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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versión impresa ISSN 1679-4974versión On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.30 no.4 Brasília dic. 2021  Epub 26-Nov-2021

http://dx.doi.org/10.1590/s1679-497420210004000022 

Editorial

A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, seu papel e contribuições no contexto pandêmico

La revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, su papel y contribuciones en el contexto pandémico

Cynthia Braga (orcid: 0000-0002-7862-6455)1  , Barbara Reis-Santos (orcid: 0000-0001-6952-0352)2 

1Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, PE, Brasil

2Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, DF, Brasil

A Epidemiologia tem historicamente assumido papel relevante na produção de informação para o processo de decisão no âmbito da saúde pública. Com base em seus fundamentos e por meio da aplicação de seus métodos, tem contribuído para a melhor compreensão dos fenômenos de saúde da coletividade e fornecido informações que auxiliam os gestores e profissionais dos serviços no processo de tomada de decisão, permitindo a definição de políticas, intervenções e práticas voltadas à prevenção, ao monitoramento e à redução do impacto de eventos de saúde na população.1

No Brasil, a epidemiologia experimentou expressivo desenvolvimento a partir da década de 1980, e sofreu forte impulso nos seus campos científico e prático, com a redemocratização do país e a promulgação da Constituição Federal de 1988.2 Desde então, esta disciplina, forjada no compromisso com a redução das iniquidades de saúde e a melhoria das condições de vida da população brasileira,2 tem fornecido contribuições relevantes para o conhecimento dos processos saúde-doença, o diagnóstico da situação de saúde da população, para a definição de políticas de saúde e de práticas voltadas ao enfrentamento dos problemas de saúde. Cita-se como exemplo recente o protagonismo e dinamismo de cientistas e profissionais da área no enfrentamento da emergência global da epidemia de Zika no Brasil, que, com a cooperação de centros de pesquisas e instituições governamentais nacionais e internacionais, conseguiu prover, em curto período de tempo, evidências epidemiológicas sobre a relação entre a epidemia de microcefalia e a infecção pelo vírus,3 elaborar e estruturar sistemas de vigilância e modelos de atenção dirigidos ao evento.4, 5

A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS), como os demais periódicos brasileiros da área da saúde coletiva, vem acompanhando e participando desse desenvolvimento há quase três décadas. Inicialmente, como Informe Epidemiológico do SUS, objetivava a organização e ampla divulgação de informações epidemiológicas do Ministério da Saúde; 6 a partir de 2003, este informe deu lugar à RESS, que desde então visa ao aprimoramento dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), pela difusão do conhecimento epidemiológico aplicável às ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos de interesse da saúde pública.7

A emergência sanitária global, advinda com a pandemia de COVID-19, tem imposto novos e complexos desafios às sociedades e, neste contexto, a resposta da ciência tem se mostrado rápida e contundente.8 No Brasil, até o dia 7 de outubro de 2021, a Plataforma Brasil registrava 13.781 projetos aprovados cujos títulos incluíam ‘COVID-19’. Essa produção acelerada de pesquisas, associada à demanda por maiores informações sobre a nova doença, tem se refletido no expressivo volume de publicações científicas sobre o problema nos periódicos científicos brasileiros da área da saúde coletiva, ressaltando-se a publicação de pesquisas originais. Até setembro de 2021, estes periódicos nacionais haviam publicado cerca de 400 artigos em diversas modalidades (Tabela 1).

Tabela 1 Número de artigos sobre COVID-19 publicadosa em revistas brasileiras da área de saúde coletivab, até 30 de setembro de 2021 

Revista Artigos publicados
2020a 2021a
n n
Ciência & Saúde Coletiva 118 62
Cadernos de Saúde Pública 66 42
Revista de Saúde Pública 13 11
Epidemiologia e Serviços de Saúde 27 11
Saúde em Debate 48 2
Total 272 128

aInformações extraídas do SciELO, excluídas as erratas, em 7 de outubro de 2021

bCinco primeiras revistas, segundo o ranking do Google Scholar.

Nesse cenário, a RESS lançou uma chamada para manuscritos sobre COVID-19 e acelerou seus processos de avaliação (fast-track), o que contribuiu para a disseminação oportuna de evidências. Além de 22 artigos originais, também foram publicados na RESS artigos nas modalidades nota de pesquisa, revisão e opinião, entre outras, os quais, de acordo com pesquisa de dados altimétricos das plataformas SciELO e Plum analítica, registravam mais de 250 mil visualizações e mais de 700 citações até setembro de 2021, demonstrado a elevada visibilidade e impacto dessas publicações.

Neste último número de 2021 da RESS, os artigos sobre COVID-19 novamente se destacam. São sete artigos originais abordando diferentes temas relacionados à doença, como o seu perfil epidemiológico, repercussões na oferta e organização dos serviços de saúde; mas outras modalidades também aludem à crise sanitária.

A manutenção do elevado volume de submissões e de manuscritos em fase de processamento editorial sobre COVID-19, nestes últimos meses, sugere que ainda estamos longe de uma saturação temática. Com as novas evidências, diferentes atributos são incorporados à discussão e, com seu alcance, a RESS fortalece sua missão de difusora do conhecimento epidemiológico e contribui para o fortalecimento dos serviços de saúde do SUS e para a melhoria das condições de saúde do brasileiro.

Referências

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Ministério da Saúde (BR). Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da emergência de saúde pública de importância nacional: procedimentos para o monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação até a primeira infância, relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infeciosas dentro da capacidade operacional do SUS [Internet]. Brasília, DF: MS; 2017 [acesso 20 out. 2020]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/publicacoes/orientacoes_emergencia_gestacao_infancia_zika.pdf [ Links ]

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