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Epidemiologia e Serviços de Saúde

versão impressa ISSN 1679-4974versão On-line ISSN 2237-9622

Epidemiol. Serv. Saúde vol.32 no.1 Brasília  2023  Epub 16-Mar-2023

http://dx.doi.org/10.1590/s2237-96222023000100026 

CARTA

Características epidemiológicas e clínicas dos casos de mpox: correspondência

Rujittika Mungmunpuntipantip (orcid: 0000-0003-0078-7897)1  , Viroj Wiwanitkit (orcid: 0000-0003-1039-3728)2 

1Private Academic Consultant, Bangkok, Thailand

2Joseph Ayobabalola University, Ikeji-Arakeji, Nigeria

Prezada editora,

Gostaríamos de compartilhar ideias sobre a publicação Características epidemiológicas e clínicas dos casos de varíola símia no Brasil em 2022: um estudo transversal.1 As características epidemiológicas e clínicas da mpox registradas por Pascom et al., no Brasil, foram comparáveis às de outras nações, como México e Nigéria.1,2,3 Uma característica epidemiológica que tem sido comum é a maior ocorrência da doença entre indivíduos do sexo masculino e, geralmente, de orientação homossexual.2,3

A manifestação clínica da mpox é um aspecto clínico crucial. A existência tanto de sintomas adicionais como de indivíduos assintomáticos ocasionais, ou levemente sintomáticos, sem febre e com lesões cutâneas ocultas, pode dificultar o diagnóstico.4 De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, a confirmação laboratorial de amostras de casos suspeitos de mpox deve ser feita por testes de amplificação de ácidos nucleicos - como reação em cadeia da polimerase em tempo real ou convencional -, mas também deve considerar informações clínicas e epidemiológicas.5

Dessa forma, mesmo com os testes laboratoriais sendo a pedra angular do diagnóstico da mpox, o controle de qualidade do laboratório permanece como um problema.5 De fato, o artigo de Pascom et al. apresenta um contexto mais amplo, mas um ponto importante de discussão é a questão laboratorial. Uma vez que os dados da maioria dos relatórios, incluindo-se o artigo em debate, geralmente são baseados em casos de mpox confirmados laboratorialmente, é necessário reconhecer o papel da precisão de seu diagnóstico laboratorial. Normalmente, os resultados laboratoriais são a base para a vigilância, mas é fundamental que contemplem a repetição de testes, pela possibilidade de resultados falso-negativos. Um sólido sistema de gestão da qualidade é urgentemente necessário para os serviços de laboratório clínico envolvidos no diagnóstico da MPX.6

Para além do diagnóstico laboratorial, a conscientização do profissional é importante para o sucesso na identificação precoce dos casos de mpox. Um sistema de vigilância com dados confiáveis e atualizados depende do diagnóstico adequado e de relatórios dos profissionais envolvidos. Para seu fortalecimento, é necessária a capacitação de todos os profissionais que atuam na notificação primária, bem como a certificação acerca da qualidade dos laboratórios. Também podem contribuir um sistema de reavaliação de casos e os relatos de países compartilhados internacionalmente.7

Num cenário onde a doença é nova, as lições do país que acaba de notificar o primeiro caso podem ser muito úteis. Em Cingapura, por exemplo, a recomendação emergida da experiência local é de mecanismos robustos de vigilância; parceria contínua entre saúde pública e profissionais da linha de frente, alcance de comunidades em risco através das redes existentes, oferta de testes e redução de barreiras para o atendimento são cruciais para o controle deste surto.8 Isso também pode ser aplicável ao Brasil e outros países da América do Sul.

REFERENCES

1. Pascom ARP, Souza IN, Krummenauer A, Duarte MMS, Sallas J, Rohlfs DB, et al. Epidemiological and clinical characteristics of monkeypox cases in Brazil in 2022: a cross-sectional study. Epidemiol Serv Saude. 2022;31(3):e2022851. doi: 10.1590/S2237-96222022000300036 [ Links ]

2. Núñez I, García-Grimshaw M, Ceballos-Liceaga SE, Toledo-Salinas C, Carbajal-Sandoval G, Sosa-Laso L, et al. Epidemiological and clinical characteristics of patients with human monkeypox infection in Mexico: a nationwide observational study. Lancet Reg Health Am. 2022;17:100392. doi: 10.1016/j.lana.2022.100392 [ Links ]

3. Stephen R, Alele F, Olumoh J, Tyndall J, Okeke MI, Adegboye O. The epidemiological trend of monkeypox and monkeypox-varicella zoster viruses co-infection in North-Eastern Nigeria. Front Public Health. 2022;10:1066589. doi: 10.3389/fpubh.2022.1066589 [ Links ]

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6. Niedrig M, Meyer H, Panning M, Drosten C. Follow-up on diagnostic proficiency of laboratories equipped to perform orthopoxvirus detection and quantification by PCR: the second international external quality assurance study. J Clin Microbiol. 2006;44(4):1283-7. doi: 10.1128/jcm.44.4.1283-1287.2006 [ Links ]

7. Farahat RA, Sah R, El-Sakka AA, Benmelouka AY, Kundu M, Labieb F, et al. Human monkeypox disease (MPX). Infez Med. 2022;30(3):372-391. doi: 10.53854/liim-3003-6 [ Links ]

8. Tan WYT, Wong CS, Ho MZJ, Said Z, Cui L, Lin RTP, et al. The first imported case of monkeypox in Singapore during the 2022 outbreak - Reflections and lessons. Travel Med Infect Dis. 2022;50:102431. doi: 10.1016/j.tmaid.2022.102431 [ Links ]

Correspondência: Rujittika Mungmunpuntipantip. E-mail: rujittika@gmail.com

CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declararam não haver conflitos de interesse.

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