A Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (RESS) foi criada em 1992, como Informe Epidemiológico do SUS (IESUS), e, em 2003, adotou o formato de revista científica.1 Em 2011, a partir das sólidas bases construídas em seu histórico, iniciou-se uma nova fase de impulso ao desenvolvimento da revista, com a ampliação do Comitê Editorial e da equipe editorial.2
Procedeu-se à revisão do plano de fortalecimento da RESS, visando reforçar o caráter científico do periódico e alcançar padrões de publicação para atendimento aos critérios de indexação de bases bibliográficas nacionais e internacionais. As instruções aos autores foram revisadas, a submissão de manuscritos via correio foi abandonada e o processo editorial passou a ser realizado de forma totalmente eletrônica. Foram realizados esforços para assegurar a publicação de 15 artigos originais por número, com regularidade e pontualidade. Como resultado, em um curto intervalo de tempo, a RESS foi indexada nas coleções SciELO Brasil (2014)4 e SciELO Saúde Pública (2015), assim como nas bases bibliográficas Medline (2016),5 Scopus (2017), Embase (2017), Emerging Sources Citation Index (2017)6 e AmeliCA (2020).
A indexação na Coleção SciELO Brasil foi fundamental para impulsar a profissionalização do processo editorial da RESS. A revista passou a utilizar sistema eletrônico de gestão de manuscritos e começou a publicar todos os artigos nas versões em português e inglês, com resumos em versões nesses idiomas, bem como em espanhol.3 O período de 2011 a 2021 foi caracterizado pela ampliação da relevância da RESS na área da Saúde Coletiva, e sua consolidação como periódico científico com qualidade e reconhecimento nacional e internacional.3
Nessa década virtuosa, a revista apresentou expressivo crescimento no número de artigos submetidos e publicados ( Figura 1 ), bem como incremento de seus indicadores de acesso e citação, com consequente melhoria na classificação Qualis CAPES.8 Do número 4 de 2011 ao número 3 de 2021, foram publicados 39 números regulares, incluindo 641 artigos originais ou de revisão. Tais artigos, assim como os editoriais, abrangeram temáticas diversas, acompanhando a evolução da epidemiologia e da vigilância em saúde no período e destacando temas relevantes, a exemplo da epidemia de microcefalia pelo vírus Zika no Brasil (2015-2016)9 e da pandemia da COVID-19 (de 2020 até o momento).12 Também foram publicados artigos de séries temáticas, orientações para a redação científica, versões em português de documentos internacionais contendo recomendações para a publicação e orientações sobre integridade científica, e guias de redação científica.3 Ademais, foram publicados três números especiais que destacaram assuntos relevantes na área da vigilância em saúde.18

a) Número de artigos publicados até o número 3 de 2021; número de artigos submetidos até 31 de julho de 2021.
Figura 1 – Número de artigos submetidos e publicados na Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil , 2003-2021a
O período também foi marcado pela realização de atividades de divulgação científica, de formação de autores e revisores, e pelo estabelecimento e fortalecimento de parcerias com outras revistas da área, a exemplo da Revista Brasileira de Epidemiologia, da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e da Revista Pan-Amazônica de Saúde . Destaca-se a criação, em 2012, do Prêmio RESS Evidencia, para reconhecimento ao melhor artigo original publicado na RESS a cada ano.3
Participar da evolução da RESS, durante esta década virtuosa – de 2011 a 2013, como Editora Científica, e de 2014 a 2021, como Editora Geral –, foi uma grande satisfação e um privilégio. Os resultados alcançados, fruto de intenso trabalho e esforços coletivos, devem ser celebrados. Agradeço a toda a equipe da revista, aos membros do Comitê Editorial, gestoras e gestores da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), autoras, autores e a toda a comunidade da RESS, que colaboraram para que a revista lograsse grande desenvolvimento. Menciono especialmente o Dr. Jarbas Barbosa, que, com sua extraordinária capacidade de liderança e entusiasmo, sempre apoiou o desenvolvimento da RESS, desde seu princípio. Também, a Profa. Dra. Elisete Duarte, que atuou com extrema competência, dedicação e integridade como Editora Executiva da RESS, ao longo dessa década.
A transição na gestão da RESS ocorreu em um momento no qual o país apresentava expressivos números de casos e mortes por COVID-19, com desastrosas consequências sociais e econômicas, enquanto gestores públicos com posições anticientíficas estavam responsáveis pelo enfrentamento à epidemia. Nessa situação adversa, cumpre destacar o papel fundamental do Comitê Editorial da RESS, incansável no exercício de suas atribuições e no zelo pela autonomia da revista perante sua instituição mantenedora. Membros do Comitê se posicionaram de forma enfática para garantir que a indicação da gestão da SVS para a Editoria Geral fosse realizada em conformidade com o Estatuto da revista.
Com orgulho, e aproveitando a rica experiência acumulada, passo a compor este honrado Comitê, que seguirá atuando para promover o constante aprimoramento da RESS e para que a revista continue a cumprir sua nobre missão de difundir o conhecimento epidemiológico aplicável às ações de vigilância, de prevenção e de controle de doenças e agravos de interesse da Saúde Pública, visando ao aprimoramento dos serviços oferecidos pelo SUS.
Vida longa à RESS!