica de 89,62 hab./km2; apresenta uma realidade marcada por desigualdades sociais.11

Para subsidiar a organização dos serviços de saúde, o estado foi dividido em 12 regiões, distribuídas em quatro macrorregiões de acordo com características geográficas naturais: (i) a Metropolitana, abrangendo litoral e Zona da Mata, formada pela I, II, III e XII regiões de saúde; (ii) o Agreste, formado pelas IV e V regiões de saúde; (iii) o Sertão, formado pela VI, X e XI regiões de saúde; e (iv) a sub-região do Vale do São Francisco e Araripe, formada pela VII, VIII e IX regiões de saúde7,10-12 (Figuras 1 e 2).

Figura 1 - Mapa de Pernambuco com divisão em regiões de saúde 

Figura 2 - Distribuição dos municípios por macrorregião e região de saúde, Pernambuco, 2010-2016 

Esta divisão é importante, dado que, historicamente, a esquistossomose ocorria na Zona da Mata, naturalmente úmida, com rios de água doce e chuvas abundantes, e no Agreste. Questões relacionadas ao fluxo de pessoas têm feito com que a doença se dissemine para o litoral e deixasse o Sertão, com risco de estabelecimento de transmissão ativa.2,4,13 Estas regiões somente foram incluídas como prioritárias quando se verificaram mudanças no perfil de ocorrência da doença.2-4,7,12 Em 2000, um surto de esquistossomose aguda ocorreu em Porto de Galinhas.14 Algumas intervenções foram realizadas e pensava-se que a doença estava controlada naquele balneário mas, em 2011, novo inquérito foi feito e novos casos, com características de cronicidade, foram encontrados.14,15 Além disso, áreas vulneráveis para estabelecimento do ciclo de transmissão, com presença de coleções hídricas e caramujos, têm sido relatadas na macrorregião do Sertão desde 2011.13

Este trabalho baseou-se nos dados da ficha PCE 101, formulário-padrão do SISPCE destinado a reunir informações sobre atividades de campo realizadas pelos municípios endêmicos. O estudo considerou o período de outubro a dezembro de 2018.12

Os indicadores a serem calculados, referentes às ações de controle e epidemiológicas, foram classificados conforme padrões definidos pelo Ministério da Saúde,12 da seguinte forma:

  • a) ações de controle

  • - população trabalhada (indivíduos-alvo dos inquéritos coproscópicos [%]);

  • - exames realizados (indivíduos que realizaram exames coproscópicos [%]);

  • - cobertura de tratamento (indivíduos tratados [%]);

  • b) ações epidemiológicas

  • - positividade (indivíduos cujo exame teve resultado positivo para esquistossomose [%]);

  • - carga parasitária baixa e média (indivíduos com até 16 ovos por grama de fezes [%]);

  • - carga parasitária alta (indivíduos com mais de 17 ovos por grama de fezes [%]); e

  • - positividade para outras helmintoses (indivíduos com exame positivo para outras geo-helmintoses [%]).

O modo de cálculo das frequências relativas das variáveis encontra-se explicitado na Figura 3, que também apresenta os parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde12 para orientar os municípios endêmicos quanto à situação epidemiológica local e as ações de controle da esquistossomose.

Figura 3 - Indicadores referentes às ações de controle da esquistossomose e epidemiológicas selecionadas pelo Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose 

Os dados foram tabulados utilizando-se o software Excel Microsoft Office 2016. Realizou-se o cálculo da média não ponderada pela população de cada variável, por região de saúde. Esse cálculo permite que os parâmetros municipais sejam aplicados para essas regiões.

O projeto do trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Aggeu Magalhães, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz/Pernambuco: Parecer no 3.098.896, emitido em 20 de dezembro de 2018, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) no 03980918.3.0000.5190.

Resultados

A população trabalhada nos 116 municípios endêmicos de Pernambuco, no período estudado, totalizou 1.496.463 indivíduos.

Considerando-se os anos em que houve registro, a XII região de saúde, pertencente à macrorregião da Zona da Mata, foi a que teve maior percentual registrado de população trabalhada, 19,0% em 2014, enquanto a IV região de saúde, localizada no Agreste, apresentou o menor percentual, 0,2% de 2011 a 2013. Realizaram-se 1.071.982 exames coproscópicos. A maioria das regiões examinou aproximadamente 70,0% da população-alvo, sendo que a IV região de saúde apresentou o maior registro (86,0%), em 2012, e a VIII região de saúde, o menor (50,5%), em 2015. Receberam tratamento 35.973 indivíduos, cujo maior percentual foi registrado pela III região de saúde (100,0%), em 2014, enquanto a I região de saúde registrou o menor, 47,0% em 2016 (Tabela 1).

Tabela 1 - Percentuais de população trabalhada, exames realizados e cobertura de tratamento, por região de saúde de Pernambuco, 2010-2016 

Região de Saúde 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
% % % % % % %
PT ER CT PT ER CT PT ER CT PT ER CT PT ER CT PT ER CT PT ER CT
I 3,0 68,0 71,0 2,5 72,0 72,0 3,0 68,0 73,0 3,0 67,0 78,0 4,0 67,0 73,5 3,0 67,0 58,0 2,0 73,0 47,0
II 3,0 78,0 81,0 3,0 82,0 87,5 3,0 76,0 83,0 3,0 77,0 76,0 11,0 77,0 66,0 12,0 72,0 59,0 9,0 73,0 57,0
III 5,0 77,0 86,0 5,5 75,0 86,0 3,0 77,0 91,0 7,0 71,0 82,5 9,0 74,0 100,0 8,5 79,0 59,0 5,0 76,0 67,0
IV - - - 0,2 78,0 87,5 0,2 86,0 79,0 0,2 81,5 95,0 4,0 73,0 91,0 5,0 75,0 81,5 2,0 73,0 63,5
V - - - - - - - - - - - - 13,0 71,5 93,0 11,0 75,0 90,0 10,0 75,0 87,0
VIII - - - - - - - - - - - - 0,1 84,0 - 0,4 50,5 - - - -
XII 9,0 72,0 81,0 10,0 72,0 70,0 11,0 68,0 80,0 12,0 68,0 79,0 19,0 69,0 72,5 18,0 67,0 59,0 10,0 65,5 59,0

PT: população trabalhada.

ER: exames realizados.

CT: cobertura de tratamento.

Computaram-se 47.467 positivos para esquistossomose. A XII região de saúde registrou a maior positividade, 15,2% em 2010, e a IV região de saúde, o menor, 0,5% em 2016. As regiões de saúde que registraram os maiores percentuais foram a III e a XII. Elas foram seguidas pela II região de saúde, principalmente em 2010 (7,3%) e 2011 (7,9%). A partir de 2012, esses percentuais começaram a se reduzir em todas as regiões de saúde avaliadas (Tabela 2).

Tabela 2 - Percentuais de positividade, carga parasitária e positividade para outras helmintoses, por região de saúde de Pernambuco, 2010-2016 

Região de Saúde 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
% % % % % % %
P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH P CP baixa e média CP alta POH
I 5,2 4,7 0,5 12,0 4,4 4,0 0,4 10,0 4,5 4,2 0,3 9,0 4,1 3,8 0,3 7,0 2,9 2,8 0,1 5,0 2,3 2,1 0,2 4,0 1,9 1,8 0,1 3,0
II 7,3 7,0 0,3 2,0 7,9 7,5 0,4 4,0 4,2 4,1 0,1 12,0 3,8 3,7 0,1 4,5 3,1 2,9 0,2 3,0 2,5 2,4 0,1 3,0 2,1 2,0 0,1 3,0
III 9,6 9,0 0,6 17,0 12,3 11,3 1,0 16,0 10,6 10,0 0,6 14,0 8,6 8,1 0,5 13,0 6,4 6,0 0,4 6,0 6,5 5,8 0,7 9.0 5,2 4,7 0,5 6,5
IV - - - - 1,5 1,5 - - 2,0 1,9 0,1 3,5 1,0 1,0 - 0,5 0,6 0,5 0,1 3,0 0,7 0,7 - 5,0 0,5 0,5 - 4,0
V - - - - - - - - - - - - - - - - 2,3 2,2 0,1 4,0 1,6 1,6 - 5,0 1,4 1,4 - 5,0
XII 15,2 13,6 1,6 10,5 8,0 7,5 0,5 9,0 6,2 5,7 0,5 10,5 5,8 5.4 0,4 9,0 5,1 4,7 0,4 7,0 5,0 4,7 0,3 6,0 3,7 3,5 0,2 5,5

P: positividade.

CP: carga parasitária.

POH: positividade para outras helmintoses.

Nota:

A VIII região de saúde não apresentou positividade para esquistomosse, tampouco para outras helmintoses, em nenhum ano da série histórica do estudo.

Entre os indivíduos com resultado de exame coproscópico positivo, 44.245 apresentaram carga parasitária baixa e média (1 a 16 ovos por grama de fezes). A XII região de saúde registrou o maior percentual de carga parasitária baixa e média, 13,6% em 2010, e a IV região de saúde, o menor, 0,5% em 2014 e 2016. De modo geral, todas as regiões propenderam para redução dos valores registrados (Tabela 2).

O total de indivíduos com carga parasitária alta foi de 3.222. A região de saúde com o maior valor foi a XII (1,6%), em 2010; todas as demais regiões registraram percentuais abaixo de 1,0%.

Para outras helmintoses, foram positivos 2.240 indivíduos. A análise anual mostra que o maior valor computado correspondeu à III região de saúde (17,0%), em 2010, e o menor à, IV região de saúde (0,5%), em 2013 (Tabela 2).

Discussão

Até 2014, os indicadores relacionados às ações de controle ou se mantiveram matematicamente estáveis, ou melhoraram para todas as regiões de saúde, embora, na maioria delas, tenham ficado abaixo do recomendado como ideal, qual seja, apresentar mais de 20% para população trabalhada e mais de 80% para exames realizados e cobertura de tratamento.1,7 Após 2014, percebe-se redução nos percentuais, que se estendeu até o fim da série histórica para todas as regiões de saúde: aquelas pertencentes à Zona da Mata (II, III e XII) e ao Agreste (IV e V), tradicionalmente endêmicas e alvo das ações, mantiveram os percentuais mais elevados. Verificou-se que os indicadores epidemiológicos se reduziram entre 2010 e 2016, na maioria das regiões de saúde; as regiões pertencentes à Zona da Mata ainda apresentavam as maiores positividades e cargas parasitárias, ao fim desse período. Ressalta-se que a maior parte das regiões tiveram seus percentuais de ações de controle e epidemiológicos aquém do indicado pelos órgãos governamentais nacionais (abaixo de 10%).12

Inconsistências relacionadas a erros de digitação e/ou perdas no processo entre a coleta dos dados e sua inclusão no sistema constituem limitações do estudo. As informações aqui disponibilizadas se referem, apenas, ao percentual da população endêmica que foi alvo dos inquéritos coproscópicos, impedindo qualquer inferência populacional a partir da presente análise. Outra limitação, esta específica do uso do SISPCE, reside na indisponibilidade de informações sobre malacologia, atividades educativas e de saneamento, o que impossibilitou uma caracterização mais completa das ações de controle. Esse sistema, implantado em 1995, é a única fonte de dados de domínio público a dispor de informações sobre as atividades de rotina do PCE em todos os municípios endêmicos,1 o que advoga a favor de sua alta cobertura e disponibilidade de dados. As informações disponíveis, para fins de análise descritiva das ações de controle e da situação epidemiológica em populações endêmicas, são robustas, haja vista a existência de padronização operacional desde o período de descentralização, referendada por publicações do Ministério da Saúde12 e do SANAR.7

O aumento nos percentuais das ações de controle até 2014 pode ser explicado pela integração entre ações de rotina, realizadas pelos setores de vigilância (diagnóstico e tratamento de doentes), e ações das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), integração esta proposta pelo SANAR em 2011.7 Uma revisão crítica de literatura respalda essa hipótese quando infere que a realização de ações tradicionais, concomitantemente com aquelas propostas pela Atenção Básica, contribuiu para uma melhoria no nível de conhecimento e empoderamento dos profissionais da saúde e da comunidade, resultando em melhoria tanto no cuidado como nas ações de controle da esquistossomose.8

Os melhores resultados observados nas ações de controle para as regiões de saúde tradicionalmente endêmicas pode ser explicado pela tradição, que o estado mantém, de realizar ações gerais de vigilância e controle de doenças. Um estudo sobre a evolução da vigilância no Brasil apoia essas conclusões, quando afirma que o controle de doenças transmissíveis no Brasil é bem estruturado, existindo desde antes de se organizar o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em 1975, pautado em uma lógica vertical sob responsabilidade da Superintendência de Campanhas.15 Este modelo de ação estaria, pois, arraigado no modo como se aborda o controle da esquistossomose em Pernambuco.

A redução dos percentuais registrados pelas ações de controle após 2014 pode decorrer de mudanças advindas do lançamento de uma segunda fase do SANAR. A primeira fase contava com maior aporte financeiro, o que pode ter estimulado a participação ativa dos atores. Políticas de contingenciamento levaram a uma revisão das prioridades, divulgada em um segundo plano, focado no período 2015-2018, apontando para uma menor adesão dos atores-implementadores.2,9,16 Um estudo de revisão da literatura sobre fatores ligados à implementação de políticas em países de baixa e média renda corrobora esses achados, ao certificar que trabalhadores tendem a resistir às mudanças porque elas desorganizam as estruturas de poder estabelecidas.17

O aumento da população-alvo dos inquéritos e dos exames realizados, embora estes ainda sejam inferiores ao recomendado pelo Ministério da Saúde, e a reclassificação de novas áreas como endêmicas (regiões de saúde IV e VIII) têm relação com a realização de inquéritos coproscópicos amostrais e malacológicos, propostos pelo SANAR. Estudos ressaltam a necessidade da realização dessas ações para identificar áreas com potencial de transmissão.4,13 Um desses estudos, realizado em município da Zona da Mata de Pernambuco, comprova a existência de novas áreas de transmissão a partir da realização de inquéritos malacológicos.4 Outro estudo, realizado em 2012 com o objetivo de verificar a ocorrência de caramujos do gênero Biomphalaria em dois açudes de importância para o rio São Francisco, constatou a existência de caramujos desse gênero.13 Embora não estivessem contaminados por Schistosoma mansoni, a presença desses caramujos, somada a condições ambientais favoráveis e ao fluxo de turistas, configura-se como um risco para o estabelecimento do ciclo de transmissão ativa da doença.13

O crescimento do setor turístico, atrelado ao avanço imobiliário acelerado, tem interferido em ambientes de equilíbrio ecológico relativamente frágil, o que também reforça o desafio do aumento da população trabalhada e da realização de exames coproscópicos em todas as regiões de saúde de Pernambuco. Estudos realizados em 2015 e 2016, sobre o turismo de risco em áreas vulneráveis para S. mansoni, apontam o êxodo de portadores de esquistossomose para áreas turísticas, urbanas ou rurais, em busca de trabalho, viabilizando o ciclo de transmissão da doença no momento em que se põe em contato o hospedeiro com o ser humano.14,18 Esta situação pode ser compreendida dentro dos aspectos negativos do processo de globalização: ao se afastar pessoas e agentes infecciosos de seu território original, facilita-se a ocorrência de doenças de considerável impacto em outras regiões e localidades cujos sistemas de saúde não estão preparados para lidar com situações complexas e inéditas para eles.19

Os percentuais de cobertura de tratamento identificados no presente estudo sofreram oscilações, não atingindo, na maioria dos anos, o nível recomendado pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um achado preocupante, na medida em que baixas coberturas de tratamento implicam manutenção do ciclo de transmissão. Estudo de avaliação desse indicador em 11 municípios da Região Metropolitana do Recife, no período entre 2003 e 2005, evidenciou que sete deles mostraram baixos percentuais dessa cobertura.20 Um segundo estudo, com o mesmo objetivo, sobre municípios da região da Zona da Mata pernambucana, constatou que metade deles não apresentava coberturas de tratamento acima de 80%, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde,21 reforçando que coberturas abaixo desse percentual são fato recorrente no estado. É possível que esse resultado esteja associado à carência de profissionais, à ausência de encaminhamento dos casos positivos às unidades de saúde e, também, à fragilidade na mobilização da população para o tratamento com praziquantel.22-24

A redução da positividade e da carga parasitária da esquistossomose e da positividade para outras helmintoses não ocorreu de maneira uniforme, entre as regiões de saúde: aquelas pertencentes à Zona da Mata apresentaram piores resultados. A redução geral pode estar associada à implantação do tratamento coletivo nas localidades hiperendêmicas.7,24,25 Esta estratégia foi proposta para o controle/eliminação de doenças tropicais negligenciadas em localidades com positividade igual ou superior a 10%, considerando-se o grande número de falsos-negativos observado nos exames parasitológicos.7 O tratamento coletivo é realizado mediante administração de fármacos de amplo espectro (praziquantel, albendazol, mebendazol), os quais - dada sua simplicidade - aumentam seu alcance quando combinados, além de assim serem reduzidos custos para o sistema de saúde.7,9,24,26,27 Estudo sobre duas localidades hiperendêmicas para esquistossomose em Jaboatão dos Guararapes, no período entre 2011 e 2013, confirmou que o tratamento coletivo foi útil para a redução da positividade e da carga parasitária.24

A manutenção de indivíduos positivos para esquistossomose e outras helmintoses em regiões tradicionalmente endêmicas relaciona-se tanto a questões ligadas à fisiopatologia das formas graves da doença, em localidades com precárias condições socioeconômicas, quanto à ineficácia do praziquantel como estratégia isolada para eliminação da esquistossomose em regiões hiperendêmicas. Estudo sobre o uso/eficácia dessa medicação unicamente, aplicada por quatro anos (2010-2014) em 67 crianças do Quênia, encontrou que, para 15 delas, a carga parasitária não diminuiu, destacando a capacidade de o parasito permanecer em áreas endêmicas apesar do tratamento sistemático.28 Outro estudo, de avaliação da eficácia do tratamento coletivo para esquistossomose no mundo, faz ressalvas a essa estratégia quando ressalta que a eficácia do praziquantel é de apenas 50% e que esse componente, isoladamente, não é suficiente para eliminar a esquistossomose como problema de Saúde Pública, razão por que seus autores defendem a eficiência do controle integrado.29 Comunidades de nível socioeconômico precário, onde impera a baixa escolaridade atrelada a problemas ambientais, contam com estes fatores a mais para a permanência desses problemas, em um contexto de facilidade de reinfecção.1-7,9,10,12,14,16,18,23-29

A redução dos percentuais da positividade para outras helmintoses pode estar associada ao tratamento com medicamentos de baixa toxicidade (albendazol, mebendazol), realizado há décadas no Brasil e reforçado pelo SANAR.7,25 Dados do inquérito nacional de prevalência da esquistossomose mansônica e geohelmintíases mostraram que o uso periódico desses medicamentos, de baixo custo e fácil administração, é responsável pela redução de aproximadamente 80% dos casos de outras helmintoses.30

A permanência de outras helmintoses e de esquistossomose, sobretudo em sua forma grave nas regiões tradicionalmente endêmicas, sugere a necessidade de reforço dessas ações.

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*Artigo derivado de monografia de conclusão de curso intitulada ‘Caracterização da situação epidemiológica da esquistossomose no Estado de Pernambuco de 2010 a 2016’, apresentada por Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito junto ao Programa de Pós-Graduação de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Instituto Oswaldo Cruz/Pernambuco, em 30 de abril de 2019.

ADENDO Este documento possui um adendo: https://doi.org/10.1590/S1679-49742022000100033

Recebido: 19 de Setembro de 2019; Aceito: 11 de Fevereiro de 2020

Endereço para correspondência: Maria Isabelle Barbosa da Silva Brito - Rua São Salvador, nº 60, Edifício Saint James, Apto. 701, Recife, PE, Brasil. CEP: 52020-195. E-mail: isabellebrito94@gmail.com

Contribuições das autoras

Brito MIBS, Silva MBA e Quinino LRM delinearam a pesquisa, analisaram e interpretaram os dados, redigiram e revisaram o manuscrito. Todas as autoras aprovaram a versão final do manuscrito, garantindo sua precisão e integridade.

Editora associada: Taís Freire Galvão - orcid.org/0000-0003-2072-4834

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