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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versão impressa ISSN 1679-4974versão On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.29 no.3 Brasília jun. 2020  Epub 02-Jun-2020

http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742020000300010 

Artigo original

Validação do peso autorreferido entre usuários do Programa Academia da Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, 2017 *

Validación del peso autoinformado entre los usuarios del Programa Academia de Salud de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2017

Patrícia Pinheiro de Freitas (orcid: 0000-0001-9355-3066)1  , Sueli Aparecida Mingoti (orcid: 0000-0003-3416-4014)2  , Aline Cristine Souza Lopes (orcid: 0000-0001-9782-2606)1 

1Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil

2Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Exatas, Belo Horizonte, MG, Brasil

Resumo

Objetivo

validar o peso corporal autorreferido de usuários do Programa Academia da Saúde (PAS), Belo Horizonte, MG, Brasil, e verificar fatores associados ao erro do peso

Métodos

o peso corporal autorreferido, obtido por entrevista telefônica, foi comparado ao peso mensurado; empregou-se teste t de Student, método ANOVA, coeficiente de correlação de concordância de Lin, método Bland-Altman e índice Kappa; para mulheres, o peso autorreferido foi corrigido, frente ao mensurado, por regressão múltipla.

Resultados

participaram 441 usuários; homens relataram seu peso de forma válida (erro=0; p=0,15); a concordância para classificação de excesso de peso foi de 94,3% (Kappa=0,88); mulheres com >30 anos e excesso de peso apresentaram maior erro no relato (-0,8kg; erro≠0; p<0,01); após correção por regressão múltipla, a validade do peso autorreferido foi satisfatória (erro=0; p=0,99).

Conclusão

para homens, medidas autorreferidas de peso podem ser utilizadas em pesquisas e na vigilância à saúde; para mulheres, fez-se necessária a correção.

Palavras-Chave: Peso Corporal; Estudo de Validação; Planos e Programas de Saúde; Autorrelato

Resumen

Objetivo

validar el peso autoinformado de los usuarios del Programa Academia de Salud (PAS) en Belo Horizonte, MG, Brasil, e identificar los factores asociados al error de peso.

Métodos

el peso autoinformado por entrevista telefónica, fue comparado al peso medido; se usó la prueba t de Student, ANOVA, coeficiente de correlación de concordancia de Lin, método Bland-Altman e índice Kappa; para las mujeres, se corrigió el peso mediante regresión múltiple.

Resultados

se investigaron 441 usuarios; los hombres reportaron su peso válido (error=0; p=0,15); la concordancia para el exceso de peso fue 94,3% (Kappa=0,88); las mujeres con >30 años y con sobrepeso tenían error en el peso autoinformado (-0,8kg; error≠0; p<0,01); después de la corrección por regresión múltiple la validación fue satisfactoria (error=0; p=0,99).

Conclusión

para hombres, puede usarse el peso autoinformado para investigación y vigilancia de la salud, para las mujeres se requiere corrección.

Palabras-clave: Peso Corporal; Estudio de Validación; Planes y Programas de Salud; Autoinforme

Introdução

A crescente prevalência do excesso de peso, da obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) impactam fortemente a Saúde Pública e evidenciam a importância de estudos sobre o estado nutricional da população.1

Medidas autorreferidas de peso corporal são frequentemente utilizadas devido à praticidade e baixo custo de obtenção de informações, seja por telefone, seja por questionário on-line .2 Sua utilização, contudo, está sujeita a maior erro do que as obtidas a partir da aferição por avaliadores.4 De qualquer maneira, antes de tudo, é importante analisar a validade de informações coletadas por autorreferência.3

Apesar de diferentes estudos mostrarem a validade do peso autorreferido,4 ainda não se investigou a qualidade desses dados em usuários com participação rotineira em iniciativas como o Programa Academia da Saúde (PAS), um serviço da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS) voltado para a promoção e cuidado à saúde, sobretudo de pacientes com DCNT.12 A população usuária do PAS apresenta características peculiares como, aparentemente, serem mais dispostos a cuidar de sua saúde e participarem de avaliações semestrais, incluindo a aferição do peso. Estes aspectos podem interferir diretamente no relato do peso corporal, resultando em medidas mais precisas.13

Medidas válidas do peso corporal autorreferido de participantes do PAS podem contribuir para a realização de estudos epidemiológicos de forma mais simples e menos onerosa, conferindo maior agilidade e eficiência ao acompanhamento longitudinal dos usuários e à vigilância daqueles que abandonaram o serviço, mediante o monitoramento telefônico. A autorreferência do peso poderá reduzir a necessidade de recursos humanos, tempo e equipamentos, favorecendo a sustentabilidade das ações de vigilância em saúde.3

O presente estudo teve por objetivo validar o peso corporal autorreferido de usuários do PAS e verificar os fatores associados ao erro no peso autorreferido.

Métodos

Foi realizado estudo de validação para comparar as informações do peso corporal autorreferido com o mensurado de usuários do PAS de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, Brasil.14

Os dados foram obtidos a partir de ensaio comunitário controlado randomizado (ECCR), conduzido no período de março de 2013 a março de 2018, com objetivo de realizar intervenção nutricional e avaliar sua efetividade. Detalhes da pesquisa podem ser vistos em Menezes et al.14 Foram utilizados os dados sociodemográficos e de altura da linha de base presencial do ECCR (tempo 0 – 2013/2014), medidas do peso corporal registradas mediante entrevista telefônica (realizada após 36 meses da linha de base – 2016/2017) e logo validadas em entrevista presencial. Os números de telefone fixo e celular foram obtidos na entrevista de linha de base.

O estudo foi realizado no contexto do PAS. O programa conta com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados. Em Belo Horizonte, suas unidades oferecem exercício físico orientado e ações de promoção, manutenção e recuperação da saúde em parceria com o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB).15 O PAS foi escolhido como cenário de estudo por ser importante ponto da Rede de Atenção às Doenças Crônicas, constituindo um espaço privilegiado para o desenvolvimento de intervenções de promoção de vida saudável, além de seu potencial para a vigilância da saúde.16

Para o processo amostral, foram consideradas elegíveis 42 unidades do PAS entre as 50 instaladas no município à época da amostragem. Os critérios de inclusão das unidades participantes foram: não ter sido alvo de pesquisas relacionadas à alimentação e nutrição nos últimos 24 meses; e localizar-se em áreas de médio e elevado índice de vulnerabilidade à saúde (IVS), priorizadas para a localização desse serviço no município. O IVS, um indicador composto por variáveis socioeconômicas e ambientais, varia de 0 a 1: quanto maior seu valor, maior a vulnerabilidade à saúde, que pode ser classificada em níveis de risco muito elevado, elevado, médio ou baixo.17

A seleção das unidades participantes ocorreu por amostragem – por conglomerados –, estratificada em cada uma das nove administrações regionais de Belo Horizonte. Foram sorteadas duas unidades em cada estrato geográfico, totalizando 18 (42,8%) unidades participantes, consideradas representativas das unidades de médio, elevado e muito elevado IVS do município, com nível de confiança de 95% e erro de menos de 1,4%, cálculo realizado a posteriori .14

Em cada unidade do PAS selecionada, foram convidados a participar do estudo todos os usuários na idade de 20 anos ou mais e frequentes nas atividades do serviço no último mês (presença em ao menos uma das aulas). Os critérios de exclusão foram (i) ser gestante e (ii) ser portador de deficiência que impossibilitasse responder à entrevista.14

Todos os participantes que dispunham de contato telefônico registrado na linha de base foram contactados para reavaliação do ECCR. Foram feitas quatro tentativas de ligação para cada número de telefone disponível, em dias (segunda a sábado) e horários distintos (manhã, tarde e noite). A entrevista também poderia ser agendada conforme a necessidade do usuário. Se, nas quatro tentativas de ligação, não fosse efetivado o contato (telefone indisponível ou ocupado ou chamada dirigida à caixa de mensagem), a equipe de pesquisa buscava novo contato no cadastro no PAS; caso um outro número telefônico estivesse disponível, quatro novas tentativas de ligação eram realizadas e, no caso de não atendimento, o usuário era excluído.

Por telefone, foram entrevistados 2.371 usuários, 15% das quais foram selecionados para participar do estudo de validação do peso corporal autorreferido. A amostra foi calculada com base em estudos de validação anteriores,7 visando obter um nível de confiança nos dados de 95%, capaz de representar os usuários do PAS das unidades participantes do estudo e realizar a validação do peso autorreferido. A amostra foi estratificada por unidade do PAS investigada, frequência ou não do usuário no serviço (presença em ao menos uma das aulas no último mês), sexo (feminino; masculino), faixa etária (em anos: 20 a 29; 30 a 59; 60 ou mais) e estado nutricional (baixo peso/eutrofia; excesso de peso [sobrepeso/obesidade]).18 A seleção aleatória da amostra foi realizada de maneira a conter, quando possível, duas pessoas em cada classe estabelecida, visando minimizar possível vício da resposta autorreferida relacionado às características dos participantes. O poder da amostra foi de 99%, cálculo realizado a posteriori .

O sorteio de seleção dos participantes da amostra foi realizado com o auxílio de programa on-line (www.sorteiador.org). Caso o usuário se recusasse a comparecer, não fosse encontrado após três tentativas de ligação telefônica ou não comparecesse em três agendamentos, ele era substituído a partir de um novo sorteio realizado no mesmo estrato.

A coleta dos dados foi realizada face a face, no tempo 0, e na validação presencial na unidade do PAS de referência do usuário; e por entrevista telefônica, 36 meses após a avaliação inicial.

Da linha de base (tempo 0) foram utilizadas as seguintes variáveis:

  1. sexo (masculino; feminino);

  2. idade (em anos);

  3. escolaridade (em anos de estudo);

  4. estado civil (casado/união estável; separado/solteiro/viúvo);

  5. ocupação (aposentado/pensionista, desempregado; do lar; outras); e

  6. fautoavaliação de saúde (muito ruim/ruim/regular; boa/muito boa).14

Adicionalmente, utilizou-se a medida de altura, obtida por uma única tomada em estadiômetro portátil, marca Alturexata®, com capacidade para 220cm e precisão de 0,5cm; e o peso corporal aferido em uma única tomada sobre balança digital da marca Marte®, modelo PP 180, com capacidade para 180kg e precisão de 100g. A balança era disposta em local nivelado e os participantes pesados descalços, trajando roupas leves.20

Na entrevista telefônica, realizada após 36 meses, foram investigadas as informações sobre a frequência nas atividades do PAS (“ Você ainda frequenta o Programa Academia da Saúde? ”) e o peso corporal autorreferido (“ Qual é o seu peso atual? ”).

Na etapa de validação presencial, foram coletados os seguintes dados: tentativas recentes de emagrecimento desde a última avaliação da pesquisa (sim; não); e peso corporal, aferido segundo os mesmos procedimentos utilizados na linha de base.

O peso corporal corrigido foi estimado para mulheres, a partir de fórmula que considerou as características associadas ao erro no relato obtido, por regressão linear múltipla. Desta maneira, foram incluídas as informações do estado nutricional da linha de base, a idade, além da informação do peso autorreferido obtido na entrevista telefônica. As características de cada um dos participantes foram multiplicadas pelos coeficientes obtidos na regressão linear múltipla e somados para obtenção da medida corrigida. O peso corporal mensurado – na entrevista presencial de validação dos dados – e a altura – aferida na linha de base – foram utilizados para obter o índice de massa corporal (IMC) mensurado:

IMCmensurado = peso mensurado na validação (kg)/altura mensurada na linha de base (m)2

A classificação como ‘excesso de peso’ (sim; não) foi feita de maneira diferenciada, conforme a idade dos participantes: adultos com excesso de peso (20 a 59 anos) = IMC≥25,0 Kg/m2; e idosos com excesso de peso (60 ou mais anos) = IMC≥27,0 Kg/m2.18

O IMC também foi calculado com o peso autorreferido (IMCautorreferido = peso autorreferido [kg]/altura mensurada na linha de base [m]2) e o peso corrigido (IMCcorrigido = peso corrigido [kg]/altura mensurada na linha de base [m]2), utilizando-se sempre a altura mensurada na linha de base.

A coleta de dados foi realizada por acadêmicos de curso de nutrição e profissionais de saúde, previamente treinados para o uso dos instrumentos e condução das entrevistas, sob orientação de supervisor de campo e do pesquisador principal. Foram realizados treinamentos semestrais com toda a equipe, construídos manuais de campo e logística da coleta para os diferentes momentos do estudo.14

Na coleta de dados presencial, a consistência dos dados foi verificada pelo supervisor de campo, que retornava o questionário ao entrevistador em caso de inconsistência. Na coleta por telefone, o supervisor se encarregava da revisão das respostas e acompanhava as ligações.

As análises ocorreram em duas etapas. Na primeira etapa, foram identificadas as características sociodemográficas e de saúde dos indivíduos com maiores erros entre o peso autorreferido e o mensurado. Em seguida, fez-se a correção dos dados autorreferidos, quando necessário. Todos os testes foram realizados com utilização do Data Analysis and Statistical Software (Stata) versão 14.0 e foi adotado um nível de significância de 5% (p<0,05).

Para verificação da distribuição das variáveis numéricas, utilizou-se o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, sendo os dados apresentados na forma de média e intervalo de confiança de 95% (IC95%); exceto para o intervalo de tempo entre as entrevistas, apresentado na forma de mediana e intervalo interquartílico (p25-p75). As características sociodemográficas e de saúde dos participantes foram apresentadas por distribuição de frequências.

Para as análises dos dados, foram removidos indivíduos que apresentaram valores muito distantes entre o peso mensurado e o autorreferido, ou seja, aqueles acima do terceiro quartil ou abaixo do primeiro quartil, com base no método de amplitude interquartílica (Interquartile Range [IQR]).21 Posteriormente, realizou-se a correção dessas informações.

Para validação dos dados, calculou-se: a variação dos erros dos pesos autorreferido e mensurado (erro = peso autorreferido – peso mensurado); e a variação dos erros segundo as características dos participantes.

Utilizou-se o teste t de Student pareado para verificar diferenças nos pesos autorreferido e mensurado; e para verificar se a média do erro dos pesos era igual a zero, o teste t de Student para amostra única. Para comparar o erro médio do peso de acordo com as características dos participantes (idade; escolaridade; ocupação; estado civil; autoavaliação de saúde; tentativas anteriores de emagrecimento; estado nutricional), utilizou-se o modelo de análise ANOVA.

Na sequência, aplicou-se a regressão linear múltipla (RLM) para identificar as características associadas ao erro do peso. As variáveis testadas foram inseridas no modelo em blocos, na seguinte ordem: características sociodemográficas (idade; ocupação; escolaridade; estado civil); características gerais (participação no PAS; autoavaliação de saúde); e características relacionadas ao peso (estado nutricional; satisfação com o peso; tentativas anteriores de emagrecimento). As variáveis associadas ao erro (p<0,05) foram inseridas em um modelo de RLM, para se estimar o peso corrigido. Visando averiguar a qualidade dos modelos, realizou-se o teste VIF ( variance inflation factor ) para afastar a possibilidade de multicolinearidade entre variáveis independentes, assim como as análises de normalidade, homocedasticidade e independência dos resíduos.

A concordância entre as duas fontes de informação – peso autorreferido e peso mensurado – foi avaliada pelo coeficiente de correlação de concordância de Lin (CCC).22 Para identificar erros e padrões de diferenciação entre os valores autorreferidos e mensurados, empregou-se a metodologia proposta por Bland e Altman.23 O índice Kappa de concordância foi utilizado para verificar diferenças entre a classificação de excesso de peso para (i) o peso corporal autorreferido versus mensurado e (ii) o peso corporal corrigido versus mensurado.

O estudo foi conduzido de acordo com as normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, mediante submissão e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (COEP/UFMG) – 0537.0.0203.000-11; 52683916.0.0000.5149 – e da Prefeitura de Belo Horizonte – 0537.0.0203.410-11A; 52683916.0.3001.5140. Todos os sujeitos participantes foram informados sobre a pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Resultados

A coleta de dados da validação ocorreu em intervalo de no máximo dois meses (2016-2017) após a entrevista por telefone (média de intervalo = 23,2 dias [IC95% 22,4;24,1]). Não houve relação entre o erro do peso e o intervalo de tempo para obtenção das medidas autorreferida e coletada (p=0,94). O presente estudo de validação observou o predomínio de participantes do sexo feminino (85,7%), da faixa etária de 30 a 59 anos (54,2%), com 9 a 11 anos de escolaridade (30,8%), homens e mulheres aposentados ou pensionistas (37,6%) e casados ou vivendo em união estável (64,9%) ( Tabela 1 ).

Tabela 1 – Características sociodemográficas do estudo de validação do peso autorreferido de participantes do Programa Academia da Saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2013-2017 

Variáveis Estudo de validação
n %
Sexo
Feminino 378 85,7
Masculino 63 14,3
Idade (em anos)
20-29 122 3,6
30-59 158 54,2
≥60 161 42,2
Escolaridade (em anos de estudo)
≤4 152 34,5
5-8 115 26,1
9-11 136 30,8
≥12 38 8,6
Ocupação
Aposentado/pensionista 166 37,6
Desempregado 6 1,4
Do lar 141 32,0
Outras 128 29,0
Estado civil
Casado/união estável 286 64,9
Separado/solteiro/viúvo 155 35,1

Nota:

N = 441 indivíduos.

A diferença média entre o peso autorreferido e o peso mensurado dos participantes foi de -0,7kg (IC95% -1,1;-0,4): homens subestimaram seu peso em 0,6kg (IC95% -1,3;0,2), e mulheres em 0,8kg (IC95% -1,1;-0,4) ( Tabela 2 ).

Tabela 2 – Valores de pesoa autorreferido, peso mensurado e erros, segundo o sexo de participantes do Programa Academia da Saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2017 

População Variável n Valor IC95%b p-valor
TOTAL Peso autorreferido (kg) 441 69,6 68,3;70,8 0,64d
  Peso mensurado (kg) 441 70,3 69,0;71,6
  Erro do peso (kg) 441 -0,7 -1,1;-0,4 <0,01e
  CCCc (IC95%)b   0,97 0,96;0,97  
Sexo
Homens Peso autorreferido (kg) 63 78,4 74,9;81,9 0,99d
  Peso mensurado (kg) 63 79,0 75,3;82,6
  Erro do peso (kg) 63 -0,6 -1,3;0,2 0,15e
  CCCc (IC95%)b   0,98 0,96;0,98  
Mulheres Peso autorreferido (kg) 378 68,1 66,8;69,4 0,49d
  Peso mensurado (kg) 378 68,9 67,5;70,2
  Erro do peso (kg) 378 -0,8 -1,1;-0,4 <0,01e
  CCCc(IC95%)b   0,97 0,96;0,97  
Idade (em anos)
20-29 Peso autorreferido (kg) 15 73,5 61,1;85,8 0,01d
  Peso mensurado (kg) 15 75,6 62,3;88,8
  Erro do peso (kg) 15 -2,1 -3,7;-0,5 0,01e
  CCCc (IC95%)b   0,99 0,97;0,99  
30-59 Peso autorreferido (kg) 226 70,9 69,1;72,8 <0,01d
  Peso mensurado (kg) 226 71,6 69,8;73,5
  Erro do peso (kg) 226 -0,7 -0,9;-0,4 <0,01e
  CCCc (IC95%)b   0,99 0,98;0,99  
≥60 Peso autorreferido (kg) 173 67,1 65,3;68,9 <0,01d
  Peso mensurado (kg) 173 67,7 65,9;69,5
  Erro do peso (kg) 173 -0,6 -0,9;-0,3 <0,01e
  CCCc (IC95%)b   0,98 0,98;0,99  
Estado nutricional
Baixo peso/eutrofia Peso autorreferido (kg) 170 59,9 58,7;61,1 0,25d
  Peso mensurado (kg) 170 60,1 58,9;61,3
  Erro do peso (kg) 170 -0,2 -0,4;0,1 0,25e
  CCCc(IC95%)b   0,97 0,96;0,98  
Excesso de peso Peso autorreferido (kg) 244 76,2 74,5;77,8 <0,01d
  Peso mensurado (kg) 244 77,3 75,6;78,9
  Erro do peso (kg) 244 -1,1 -1,4;-0,8 <0,01e
  CCCc (IC95%)b   0,98 0,98;0,98  

a) Peso avaliado em quilos.

b) IC95%: intervalo de confiança de 95%.

c) CCC: coeficiente de correlação de concordância de Lin.

d) Teste t de Student pareado.

e) Teste t de Student para avaliar se os erros dos pesos são iguais a zero.

Nota:

N = 441 indivíduos.

Foi substancial a concordância para a população geral (CCC=0,97) e quando estratificada por sexo (CCC=0,97 para mulheres; CCC=0,98 para homens). A distribuição do erro do peso autorreferido entre os homens revelou-se em torno de zero (p=0,15), enquanto para a população geral e para as mulheres, especificamente, houve desvio em relação ao zero: p<0,01 ( Tabela 2 ). Sendo assim, procedeu-se à investigação dos fatores associados ao erro do peso nas mulheres.

A concordância do peso, segundo as características das mulheres, mostrou maiores variações entre aquelas com 20 a 29 anos de idade e com autopercepção de saúde desfavorável ( Tabela 3 ). O erro médio do peso autorreferido variou segundo ocupação, tentativa de emagrecimento e estado nutricional.

Tabela 3 – Distribuição das médias de erros do peso autorreferido e dos coeficientes de correlação de concordância, segundo as características de mulheres participantes do Programa Academia da Saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2017 

Características n Média IC95%b p-valorc CCCd IC95%b
Idade (em anos)
20-29 15 -2,33 -4,16;-0,51 0,07 0,98 0,95;0,99
30-59 212 -0,74 -1,14;-0,35   0,98 0,97;0,98
≥60 151 -0,65 -1,3;-0,01   0,95 0,93;0,96
Ocupação
Aposentado/pensionista 125 -0,90 -1,64;-0,16 0,04 0,96 0,95;0,97
Desempregado 4 0,90 -0,27;2,07   0,97 0,85;1,00
Do lar 140 -0,53 -1,00;-0,06   0,98 0,97;0,98
Outras 105 -1,02 -1,63;-0,41   0,97 0,96;0,98
Escolaridade (em anos de estudo)       0,58    
≤4 133 -0,90 -1,68;-0,12   0,94 0,92;0,96
5-8 101 -0,92 -1,43;0,40   0,98 0,96;0,98
9-11 115 -0,52 -1,06;0,01   0,98 0,97;0,99
≥12 29 -0,65 -1,30;0,00   0,99 0,98;0,99
Estado civil
Separado/solteiro/viúvo 137 -0,67 -1,40;0,05 0,29 0,98 0,97;0,98
Casado/união estável 241 -0,83 -1,19;-0,47   0,95 0,94;0,97
Estado nutricional       <0,01    
Baixo peso/eutrofia 152 -0,19 -0,55;0,17   0,95 0,94;0,96
Excesso de peso 226 -1,16 -1,68;-0,64   0,95 0,94;0,97
Autoavaliação de saúde       0,78    
Muito ruim/ruim/regular 11 -3,47 -9,67;2,72   0,95 0,92;0,97
Boa/muito boa 306 -0,62 -0,97;-0,26   0,98 0,97;0,98
Tentativa de emagrecimento       0,02    
Não 194 -0,62 -1,16;-0,09   0,95 0,93;0,96
Sim 184 -0,93 -1,36;-0,49   0,95 0,94;0,96
Participa do PASe       0,15    
Não 162 -1,07 -1,68;-0,47   0,97 0,96;0,98
Sim 216 -0,54 -0,95;-0,14   0,97 0,96;0,98

a) Peso avaliado em quilos.

b) IC95%: intervalo de confiança de 95%.

c) Método ANOVA.

d) CCC: coeficiente de correlação de concordância de Lin.

e) PAS: Programa Academia da Saúde.

Nota:

N = 441 indivíduos.

Na análise multivariável, realizada para as mulheres, apenas a idade e o estado nutricional permaneceram associados ao erro do peso ( Tabela 4 ). O coeficiente de determinação (R2) do modelo final mostrou que 98,1% da variação do erro no peso autorreferido por elas foi explicado por essas variáveis. Em geral, quanto maior era a idade das mulheres, maior era o erro do peso em comparação àquelas com 20 a 29 anos ( Tabela 4 ).

Tabela 4 – Modelo de regressão linear múltipla utilizado para correção do peso autorreferido de mulheres participantes do Programa Academia da Saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2013-2017 

Características Estimativa Erro-padrão p-valor
Idade (em anos)
20-29 1,00    
30-59 -1,04 0,52 0,05
≥60 -1,03 0,53 0,05
Estado nutricional
Baixo peso/eutrofia 1,00    
Excesso de peso 0,85 0,26 <0,01

Notas

Ajuste pelo peso referido; R2 ajustado = 0,981.

N = 441 indivíduos.

Com base nesses valores, foi possível calcular o peso corrigido segundo o estado nutricional e a idade, utilizando-se regressão linear múltipla:

Peso corrigido = 0,61 + estado nutricional (baixo peso/eutrofia) X (1) + estado nutricional (excesso de peso) X (0,85) + idade (20 a 29 anos) X (1) - idade (30 a 59 anos) X (1,04) - idade (60 anos) X (1,03) + peso autorreferido X (1,01)

A Figura 1 apresenta o gráfico de dispersão elaborado pelo método de Bland e Altman. Observando-se os limites de concordância, o peso corrigido para as mulheres melhorou a precisão, aumentando o valor de CCC de 0,97 (IC95% 0,96;0,97) para 0,99 (IC95% 0,98;0,99), com distribuição do novo erro em torno de zero (p=0,999).

Figura 1 – Gráfico de Bland e Altman para peso autorreferido e peso corrigido, segundo sexo de participantes do Programa Academia da Saúde, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2017 

A prevalência de excesso de peso entre as mulheres, calculada pelo IMC obtido a partir das medidas de peso autorreferido e peso mensurado, foi de 65,5% e 63,6%, respectivamente, apresentando uma concordância de 94,3% (Kappa=0,878). Após a correção do peso autorreferido, a prevalência de excesso de peso foi de 63,9%, e a concordância com o peso mensurado, de 94,6% (Kappa=0,883).

Discussão

Este trabalho consistiu da validação do peso corporal referido por usuários do PAS em entrevista telefônica, comparado ao peso mensurado em entrevista presencial, a que se somou a análise dos fatores associados ao erro do peso autorreferido. Os resultados mostraram a validade do peso autorreferido para homens. Para as mulheres, o peso autorreferido mostrou-se suficiente para avaliar o estado nutricional, mas houve necessidade de correção estatística para a utilização da medida contínua. O erro do peso autorreferido identificado entre as mulheres foi associado ao estado nutricional e à idade.

Estudos mostram a validade de medidas autorreferidas em distintas populações.8 Entretanto, também é observada a subestimação do peso autorreferido pelas mulheres.11 Neste estudo, as mulheres subestimaram seu peso em aproximadamente 0,8kg, valor menor do que o observado no Reino Unido (erro de -2,6kg) e em Salvador, Bahia (erro de -0,9kg), embora maior que o observado em egressos do ensino superior do estado de Minas Gerais (erro de -0,6kg).2 Diferenças entre o peso autorreferido e o mensurado são frequentemente associadas ao sexo, estado nutricional, faixa etária e escolaridade.22 A relação direta encontrada entre maior idade e menor validade de peso nas mulheres pode se relacionar à menor frequência de pesagem entre aquelas de faixa etária mais avançada, por não acompanharem as mudanças do peso corporal ao longo do tempo. Essa diferença também pode refletir o modelo de magreza social e culturalmente valorizado.11

Foi observada boa concordância para a classificação do estado nutricional utilizando-se a medida autorreferida, tanto para homens como para mulheres, corroborando achados de outros estudos. Nesse sentido, um exemplo é o estudo de base populacional realizado em zona rural do Nordeste brasileiro, no ano de 2011, não obstante ter identificado menor acurácia em idosos e naqueles com escolaridade inferior a quatro anos, o estudo também mostrou que a dificuldade no acesso aos serviços de saúde e locais que possibilitassem a aferição do peso também resultaram em piores relatos.28

A validação das medidas autorreferidas na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013, mostrou erro na informação de peso para todas as categorias de sexo, idade e escolaridade avaliadas, embora esse erro fosse menor em idosos e pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. A PNS também mostrou que, apesar do erro encontrado, o peso autorreferido pode ser utilizado como proxy dos valores medidos em adultos.5 Os pesquisadores avaliaram que a sensibilidade para determinar sobrepeso e obesidade a partir da medida autorreferida é maior em homens do que em mulheres.5

Um diferencial deste estudo foi sua condução em um serviço do SUS, como o PAS, caracterizado pela frequência regular dos usuários e realização de avaliações físicas periódicas.15 Como a frequência ao PAS é semanal (média de três vezes por semana), partiu-se da premissa de que essa condição implicasse maior cuidado com a saúde e maior frequência na aferição de seu peso (nas unidades do PAS estudadas, o peso é aferido semestralmente), tornando a medida autorreferida mais próxima da real. Entretanto, tal hipótese não foi confirmada para as mulheres.

Decididos a contornar esse problema, estes pesquisadores optaram por corrigir estatisticamente o peso autorreferido, considerando as características que mais impactaram o erro no relato das mulheres. A concordância da medida corrigida com o peso mensurado foi elevada, apontando que a adoção desta proposta de correção poderá ser útil para estudos de avaliação longitudinal do peso com populações de características semelhantes. Adicionalmente, após a validação do peso, a fórmula obtida foi utilizada para corrigir o peso autorreferido dos participantes excluídos da análise, bem como foi verificado o coeficiente de relação de concordância – CCC de 0,853 – para o peso corrigido, revelando que, de fato, a utilização da fórmula de correção é válida para a população em estudo (dados não apresentados). Os resultados mostram a importância do uso de medidas corrigidas para predições mais válidas, e reforçam a importância deste trabalho.

Outro aspecto positivo do estudo foi a inclusão, nas análises, dos usuários infrequentes do PAS. Por se tratar de um serviço de saúde de participação contínua, embora de elevada rotatividade,13 optou-se por incluí-los. O fato de não se encontrarem diferenças de acordo com a frequência de participação no serviço de saúde pode ser um indicativo de que a participação prévia no PAS demonstra um cuidado contínuo com a saúde. A hipótese dos autores é que, a despeito de não frequentar a rotina de atividade do PAS de forma contínua, sua participação anterior teria sensibilizado o indivíduo e contribuído para a promoção de sua saúde. Tal hipótese sugere que a implantação do Programa Academia da Saúde constituiria uma importante estratégia para o controle de doenças crônicas não transmissíveis e a promoção de modos de vida saudáveis.29

Este trabalho também apresenta limitações. O tempo decorrido entre a coleta de dados por telefone e a entrevista de validação do peso presencial pode ter repercutido em variação real do peso. Todavia, se essa variação ocorreu, foi de pequena magnitude, uma vez que o intervalo de tempo entre as medidas foi pequeno e, ademais, não se encontrou correlação entre o intervalo das medidas e o erro do peso apresentado.

A validação da medida de peso corporal de usuários de serviço de promoção da saúde do SUS é inédita e permite a realização de seu monitoramento por telefone. Isto simplifica a logística de estudos epidemiológicos e do próprio serviço, ao favorecer ações de vigilância em saúde mais rápidas e baratas, e menor necessidade de recursos humanos.

Conclui-se que o peso autorreferido de usuários do Programa Academia da Saúde de Belo Horizonte foi válido para homens, porém com necessidade de correção para as mulheres, devido a variações associadas ao estado nutricional e à idade. Após essa correção, o peso corporal das mulheres mostrou nível de validade satisfatório. Ressalta-se que a obtenção de medidas válidas de peso autorreferido simplifica o acompanhamento longitudinal dos usuários de serviços de saúde, sobretudo dos infrequentes, favorecendo a realização de estudos epidemiológicos longitudinais e da vigilância em saúde de forma sustentável.

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Editora associada: Doroteia Aparecida Höfelmann - orcid.org/0000-0003-1046-3319

*O artigo é originado da tese de doutorado intitulada ‘Ambiente Alimentar e Excesso de Peso em Usuários do Programa Academia da Saúde’, apresentada por Patrícia Pinheiro de Freitas junto ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais em 2019. Estudo financiado com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (CNPq/MCTIC) (476686/2013-0; 408136/2017-0), Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) (APQ-00585-17, PPM-00254-15; 21618/2013; APQ-033376-12), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/Ministério da Educação (Capes/MEC) (Código de financiamento 001; CNPq para bolsa produtividade do pesquisador [ACSL] 302978/2018-6).

Recebido: 21 de Outubro de 2019; Aceito: 17 de Abril de 2020

Endereço para correspondência: Aline Cristine Souza Lopes – Av. Prof. Alfredo Balena, no 190, Sala 316, Santa Efigênia, Belo Horizonte, MG, Brasil. CEP: 30130-100 E-mail: alinelopesenf@gmail.com

Contribuição das autoras

Freitas PP contribuiu com a concepção do estudo, aquisição, análise e interpretação dos dados e elaboração do manuscrito. Mingoti SA contribuiu no delineamento do estudo, análise e interpretação dos dados e revisão crítica do manuscrito. Lopes ACS contribuiu na concepção e desenho do estudo, aquisição, análise e interpretação dos dados e revisão crítica do conteúdo do manuscrito. Todas as autoras aprovaram a versão final e são responsáveis por todos os aspectos do trabalho, incluindo a garantia de sua precisão e integridade.

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