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Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Naturais

versão impressa ISSN 1981-8114

Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi Cienc. Nat. v.1 n.1 Belém abr. 2006

 

A importância das plantas medicinais para a comunidade pesqueira de Algodoal1

 

The importance of medicinal plants for the Algodoal fishing community

 

 

André Luís Cote RomanI; João Ubiratan Moreira dos SantosII

IUniversidade Estadual Paulista. Campus Botucatu. Produção Vegetal (Horticultura). Botucatu, São Paulo, Brasil (coteroman@yahoo.com.br)
IIMuseu Paraense Emílio Goeldi. Coordenação de Botânica. Pesquisador. Belém, Pará, Brasil (bira@museu-goeldi.br)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Nas últimas três décadas, a população de pescadores artesanais da Zona do Salgado, litoral paraense, tem passado por um processo de mudança cultural, social e econômica, embora tenha persistido o uso de plantas para diversos fins. Os objetivos deste estudo foram indicar as espécies de restinga mais utilizadas para fins terapêuticos pelos moradores de Algodoal, comunidade pesqueira inserida na área geográfica em questão e testar técnicas etnobotânicas combinadas para esta finalidade. Através desta pesquisa foram registradas 24 espécies com valor medicinal, das quais 8 destacaram-se no que tange à importância cultural.

Palavras-chave: Restinga. Amazônia. Comunidade pesqueira. Plantas medicinais. Etnobotânica.


ABSTRACT

Over the past three decades the fishermen of the Salgado, region on the Pará coast, have experienced a process of cultural, social and economic change, although the use of plants for various purposes has persisted. The aims of this study were to identify the species of restinga which are most widely used for medicinal purposes by the residents of Algodoal, a fishing community located in the region in question, and to test ethnobotanical techiniques designed for this objective. During the study, 24 species with medicinal properties were identified, of which eight were outstanding in terms of cultural importance.

Keywords: Restinga. Amazônia. Fishing community. Medicinal plants. Ethnobotany.


 

 

INTRODUÇÃO

A adaptação humana ao litoral brasileiro parece ter sido um dos modos de vida mais bem sucedidos e estáveis, pois estendeu-se por mais de nove mil anos e, mais do que a caça e a coleta nos campos, cerrados e matas do interior, garantiu a sobrevivência de uma população numerosa (FAJARDO, 2002).

A importância do reino vegetal para os povos que habitaram a costa brasileira, desde tempos mais remotos (coletores de moluscos e pescadores), é verificada através de testemunhos arqueológicos, como os sambaquis, do tupi 'depósitos de conchas' (KNEIP, 1987; SCHIMTZ, 1989). Há indícios de que esses grupos realizavam manejo de plantas e, provavelmente, protegiam algumas espécies apreciadas para consumo ou fabricação de artefatos (GASPAR, 2000).

Com a chegada dos colonizadores, a exploração dos recursos naturais ampliou-se e, cada vez mais, os complexos e frágeis ecossistemas litorâneos foram sendo degradados. Hoje, o potencial de uso das espécies vegetais das restingas para alimentação, fabricação de produtos agrícolas, produção de fármacos, resinas e corantes, entre outros é superficialmente conhecido (ARAÚJO; LACERDA, 1987; GOTLLIEB; KAPLAN, 1990).

A etnobotânica, disciplina encarregada de pesquisar a interação ser humano-planta (FORD, 1978), tem se ocupado com o resgate desses conhecimentos, os quais foram acumulados e transmitidos por gerações e que hoje passam por um processo de desaparecimento acelerado (XOLOCOTZY, 1983). Assim, tem também contribuído, entre outras coisas, no auxílio a pesquisadores da área de ecologia, em trabalhos de conservação ambiental (GADGIL; BERKES; FOLKE, 1993; COHN, 1988; HALFFTER, 1985) e na seleção de espécies medicinais para pesquisa, envolvendo etapas lentas e dispendiosas, inerentes a estes estudos (ALEXIADES, 1996).

No Brasil, trabalhos etnobotânicos realizados em zonas litorâneas são raros, principalmente quando se considera a riqueza florística de seus ecossistemas (ARAÚJO; LACERDA, 1987). Junto a isto, deve-se ressaltar que as populações de pescadores artesanais, habitantes destas regiões, guardam, muitas vezes, heranças de conhecimentos e procedimentos relativos ao uso de plantas provenientes de grupos indígenas há muito extintos e que hoje estão ameaçadas pela alteração do modo de vida tradicional de seus habitantes (PRANCE, 1991).

Fonseca e Sá (1997), inventariando os trabalhos de etnobotânica e botânica econômica existentes em áreas costeiras no Brasil, constataram que 80% dos estudos realizados em restingas encontram-se na porção sudeste, uma pequena faixa do litoral brasileiro, evidenciando, assim, a enorme carência dessas investigações em outras regiões do país. Segundo os autores, esta situação agrava-se quando se observam questões metodológicas, verificando que, não raro, muitas pesquisas apresentam uma relação pontual de plantas úteis, não se ocupando com a identificação social e aspectos culturais, muitas vezes específicos de cada local e que são, conforme Fleming-Moran (1992), essenciais para o uso coerente das plantas.

Na Amazônia, mais precisamente no estado do Pará, a intensificação da atividade turística em locais como Marudá, Algodoal, Salinas e Ajuruteua, que se inserem na chamada Zona Fisiográfica do Salgado, revela, também, uma necessidade urgente de estudos desta natureza (BASTOS; ROSÁRIO; LOBATO, 1995). Nestas áreas, os trabalhos realizados em restinga têm focalizado, sobretudo, aspectos florísticos e fitossociológicos (BRAGA, 1979; SANTOS; ROSÁRIO, 1988; BASTOS, 1988; COSTA NETO; BASTOS; LOBATO, 1996; BASTOS; ROSÁRIO; LOBATO, 1995; BASTOS, 1996; AMARAL, 1997; COSTA NETO, 1999; ROCHA, 2000; AMARAL, et al., 2001a, AMARAL et al., 2001b; COSTA NETO et al., 2001) sem dar atenção, no entanto, ao potencial de utilização das espécies estudadas. Contudo, alguns trabalhos etnobotânicos envolvendo ecossistemas de restingas já foram realizados na região (FURTADO; SOUZA; BERG, 1978; BASTOS, 1995; SANTOS et al., 1997; URQUIZA et al., 1999; FUNTEC/ SECTAM, 2000; COELHO-FERREIRA, 2000), sendo o de Bastos (1995) o único a tratar, exclusivamente, das espécies nativas.

Essa carência de estudos explica uma necessidade cada vez maior da intensificação das pesquisas etnobotânicas nestes ambientes. O presente trabalho concentrou-se na vila de pescadores de Algodoal e teve como objetivos determinar a importância das espécies medicinais de uma área de restinga na cultura local e testar técnicas etnobotânicas combinadas para essa finalidade.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização ambiental da área de estudo

A ilha de Algodoal, município de Maracanã, está situada na Zona Fisográfica do Salgado, porção litorânea do Pará, a leste da desembocadura do rio Amazonas (SIMÕES, 1981; FURTADO, 1987). A excelente vocação à pesca que essa posição geográfica possui explica a existência na ilha de uma população de aproximadamente 1.600 habitantes, distribuídas em quatro comunidades: Vila de Algodoal, com cerca de 1.000 habitantes; Fortalezinha, Mocoóca e Camboinha, juntas, com aproximadamente 600 habitantes (VIANNA; MORGADO, 2001).

A ilha de Algodoal-Maiandeua, com uma área total de 2.378 ha, foi declarada Área de Proteção Ambiental (APA), unidade de conservação de caráter insular, sob a Lei estadual no 5621, de 25 de novembro de 1990 (BASTOS, 1996).

A área onde se concentrou a pesquisa está localizada na porção norte da ilha, na denominada 'Praia da Princesa' (Figura 1), local intimamente ligado ao cotidiano dos moradores de Algodoal. A delimitação da restinga estudada fez-se da zona de preamar até o contato com o manguezal, percorrendo cerca de 800 m e abrangendo as seis formações vegetais, descritas por Bastos (1996): psamófila reptante, brejo herbáceo, formação de dunas, campo entre dunas, campo arbustivo aberto e mata de restinga.

 

 

Aspectos gerais e históricos

Os moradores de Algodoal e de outras localidades da Zona do Salgado apresentam-se com uma organização social fortemente dependente dos recursos marinhos (FURTADO, 1987), tendo como principal fonte econômica a pesca de subsistência. A ausência de tecnologia moderna empregada nesta atividade fazem com que sejam conhecidos como pescadores artesanais (MALDONADO, 1995), embora os habitantes autodenominem-se apenas de pescadores.

Ainda que não haja registros de descoberta arqueológica, acredita-se que a ilha de Algodoal tenha sido, inicialmente, ocupada por Tupinambás do grupo dos Pacajás, pois algumas localidades próximas, como Marapanim, Maracanã e Marudá, foram estabelecidas a partir desses povos indígenas (FURTADO, 1981).

Desta forma, ainda predominam no Salgado aspectos culturais de uma colonização que se deu através do contato interétnico, sobretudo entre europeus e povos indígenas (CORRÊA, et al., 1994; ALVES FILHO; ALVES JUNIOR; MAIA NETO, 1999) e que hoje representam, conforme Parker (1989), um importante sistema adaptativo ao meio natural pertinente.

O turismo predatório, no entanto, intensificado nesta área geográfica a partir do final da década de 1980, tem promovido, além da degradação ambiental, alterações nos costumes e tradições da população nativa. Em Algodoal, situada a cerca de 200 km de Belém, essas mudanças são reveladas, entre outros, pelo abandono dos padrões tradicionais de construção de suas habitações e, em alguns casos, da própria atividade pesqueira, substituída por ocupações ligadas ao turismo.

Técnicas etnobotânicas

Para determinar as espécies medicinais da restinga da Princesa, utilizadas pela população de Algodoal, foi realizado um inventário etnobotânico auxiliado por dois colaboradores locais, reconhecidos pela população como os detentores de maior experiência e tradição no uso da flora nativa. As técnicas de coleta seguiram as descritas em Martin (1995) e Ming (1996). Para o tratamento taxonômico foi utilizado o sistema de classificação de Cronquist (1981), com exceção das Leguminosae, que seguiu a classificação de Engler e Prantl (1894). O material botânico foi incorporado ao Herbário João Murça Pires, da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), e ao Herbário da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

A importância cultural das espécies da restinga foi verificada através da combinação de duas técnicas etnobotânicas: entrevista semi-estruturada ( free listing), descrita por Alexiades (1996), e entrevista estruturada (BERNARD, 1988 apud ALEXIADES, 1996). Os questionários foram aplicados a 30 casais residentes nas três principais ruas da vila.

A técnica do free listing teve como finalidade posicionar o uso das plantas de restinga dentro do sistema terapêutico como um todo, considerando que as populações tradicionais, de acordo com Amorozo e Gèly (1988), exploram várias fontes de espécies com valor medicinal (Apêndice 1). A identificação das espécies não ocorrentes na restinga, geralmente cultivadas em quintais, foi realizada utilizando os nomes populares citados pelos entrevistados e comparando-os com os citados no levantamento da Funtec/Sectam (2000), o qual aborda as plantas medicinais de Algodoal de modo geral, sem focalizar um ecossistema específico, finalidade essencial do presente trabalho.

 

 

Os questionários estruturados, contendo apenas os nomes das espécies inventariadas na restinga da Princesa (Apêndice 2), foram aplicados aos mesmos entrevistados para verificar se eram conhecidas e utilizadas. Neste caso, para o reconhecimento das espécies pelos informantes, foram apresentadas, durante as entrevistas, amostras das plantas através de um 'herbário móvel' e fotografias.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inventário etnobotânico

Através do inventário etnobotânco foram identificadas na restinga da Princesa 24 espécies medicinais, distribuídas em 19 famílias (Apêndice 3). A população de Algodoal utiliza, contudo, plantas vindas de outros ambientes, totalizando, segundo os dados recolhidos pela técnica do free listing, 80 espécies para fins terapêuticos (Apêndice 4).

 

 

 

 

Na Tabela 1 são apresentadas as dez mais citadas, dentre as quais, três ocorrem na Restinga da Princesa e sete constituem-se de plantas exóticas, comumente cultivadas em quintais.

 

 

O número de plantas introduzidas representa cerca de 85% de todas as espécies citadas (Apêndice 4), com resultados próximos aos encontrados por Furtado, Souza e Berg (1978), Santos et al. (1997), Urquiza et al. (1999), Funtec/Sectam (2000) e Coelho-Ferreira (2000), todos na Zona do Salgado. Isso indica uma flexibilidade cultural refletida pela grande interação desta microrregião com outras comunidades e o forte intercâmbio de plantas ocorrido, possivelmente, por influência européia durante o processo de colonização.

Ao comparar esses dados com os encontrados na costa sudeste da Mata Atlântica (Rio de Janeiro), por Begossi, Leitão Filho e Richerson (1993), Begossi (1998a), Figueiredo et al. (1993) e Figueiredo, Leitão Filho e Richerson (1997), verificou-se que os resultados são semelhantes, comprovando que grupos originados de duas ou mais tradições culturais, como é o caso dos pescadores artesanais da costa brasileira, apresentam grande riqueza cultural em relação ao uso de plantas, indicando uma maior gama de opções adaptativas.

No entanto, uma maior ou menor dependência dos recursos naturais locais pode, conforme Begossi (1998b), influenciar o conhecimento contemporâneo das populações tradicionais. Com relação a esse aspecto, segue-se a discussão com o foco sobre o uso específico das espécies ocorrentes na restinga da Princesa.

Plantas da restinga da Princesa

A importância cultural das espécies da restinga da Princesa, quando investigada pela técnica do free listing, evidencia-se de modo diferente em relação à técnica de entrevista estruturada. Para o primeiro caso, 11 das espécies da restinga (Figura 2), o que corresponde a 46% das inventariadas nesse ecossistema, apareceram na lista das 80 citadas pelos entrevistados. É importante ressaltar que essa investigação deu-se utilizando uma questão semi-aberta ("Quais as dez plantas que você mais usa para fim medicinal?"), sem nenhum outro tipo de especificação. Deste modo, ampliaram-se as opções de resposta por parte do entrevistado com relação ao número de espécies que utilizam em seu cotidiano.

 

 

Por outro lado, quando a investigação fez-se de forma direcionada, trabalhando unicamente com as 24 espécies estudadas, a importância cultural de algumas espécies apresentou-se mais evidente. A primeira diferença é que, neste caso, todas as espécies foram, pelo menos uma vez, citadas pelos entrevistados (Figura 3).

 

 

No que se refere às espécies mais citadas, a utilização do free listing foi importante, pois conseguiu ressaltar a importância cultural de três espécies ocorrentes na restinga para a população de Algodoal. Isto significa que, apesar de investigadas dentro de um amplo universo de plantas consideradas, a sucuba (Himatanthus articulata), o caju (Anacardium occidentale) e a verônica (Dalbergia ecastophyllum) apresentaram-se entre as dez mais citadas pela população, sendo esse resultado confirmado quando investigadas de forma direcionada.

No entanto, algumas espécies apresentaram-se com forte importância cultural somente quando foram investigadas de forma direta, como é o caso da sete sangrias (Heliotropium polyphyllum), do pocoró (Tabernaemontana angulata), do barbatimão (Connarus perrottettii), da salsa (Ipomoea pes-caprae) e do apuí (Ficus guianensis), todas citadas por mais de 50% dos entrevistados. Assim, as duas técnicas complementaram-se, no sentido de verificar as espécies mais importantes para a população de Algodoal e também indicar as menos conhecidas, como o fígado (Schultesia stenophylla) e a jalapinha do mato (Polygala monticola), merecendo especial atenção no que se refere ao resgate do conhecimento.

Com relação à copaíba (Copaifera martii), cujo óleo foi indicado como anti-inflamatório e cicatrizante, não é utilizada e nem mesmo conhecida pela população, que usa o produto (óleo de copaíba) proveniente de outras espécies do gênero, comprado em estabelecimentos comerciais, fato explicado pelos informantes devido ao pequeno diâmetro que as árvores possuem no local estudado.

Deste modo, os resultados evidenciaram que, mesmo fazendo uso de plantas introduzidas de outras localidades, os moradores de Algodoal, de modo geral, ainda conhecem e utilizam bastante as plantas da restinga.

 

CONCLUSÕES

A população de pescadores de Algodoal utilizam para fins medicinais 24 espécies, em 19 famílias botânicas, ocorrentes na restinga da Princesa.

Apesar do grande uso, pelos moradores da vila, de plantas exóticas para fins medicinais, foi possível, empregando entrevistas estruturadas, determinar a elevada importância cultural de oito espécies ocorrentes na restinga, todas estas citadas por mais de 50% dos entrevistados. São elas: Himatanthus articulata, Heliotropium polyphyllum, Dalbergia ecastophyllum, Tabernaemontana angulata, Anacardium occidentale, Connarus perrottettii, Ipomea pes-caprae e Ficus guianensis.

Três espécies da restinga destacaram-se, através do free listing, por estarem entre as dez mais citadas para fins medicinais, nos vários ambientes explorados: Himatanthus articulata, Anacardium occidentale e Dalbergia ecastophyllum.

O emprego, de forma combinada, de duas técnicas usuais em etnobotânica free-listing e entrevista estruturada, apresentou resultados complementares, mostrando-se satisfatório para trabalhos dessa natureza.

Ao demonstrar a importância cultural da flora da restinga da Princesa para a população de Algodoal, esse estudo fornece subsídios para a elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) na qual se localiza.

 

AGRADECIMENTOS

Aos moradores de Algodoal que colaboraram e participaram com informações imprescindíveis para a realização desta pesquisa, a Antônio Elielson Rocha pelo auxílio na formatação do texto e por conceder a figura sobre a localização da área de estudo e a Márlia Regina Coelho Ferreira, da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi, pelas valiosas sugestões.

 

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Endereço para correspondência:
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Recebido:19/12/2002
Aprovado: 15/10/2004

 

 

1Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor, do curso de pós-graduação da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).