Prezada editora,
Artigo publicado no n. 1 do vol. 30 deste periódico1 abordou a integração do agente de controle de endemia na Estratégia Saúde da Família (ESF) no combate ao Aedes aegypti, apontando para a necessidade de realizar ajustes nessa integração. No sentido de contribuir na reflexão acerca desses ajustes, trazemos algumas ponderações.
A assimilação de conhecimentos adequados não necessariamente reverte em ações efetivas na eliminação dos criadouros;2 essa dimensão deve ser considerada, mas reforça a pertinência e relevância da interação dos agentes de endemia na ESF. É importante considerar as dificuldades - até mesmo dos agentes - para alcançar os criadouros urbanos do Aedes aegypti, assim como notar as limitações comuns dos cidadãos (doenças, obesidade, idade, deficiências, fobias, entre outras) que lhes dificultam ou impossibilitam alcançar e eliminar muitos dos criadouros.2 A culpabilização individual deve ser evitada, privilegiando-se o planejamento de estratégias efetivas que contornem as limitações em cada contexto.2
Seria conveniente refletir sobre a pertinência de capacitar as equipes com novas habilidades, em especial direcionadas à promoção de ações colaborativas e cooperativas,2 a fim de se contornarem os obstáculos sociais e ambientais e se propiciar a interação com outros serviços, como a coleta de lixo, e com diferentes profissionais, a exemplo de assistentes sociais.
Idealmente, é estratégico propor uma atuação abrangente no combate aos vetores, porque o mesmo ambiente urbano onde prolifera o Aedes aegypti também pode ser propício à proliferação de outros importantes vetores para a saúde pública, como pernilongos, moscas, baratas e ratos.