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Epidemiologia e Serviços de Saúde
versão impressa ISSN 1679-4974versão On-line ISSN 2237-9622
Epidemiol. Serv. Saúde vol.32 no.1 Brasília 2023 Epub 17-Mar-2023
http://dx.doi.org/10.1590/s2237-96222023000100029
CARTA
Características epidemiológicas e clínicas dos casos de mpox: réplica
1Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília, DF, Brazil
A carta publicada com os comentários acerca do estudo Características epidemiológicas e clínicas dos casos de varíola símia no Brasil em 2022: um estudo transversal ressalta a necessidade de controle de qualidade laboratorial e da conscientização dos profissionais de saúde como fatores de sucesso para a identificação precoce da mpox.1 Aproveitamos para destacar que, para se atingir o objetivo da assistência integral nesse contexto, consideramos também relevantes a vigilância, o monitoramento e a pesquisa em saúde pública. A proposta do manuscrito foi apresentar o perfil da infecção no país sob o aspecto da vigilância, que vai além do diagnóstico laboratorial e da capacitação profissional, considerando também o aspecto clínico e epidemiológico dos casos notificados. O foco incidiu na identificação de tendências, na descrição do padrão da doença e na documentação do agravo.2
Dos 33.513 casos notificados, 27.776 (82,9%) tinham registro de execução de exame laboratorial e, desses, 1.587 estavam com o resultado do exame pendente na data do estudo. Quase a totalidade dos casos confirmados (99,8%; 7.784) e descartados (99,2%; 17.891) possuíam diagnóstico laboratorial. Ainda, dos 456 casos que possuíam resultado de exame inconclusivo ou indeterminado, oito foram classificados como confirmados e 112 como descartados, de acordo com os outros critérios epidemiológicos estabelecidos pela vigilância. Vale destacar que, de fato, a dificuldade de acesso ao diagnóstico laboratorial e a necessidade de capacitação das equipes de saúde, para a identificação dos casos e para a interpretação dos resultados, se configuram como barreiras adicionais para o controle do surto.
No Brasil, a confirmação laboratorial de mpox é feita por teste molecular (q-PCR) seguido da técnica de sequenciamento, de acordo com as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Inúmeros são os fatores que podem contribuir para resultados falso-negativos, de razões técnicas à baixa qualidade da amostra.3,4
Reconhecemos como legítimas as ações educativas no setor saúde determinadas pela emergência de aportes teóricos e metodológicos, diante do aparecimento de novos agravos, e reiteramos a importância da constante qualificação profissional.5
REFERENCES
1. Mungmunpuntipantip R, Wiwanitkit V. Características epidemiológicas e clínicas dos casos de varíola símia: Correspondência. Epidemiol Serv Saude. 2023;32(1):e2023009. doi: 10.1590/S2237-96222023000100026 [ Links ]
2. Waldman EA. Usos da vigilância e da monitorização em saúde pública. Inf Epidemiol SUS. 1998;7(3):7-26. doi: 10.5123/S0104-16731998000300002 [ Links ]
3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano de contingência Nacional para Monkeypox (versão 02) - Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública: COE Monkeypox [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [atualizado 2022 Ago 25; citado 2023 Jan 26]. Disponível em: Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/resposta-a-emergencias/coes/monkeypox/plano-de-contingencia [ Links ]
4. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Como é realizado o diagnóstico laboratorial da Monkeypox? [Internet]. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS; 2022 [atualizado 2022 Set 27, citado 2023 fev 08]. Disponível em: Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/como-e-realizado-o-diagnostico-laboratorial-da-monkeypox/ [ Links ]
5. Carvalho WMES, Teodoro MDA. Educação para os profissionais de saúde: a experiência da Escola de Aperfeiçoamento do SUS no Distrito Federal, Brasil. Cien Saude Colet. 2019;24(6):2193-201. doi: 10.1590/1413-81232018246.08452019 [ Links ]