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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versão impressa ISSN 1679-4974versão On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.31 no.3 Brasília  2022  Epub 12-Out-2022

http://dx.doi.org/10.1590/s2237-96222022000300008 

Artigo original

Incidência de erros de imunização em Minas Gerais: estudo transversal, 2015-2019

La incidencia de los errores de inmunización en Minas Gerais, Brasil: estudio transversal, 2015-2019

Deborah Amaral Donnini (orcid: 0000-0003-1238-7524), concepção; , delineamento; , análise e interpretação dos dados; , redação do artigo; , revisão crítica; , aprovação da versão final1  ; Carlos Miguel Bolognani Silva (orcid: 0000-0002-5642-895X), análise e interpretação dos dados; , discussão dos resultados; , redação do artigo; , revisão crítica, aprovação da versão final1  ; Josianne Dias Gusmão (orcid: 0000-0001-5109-2687), análise e interpretação dos dados; , discussão dos resultados; , redação do artigo; , revisão crítica, aprovação da versão final2  ; Fernanda Penido Matozinhos (orcid: 0000-0003-1368-4248), análise e interpretação dos dados; , discussão dos resultados; , redação do artigo; , revisão crítica, aprovação da versão final3  ; Roberta Barros Silva (orcid: 0000-0002-2947-7043), análise e interpretação dos dados; , discussão dos resultados; , redação do artigo; , revisão crítica, aprovação da versão final2  ; Gabriela Gonçalves Amaral (orcid: 0000-0002-9629-2815), análise e interpretação dos dados; , discussão dos resultados; , redação do artigo; , revisão crítica, aprovação da versão final4  ; Eliete Albano de Azevedo Guimarães (orcid: 0000-0001-9236-8643), concepção; , delineamento; , análise e interpretação dos dados; , redação do artigo; , revisão crítica; , aprovação da versão final1  ; Valéria Conceição de Oliveira (orcid: 0000-0003-2606-9754), concepção; , delineamento; , análise e interpretação dos dados; , redação do artigo; , revisão crítica; , aprovação da versão final1 

1Universidade Federal de São João del-Rei, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Divinópolis, MG, Brasil

2Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, Superintendência de Vigilância Epidemiológica, Belo Horizonte, MG, Brasil

3Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil

4Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde Pública, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Resumo

Objetivo:

Avaliar a incidência do erro de imunização no serviço público de saúde do estado de Minas Gerais, Brasil.

Métodos:

Estudo transversal, a partir dos erros notificados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização entre 2015 e 2019. Realizaram-se análise descritiva e cálculo da incidência para as macrorregiões de saúde do estado.

Resultados:

Foram analisadas 3.829 notificações. Crianças menores de 1 ano foram as mais acometidas (39,1%) e a via intramuscular foi responsável por 29,4% dos erros. O erro mais frequente foi a administração de vacina fora da idade recomendada (37,7%). Observou-se maior incidência de erros nas macrorregiões Vale do Aço (26,5/100 mil) e Triângulo do Norte (22,6/100 mil).

Conclusão:

Os erros de imunização apresentaram incidência heterogênea entre as macrorregiões de Minas Gerais, no período 2015-2019, e a administração de vacinas fora da idade recomendada foi o erro mais notificado.

Palavras-chave: Vacinação; Efeitos Colaterais e Reações Adversas Relacionados a Medicamentos; Erros de Medicação; Segurança do Paciente; Atenção Primária à Saúde; Epidemiologia Descritiva

Resumen

Objetivo:

Evaluar la incidencia de errores de inmunización en el servicio público de salud del estado de Minas Gerais, Brasil.

Métodos:

Estudio transversal basado en errores notificados en el Sistema de Información del Programa Nacional de Vacunación entre 2015 y 2019. Se realizó un análisis descriptivo y cálculo de la incidencia para las macrorregiones de salud del estado.

Resultados:

Se analizaron un total de 3.829 notificaciones. Los niños menores de 1 año fueron los más afectados (39,1%) y la vía intramuscular fue responsable del 29,4% de los errores. El error más frecuente fue la administración de la vacuna fuera de la edad recomendada (37,7%). Se observó una mayor incidencia en las macrorregiones Vale do Aço (26,5/100.000) y Triângulo do Norte (22,6/100.000).

Conclusión:

Los errores de inmunización mostraron una incidencia heterogénea entre las macrorregiones del estado de Minas Gerais de 2015 a 2019 y la administración de vacunas fuera de la edad recomendada fue el error más reportado.

Palabras clave: Vacunación; Efectos Colaterales y Reacciones Adversas Relacionados con Medicamentos; Errores de Medicación; Seguridad del Paciente; Atención Primaria de Salud; Epidemiología Descriptiva

Contribuições do estudo

Principais resultados

A incidência dos erros de imunização foi crescente em todas as macrorre-giões de saúde de Minas Gerais. O tipo de erro mais frequente foi a administração de vacinas fora da idade recomendada; resultados apontam para uma subnotificação desses erros.

Implicações para os serviços

O aumento da incidência do erro de imunização pode comprometer as coberturas vacinais, além de haver risco de eventos adversos pós-vacinação. Investir em educação permanente dos trabalhadores e na gestão de risco são estratégias para diminuir esses erros.

Perspectivas

Avançar no conhecimento dos profissionais sobre a prática em sala de vacinação e analisar os fatores que influenciam a notificação e subnotificação dos erros de imunização nas diferentes macrorregiões de saúde de Minas Gerais.

Introdução

A vacinação é uma estratégia em saúde com excelente efetividade. Devido a sua ação na prevenção de doenças, ela evita milhões de mortes por ano e aumenta a expectativa de vida.1 Tal como acontece com qualquer administração de medicamentos, na vacinação também podem ocorrer erros.2 Os erros de imunização são preveníveis, enquanto consequências de atitudes ou procedimentos não cumpridos.3

De acordo com as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), os erros de imunização podem causar redução ou falta do efeito esperado das vacinas, além de eventos adversos pós-vacinação (EAPV).3 Esses erros também podem repercutir negativamente na população, interferindo no seguimento do esquema vacinal, reduzindo as taxas de coberturas vacinais e colocando em risco o controle das doenças imunopreveníveis,4-6 além de gerar custos diretos e indiretos aos serviços de saúde.7-8

Nos últimos dez anos, a literatura internacional5,9-10 e a nacional4,6 têm apontado para um crescimento das notificações de erros de imunização. Estudo realizado entre 2001 e 2016, com o objetivo de descrever as características dos erros de vacinação utilizando uma base de dados europeia, identificou um aumento de notificações de erros, de 0,4%, em 2001, para 4% em 2016.10 Nos Estados Unidos, entre os anos 2000 e 2013, o Vaccine Adverse Event Reporting System também observou um aumento de notificações de erros de imunização, de 1%, em 2000, para 15% em 2013.5

Voltando ao Brasil, estudo realizado no estado do Paraná, sobre registros de EAPV decorrentes de erros de imunização, focado no período de 2003 a 2013, identificou um aumento desse evento de 0,184 na taxa de incidência por 100 mil doses aplicadas. O valor médio estimado pelo mesmo estudo, para o período 2014-2018, variou de 2,5 (2014) a 3,3 (2018) EAPV decorrentes de erros de imunização por 100 mil doses aplicadas.4 No estado de Goiás, a taxa de incidência global de erros foi de 4,1/100 mil doses aplicadas, e as maiores incidências foram para a vacina antirrábica humana, a vacina contra o papilomavírus humano e a tríplice viral; a taxa de incidência de erros com EAPV foi de 0,45/100 mil doses aplicadas.6 No estado de Minas Gerais, estudo realizado entre 2015 e 2019, dedicado a analisar os erros de imunização em gestantes, segundo ausência e presença de EAPV, identificou uma incidência de 2,07/100 mil doses aplicadas com erro e com algum evento adverso.11

No Brasil, os registros de erros de imunização em indivíduos vacinados na rede pública são disponibilizados no Sistema de Informação de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV).3 Para subsidiar o preenchimento das informações, o SI-EAPV apresenta um formulário próprio de notificação/investigação, em que são inseridas as informações para caracterizar o erro e subsidiar instruções sobre a conduta a ser adotada em casos de EAPV e frente ao esquema vacinal.

Diante do aumento da literatura científica sobre erros de imunização4,6,10 e da importância do conhecimento sobre sua ocorrência, para a tomada de decisões assertivas nos serviços e práticas de saúde, acredita-se que este estudo possa fornecer uma compreensão abrangente da ocorrência dos erros de imunização nos próximos anos, no estado de Minas Gerais, segundo estado mais populoso e com o maior número de municípios do Brasil.12,13

O objetivo do estudo foi avaliar a incidência do erro de imunização no serviço público de saúde do estado de Minas Gerais, Brasil, entre 2015 e 2019.

Métodos

Estudo transversal descritivo, a partir das notificações de erros de imunização registrados na base de dados de EAPV, do Sistema de Informação do PNI (SI-PNI), em Minas Gerais, no período de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2019. A base de dados foi fornecida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, acessada pelos pesquisadores no período de março a novembro de 2020.

Minas Gerais contava com uma população estimada de 21.411.923 habitantes para 2021, e um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,731 para 2010.12 Com base nas características demográficas, socioeconômicas, geográficas, sanitárias e epidemiológicas, o território do estado é dividido em 14 macrorregiões, para o planejamento da atenção à saúde; essas macrorregiões são subdivididas em 89 microrregiões, que abrangem um universo de 853 municípios. A mais densamente povoada é a macrorregião Centro - onde se localiza a capital mineira, município de maior porte populacional -, com 31,7% da população total do estado; e a que apresenta menor população, a macrorregião Jequitinhonha.13

A população estudada compreendeu todos os indivíduos que receberam algum imunobiológico no sistema público de saúde, sofreram algum erro de imunização e tiveram esse erro registrado no SI-EAPV.

A variável de desfecho da pesquisa foi a ocorrência do erro de imunização classificado segundo o formulário para notificação/investigação de EAPV associado ao uso de vacina, soro ou imunoglobulina (erros de manuseio/conservação; erros de diluição; vacinação fora da idade recomendada; intervalo inadequado entre doses/vacina; erros de administração; tipo de imunobiológico utilizado; validade do imunobiológico vencida; outros).3 A definição de doses para as vacinas de rotina, idades recomendadas, intervalos mínimos entre doses e idades mínimas e máximas para administração, conforme o PNI do Brasil, estão apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1 Definição de doses por vacinas, idades recomendadas, intervalos mínimos entre doses e idades mínimas e máximas para administração, Brasil, 2022 

Vacina Idade recomendada Intervalo mínimo recomendado entre doses Idade máxima
BCGa Ao nascer Dose única 4 anos 11 meses 29 dias
HBb primeira dose Ao nascer 30 dias 1 mês
VORHc 2 e 4 meses 30 dias 1ª dose: até 3 meses 15 dias
2ª dose: até 7 meses 29 dias
Pentad (DTP + HBb + Hib) 2, 4 e 6 meses 30 dias entre a 1ª, 2ª e 3ª dose da pentavalente. A 3ª dose não deverá ser administrada antes dos 6 meses de idade 6 anos 11meses 29 dias
Polio (VIPe) 2, 4 e 6 meses 30 dias entre a 1ª, 2ª e 3ª dose da VIPe. 6 meses entre a 3ª dose de VIPe e o 1º reforço da VOPf 4 anos 11 meses 29 dias
Polio (VOPf) 15 meses e 4 anos 6 meses entre a 3ª dose de VIPe e o 1º reforço da VOPf. 6 meses entre o 1º e 2º reforço da VOPf 4 anos 11 meses 29 dias
Pncc10Vg 2, 4 e 12 meses 30 dias entre 1ª e 2ª dose. 60 dias entre a 2ª dose e reforço de 12 meses 4 anos 11 meses 29 dias
Meningo Ch 3, 5 e 12 meses 30 dias entre 1ª e 2ª dose. 60 dias entre a 2ª dose e reforço de 12 meses 4 anos 11 meses 29 dias
FAi 9 meses e 4 anos* 30 dias entre doses de FAi* -
SRCj 12 meses e 15 meses*** 30 dias de intervalo da vacina de FAi* -
HAk 15 meses - 4 anos 11 meses 29 dias
DTPl 15 meses e 4 anos 6 meses entre a 3ª dose da pentavalente e o 1º reforço de DTPl. 6 meses entre o 1º e 2º reforço da DTPl 6 anos 11 meses 29 dias
Varcm 15 meses e 4 anos 30 dias de intervalo das vacinas SRCj e FA*** 6 anos 11 meses 29 dias
HPVn Meninos: 11 a 14 anos; meninas: 9 a 14 anos 2 doses com intervalo mínimo de 6 meses Menores de 15 anos
ACWYo 11 e 12 anos Dose única -
dTp A partir de 7 anos 3 doses com intervalo recomendado de 60 dias e mínimo de 30 dias -
dTpaq Gestantes 1 dose a cada gestação (a partir da 20ª semana de gestação) -

a) BCG: vacina contra o bacilo de Calmette-Guérin; b) HB: vacina contra hepatite B; c) VORH: vacina contra rotavírus humano; d) Penta (DTP+HB+Hib): vacina adsorvida difteria, tétano, pertússis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus Influenzae B (conjugada); e) Poliomielite (VIP): vacina contra poliomielite inativada injetável trivalente; f) Poliomielite (VOP): vacina contra poliomielite atenuada oral bivalente (VOP); g) Pncc10V: vacina pneumocócica 10-valente conjugada; h) Meningo C: vacina meningocócica C conjugada; i) FA: vacina contra febre amarela; j) SCR: vacina contra sarampo, caxumba e rubéola; k) HA: vacina contra hepatite A; l) DTP: vacina tríplice bacteriana (vacina combinada contra difteria, tétano e coqueluche); m) Varc: vacina contra varicela atenuada; n) HPV: vacina contra papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante); o) ACWY: vacina meningocócica ACWY (conjugada); p) dT: vacina adsorvida contra difteria e tétano de tipo adulto; q) dTpa: vacina adsorvida contra difteria, tétano e pertússis (acelular) de tipo adulto. Notas: *Pessoas a partir de 5 a 59 anos de idade: administrar uma dose única; **Pessoas de 5 a 29 anos de idade não vacinadas ou com esquema incompleto devem receber ou completar o esquema de duas doses de tríplice viral, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Pessoas de 30 a 59 anos de idade não vacinadas devem receber uma dose de tríplice viral; ***Quando não administradas simultaneamente e com intervalo de 30 dias entre as vacinas de febre amarela e tríplice viral para menores de 2 anos.

As variáveis de exposição foram aquelas existentes na ficha de notificação do erro de imunização: faixa etária (anos: até 1; 1 a 4; 5 a 9; 10 a 19; 20 a 59; 60 ou mais); via de administração (intramuscular; subcutânea; oral; intradérmica; sem identificação); tipo de evento (erro de imunização sem EAPV; erro de imunização com EAPV); ano de notificação do erro de imunização (2015; 2016; 2017; 2018; 2019); macrorregião de saúde (Sul; Centro Sul; Centro; Jequitinhonha; Oeste; Leste; Sudeste; Norte; Noroeste; Leste do Sul; Nordeste; Triângulo do Sul; Triângulo do Norte; Vale do Aço).

Antes de proceder a análise dos dados, os registros duplicados foram excluídos. Foi realizada análise descritiva dos dados, incluindo a distribuição de frequências e as diferenças entre as proporções, segundo características demográficas (faixa etária), tipo de erro e via de administração. Para o cálculo da taxa de incidência do erro de imunização, por 100 mil doses aplicadas, foi considerado o número total de erros notificados no SI-EAPV (numerador) e o número de doses administradas no período (denominador), por macrorregião de saúde. No estado de Minas Gerais, no período de 2015 a 2019, foram identificados 57.289.277 registros de doses de vacinas administradas e 3.866 notificações de erros de imunização.14

Foi construído um banco de dados com o auxílio do software Excel 2010. Utilizou-se o pacote estatístico Statistical Software for Professionals (Stata), versão 14.0, para a análise dos dados.

Esta pesquisa integra um projeto maior, intitulado "Avaliação dos erros de imunização e proposta de intervenção", aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, do Campus Centro-Oeste Dona Lindu/Universidade Federal de São João del-Rei (CEPCO/UFSJ), em 31 de janeiro de 2020: Parecer nº 3.817.007; Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 23888819.9.0000.5545.

Resultados

No estado de Minas Gerais, no período de 2015 a 2019, foram encontradas 3.866 notificações de erros de imunização na base de dados do SI-EAPV. Excluídos 37 registros duplicados, foram totalizadas 3.829 notificações. Dos 853 municípios mineiros, 332 (38,9%) realizaram a notificação de algum erro.

Em relação às características das 3.829 notificações analisadas, observou-se que o sexo feminino representou (58,1%) dos casos notificados. Entre as faixas etárias mais acometidas, destacaram-se os menores de 4 anos (58,3%), com proporção maior para os menores de 1 ano (39,1%), seguidos daqueles entre 20 e 59 anos (20,0%). As vias intramuscular e subcutânea foram responsáveis por 29,4% e 27,8% dos erros notificados, respectivamente. Observou-se que o erro de imunização mais frequente foi a administração de vacina fora da idade recomendada (37,5%). A prevalência de vacinas não preconizadas para a gestação foi de 10,8%. Entre as notificações analisadas, destacou-se que em 1.175 (30,7%) não foi identificada a via de administração relacionada ao erro de imunização (Tabela 1).

Tabela 1 Características das notificações dos erros de imunização (n = 3.829), Minas Gerais, 2015-2019 

Variável n %
Faixa etária (em anos)
< 1 1.497 39,1
1-4 735 19,2
5-9 213 5,6
10-19 435 11,4
20-59 767 20,0
≥ 60 183 4,7
Via de administração
Intramuscular 1.127 29,4
Subcutânea 1.065 27,8
Oral 304 7,9
Intradérmica 158 4,2
Sem identificação 1.175 30,7
Erros de imunização
Erros de manuseio 4 0,1
Erros de diluição 79 2,1
Vacinação fora da idade recomendada 1.435 37,5
Intervalo inadequado entre doses/vacinas 270 7,1
Erros de administração 131 3,4
Tipo de imunobiológico utilizado 313 8,2
Validade do imunobiológico vencida 246 6,4
Repetição de dosesa 231 6,0
Vacina não recomendada na gestaçãoa 414 10,8
Outros 706 18,4

a) Não estão incluídos na classificação, segundo o formulário para notificação/investigação de eventos adversos pós-vacinação associados ao uso de vacina, soro ou imunoglobulina.

Em relação à taxa de incidência por tipo de erro de imunização, observou-se que vacinas administradas fora da idade recomendada constituíram o erro mais incidente (2,6/100 mil doses aplicadas), seguido de administração de vacinas não recomendadas na gestação (0,7/100 mil doses aplicadas). O tipo de imunobiológico utilizado e o intervalo inadequado entre doses/vacina tiveram incidência de 0,6 e 0,5 por 100 mil doses aplicadas, respectivamente. A validade vencida e a repetição de doses obtiveram taxa de incidência de 0,4/100 mil doses aplicadas cada. Somando-se os erros de administração, diluição e manuseio, a taxa de incidência encontrada foi de 0,4 por 100 mil doses aplicadas (dados não apresentados em tabela).

A Tabela 2 apresenta a incidência dos erros de imunização por macrorregião de saúde de Minas Gerais. Foram encontradas maiores incidências de erros na macrorregião do Vale do Aço, a uma taxa de incidência de 26,5 erros para cada 100 mil doses administradas, seguida do Triângulo do Norte, com taxa de incidência de 22,6 erros para cada 100 mil doses aplicadas. Já as macrorregiões de saúde com menores incidências de erros notificados foram a Noroeste, com 1,6 erro por 100 mil doses aplicadas, e a Nordeste, com 1,8 erro por 100 mil doses aplicadas. Observou-se que 2019 foi o ano com maior incidência de notificações na maioria das macrorregiões de saúde do estado, à exceção das macrorregiões Oeste e Jequitinhonha, que apresentaram mais notificações em 2018, e Triângulo do Norte em 2017.

Tabela 2 Incidência dos erros de imunização (n = 3.829) por macrorregião de saúde e ano de notificação, Minas Gerais, 2015-2019 

Macrorregião de saúde de Minas Gerais 2015 2016 2017 2018 2019 Total
Sul DAa 1.358.770 1.172.935 1.827.014 1.676.080 1.364.739 7.399.538
EIb 36 61 97 138 133 465
TIc 2,6 5,2 5,3 8,2 9,7 6,2
Centro Sul DAa 373.400 320.636 568.321 609.088 367.798 2.239.243
EIb 3 3 15 29 116 166
TIc 0,8 0,9 2,6 4,7 31,5 7,4
Centro DAa 3.313.133 2.823.093 4.460.980 3.867.078 3.181.872 17.646.156
EIb 84 115 204 173 230 806
TIc 2,5 4,0 4,5 4,4 7,2 4,5
Jequitinhonha DAa 227.336 160.669 284.157 197.085 172.382 1.041.629
EIb 5 12 18 15 7 57
TIc 2,1 7,4 6,3 7,6 4,0 5,5
Oeste DAa 570.380 525.381 822.539 717.814 619.164 3.255.278
EIb 16 33 55 97 68 269
TIc 2,8 6,2 6,6 13,5 10,9 8,3
Leste DAa 365.302 303.120 576.272 341.185 346.025 1.931.904
EIb 3 2 10 10 16 41
TIc 0,8 0,6 1,7 2,9 4,6 2,1
Sudeste DAa 796.230 702.297 1273.795 990.293 621.976 4.384.591
EIb 14 21 26 43 80 184
TIc 1,7 2,9 2,0 4,3 12,8 4,2
Norte DAa 934.762 714.015 1.173.550 828.613 732.807 4.383.747
EIb 44 26 35 33 88 226
TIc 4,7 3,6 2,9 3,9 12,0 5,2
Noroeste DAa 362.110 275.505 420.099 393.825 323.306 1.774.845
EIb 4 3 7 5 9 28
TIc 1,1 1,0 1,6 1,2 2,7 1,6
Leste do Sul DAa 302.559 260.432 614.566 415.056 365.493 1.958.106
EIb 13 11 15 34 30 103
TIc 4,2 4,2 2,4 8,1 8,2 5,3
Nordeste DAa 394.653 352.008 770.705 434.198 390.461 2.342.025
EIb 4 5 9 7 18 43
TIc 1,0 1,4 1,1 1,6 4,6 1,8
Triângulo do Sul DAa 369.329 347.976 531.873 438.174 393.480 2.080.832
EIb 37 20 73 72 73 275
TIc 10,0 5,7 13,7 16,4 18,5 13,2
Triângulo do Norte DAa 734.883 633.674 832.001 1.001.145 725.908 3.927.611
EIb 13 91 185 167 432 888
TIc 1,8 22,2 59,5 1,8 22,2 22,6
Vale do Aço DAa 259.760 231.004 209.691 200.028 145.226 1.045.709
EIb 20 13 97 30 117 277
TIc 7,6 5,6 46,2 14,9 80,5 26,5

a) DA: Número de registros de doses aplicadas; b) EI: Número de registros de erros de imunização; c) TI: Taxa de incidência de erros de imunização por 100 mil doses aplicadas.

A taxa de incidência dos erros de imunização com EAPV (323 casos) foi de 0,56/100 mil doses aplicadas (dados não apresentados em tabela). Os EAPV mais frequentes, decorrentes dos erros de imunização, foram as reações locais (80,8%), tendo-se observado, em algumas notificações registradas, mais de uma reação local. Entre essas reações, registraram-se dor (40,2%), calor no local da aplicação (39,1%), eritema (36,0%) e abscesso quente (25,7%). Das manifestações sistêmicas observadas, as mais frequentes foram diarreia (19,0%), vômitos (19,0%), náuseas (15,9%) e exantema generalizado (14,3%) (dados não apresentados em tabela).

Discussão

A incidência de erro de imunização teve uma distribuição heterogênea entre as macrorregiões de saúde do estado de Minas Gerais, apesar de os dados apresentados apontarem para uma subnotificação do erro. O tipo de erro mais frequente observado foi a administração de vacinas fora da idade recomendada, e os erros sem a ocorrência de EAPV foram mais incidentes.

A maior proporção de erros notificados foi observada entre as crianças menores de 1 ano. Outros estudos nacionais, realizados no Paraná e em Goiás, entre 2017 e 2020, e estudos internacionais desenvolvidos na Europa e nos Estados Unidos, entre 2018 e 2019, com a proposta de descrever as características dos erros de imunização, também encontraram uma incidência maior de erros em crianças menores de 1 ano.4-6,8,10

No que concerne à proporção do tipo de erro notificado, independentemente da idade, quase 40% foram relacionados à administração de vacinas fora da idade recomendada. Ao serem comparados os resultados deste estudo com os de outras pesquisas realizadas nos municípios de Goiânia, Ribeirão Preto e Porto Alegre, entre 2013 e 2018, os achados referentes a administração de vacinas fora da idade recomendada assemelham-se.6,15,16 Esse tipo de erro também ocorre em nível mundial, como aponta uma revisão sistemática da literatura, realizada em 2019, incluindo estudos realizados no Canadá, Reino Unido, Estados Unidos, Taiwan, e no Brasil.9

Pressupõe-se que a falta de conhecimento e atualização da equipe sobre os calendários vacinais e a similaridade entre os frascos de vacina possam estar associados à administração de vacinas fora da idade recomendada. Uma investigação conduzida nos Estados Unidos, em 2018, também identificou que a complexidade do calendário vacinal e a confusão entre produtos semelhantes podem ter contribuído para a administração de vacinas fora da idade recomendada.7 É importante que os laboratórios apliquem o investimento necessário à renovação dos processos de embalagem e rotulagem de seus produtos, uma medida fundamental para maior segurança do profissional de saúde no momento da vacinação.17

Aproximadamente um terço das notificações de erros de imunização teve a via de administração não identificada. Estudos nacionais, realizados entre 2014 e 2020, nos estados de Goiás,6 São Paulo18 e Minas Gerais,19 também constataram incompletude nos campos de preenchimento do formulário de notificação, como ausência da via de administração, raça/cor da pele do indivíduo vacinado e especificação da vacina administrada.6,18-20

Os resultados ainda mostraram que os erros sem a ocorrência de EAPV foram mais incidentes, corroborando os de outros estudos realizados no país, entre 2016 e 2018.4,6 Uma revisão sistemática de estudos nacionais e internacionais sobre a prevalência dos erros de imunização documentados entre 2009 e 2018 identificou que, na maioria desses estudos, não foram registrados eventos adversos após os erros de vacinação.9 No presente trabalho, as reações locais foram os EAPV mais notificados. Este fato decorre do ato de introduzir a agulha gerando lesão muscular e irritação no local, assim como das substâncias utilizadas nas vacinas, como o adjuvante de hidróxido de alumínio, com potencial de ocasionar uma reação inflamatória no local da aplicação.4-6

Não obstante o número observado de notificações no período estudado, é mister questionar o fato de menos da metade dos municípios mineiros notificarem erros de imunização. Este dado sugere a hipótese da existência de barreiras para relatar esses incidentes, possivelmente compatíveis com a dificuldade de notificar por conta de uma resposta punitiva aos erros cometidos e à falta de conhecimento sobre a importância da notificação dos erros de imunização, mesmo na ausência de EAPV.21,22 Como o preenchimento das informações sobre o erro encontra-se no mesmo formulário de notificação de EAPV, isto pode contribuir para a subnotificação daqueles erros sem eventos adversos, explicando - ainda que parcialmente - a discrepância dos resultados sobre a incidência dos erros de imunização nas macrorregiões de saúde de Minas Gerais.

Outras investigações, duas realizadas no Brasil e nos Estados Unidos, em 2016, e uma na Índia, em 2017, também apontaram para a subnotificação de erros de imunização, o que pode comprometer a adoção de medidas preventivas.4,23,24 Essa subnotificação pode ser um indicador de que o erro não está ocorrendo, o que contribui para sua manutenção e perpetuação.15 A notificação deve ser percebida como fundamental para a cultura de segurança, pois objetiva minimizar os danos causados, além de fomentar o aprendizado.25 A cultura de notificar o erro pode ser a primeira atitude no sentido de promover a segurança do paciente, permitindo à equipe sentir-se segura para informar as ocorrências,26 além de contribuir na identificação das possíveis causas, melhorando a qualidade da assistência em sala de vacinação.18 Uma incidência maior de erros, em algumas macrorregiões de saúde de Minas Gerais, não necessariamente está associada a uma maior ocorrência e sim, provavelmente, a uma maior notificação, possivelmente relacionada com uma cultura organizacional voltada à segurança do paciente no nível municipal. Normalmente, os erros são mais expostos nas instituições com uma cultura de segurança madura e fortalecida.27

De maneira geral, os erros de imunização acontecem em todo o processo de vacinação, desde falhas no armazenamento e distribuição dos imunobiológicos até a indicação e administração incorreta no indivíduo.5,9,10,28 A falta de profissionais e, consequentemente, a sobrecarga de trabalho são fatores para a ocorrência de erros, os quais têm uma relação estreita com os processos de trabalho e a gestão dos serviços de saúde.25

A literatura tem mostrado que a introdução de novas vacinas é fator contributivo para o aumento dos erros de imunização.6,7,28 Este fato foi evidenciado com a pandemia da COVID-19, a qual expôs um número considerável de erros de imunização, como intervalo inadequado entre as doses, administração do imunizante em indivíduos fora da faixa etária recomendada, armazenamento e manuseio incorreto, entre outros.29

A ação de supervisão é uma recomendação importante para a qualidade e segurança em sala de vacinação: ela engloba o acompanhamento do "fazer" dos trabalhadores e permite identificar as necessidades de orientação e aperfeiçoamento, a fim de prevenir os erros de imunização.21 Dessa forma, o aumento na incidência desses erros alerta para uma maior supervisão da sala de vacinação, capacitação dos trabalhadores em saúde, gestão dos riscos e assistência direta aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).6

Outra estratégia para prevenção do erro de imunização reside no envolvimento da população no processo, servindo como barreira ao erro. A dupla checagem (do usuário e do profissional) da vacina, antes de seu preparo e administração, deve ser incentivada.5 A utilização de checklist, com verificações antes, durante e após a administração da vacina, proporciona uma preparação/administração segura.30

A gestão também tem papel fundamental na prevenção do erro de imunização, disponibilizando produtos, insumos e recursos humanos suficientes, pois a responsabilidade de desenvolver estratégias de prevenção de erros não é exclusiva do profissional de saúde. A melhoria das condições de trabalho, como o número suficiente de trabalhadores e uma estrutura adequada, garante uma assistência de qualidade ao paciente e a segurança do próprio profissional.25 Não se pode mudar a natureza humana; porém, é possível melhorar as condições de trabalho.22

Algumas limitações deste estudo devem ser destacadas. O uso de dados secundários não permite controlar a subnotificação dos erros de imunização e a qualidade da informação disponibilizada pelo SI-EAPV, o que pode subestimar a incidência dos erros de imunização em Minas Gerais. Outra limitação está no fato de o PNI categorizar como "Outros" aqueles erros que não se enquadram na classificação dos erros mais comuns, o que pode levar a um viés de informação, na medida em que aumenta a frequência dessa categoria. Para minimizar esse viés, os erros mais frequentes, categorizados em "Outros", foram apresentados no estudo.

A administração de vacinas fora da idade recomendada foi o erro mais notificado. Os erros de imunização apresentaram uma incidência heterogênea entre as macrorregiões de saúde do estado de Minas Gerais, no período de 2015 a 2019.

O estudo aponta para um cenário preocupante de ocorrência de erros de imunização, capazes de impactar na qualidade da assistência prestada em sala de vacinação, com potencial de prejudicar o PNI, principalmente em um momento de baixas coberturas vacinais e do crescimento da hesitação vacinal. Portanto, faz-se necessário fomentar discussões sobre a necessidade da adoção de medidas preventivas dos erros de imunização.

Conclui-se que os resultados apresentados podem auxiliar os serviços de saúde na investigação das causas dos erros de imunização, subsidiando a adoção de medidas preventivas, como a implantação de núcleos de segurança e a elaboração de planos de segurança do paciente, indispensáveis para uma vacinação segura.

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Trabalho acadêmico associado Este artigo foi extraído da dissertação de mestrado acadêmico intitulada Análise dos erros de imunização no estado de Minas Gerais, apresentada por Deborah Amaral Donnini no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Centro-Oeste Dona Lindu, em 2021.

Financiamento Estudo financiado com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/Ministério da Educação (Capes/MEC), Processo Código 001, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (CNPq/MCTI), Processo nº 420760/2018-0.

Recebido: 06 de Fevereiro de 2022; Aceito: 10 de Agosto de 2022

Correspondência Valéria Conceição de Oliveira valeriaoliveira@ufsj.edu.br

Editora associada

Thaynã Ramos Flores

Contribuição dos autores

Donnini DA, Guimarães EAA e Oliveira VC contribuíram na concepção, delineamento e análise, interpretação dos dados, redação do artigo, sua revisão crítica e aprovação da versão final. Silva CMB, Gusmão JD, Matozinhos FP, Silva RB e Amaral GG contribuíram na análise e interpretação dos dados, discussão dos resultados, redação do artigo, sua revisão crítica e aprovação da versão final. Todos os autores aprovaram a versão final e são responsáveis por todos os aspectos do trabalho, incluindo a garantia de sua precisão e integridade.

Conflitos de interesse

Os autores declararam não haver conflitos de interesse.

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