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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versión impresa ISSN 2176-6215versión On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude v.1 n.1 Ananindeua mar. 2010

http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232010000100028 

RESUMO DE TESE E DISSERTAÇÃO | SUMMARY OF THESES AND DISSERTATIONS | RESUMEN DE TESIS Y DISERTACIÓN

 

Epidemiologia da leishmaniose tegumentar no Município de Juruti, Pará, Brasil

 

Epidemiology of tegumentary leishmaniasis in the Municipality of Juruti, Pará State, Brazil

 

Epidemiología de la leishmaniasis tegumentar en el Municipio Juruti, Pará, Brasil

 

 

Daniela Cristina SoaresI; Habib Fraiha NetoII; Lourdes Maria GarcezIII

ILaboratório de Imunologia, Seção de Parasitologia, Instituto Evandro Chagas/SVS/MS, Ananindeua, Pará, Brasil Secretaria de Estado de Saúde do Pará, Belém, Pará, Brasil
IINúcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil
IIILaboratório de Imunologia, Seção de Parasitologia, Instituto Evandro Chagas/SVS/MS, Ananindeua, Pará, Brasil. Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

Endereço para correspondência
Correspondence
Dirección para correspondencia

 

 


INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar (LT) encontra-se em expansão no Estado do Pará, Brasil. Juruti é um dos 143 municípios desse Estado e atualmente cenário de grandes transformações ambientais devido à mineração de bauxita, o que poderá influenciar o padrão de transmissão.
OBJETIVO: Este estudo buscou elucidar aspectos epidemiológicos relevantes para o controle da LT em Juruti.
MATERIAIS E MÉTODOS: A frequência de LT e o perfil dos pacientes no hospital municipal "Francisco Barros" foram determinados de janeiro a dezembro/2007. Espécies de flebotomíneos silvestres existentes no entorno de uma área de prospecção da bauxita foram também descritas, durante levantamento entomológico em janeiro/2008 (armadilha Shannon/18h às 20h/2 noites). Em 21 indivíduos, portadores de lesão cutânea suspeita de LT, biópsias de pele foram realizadas entre fevereiro e junho de 2007. Neste grupo procedeu-se ao diagnóstico parasitológico (esfregaço corado e cultura), molecular e teste intradérmico de Montenegro. Utilizaram-se sondas de DNA ribossomal (PCR-SSUrDNA) gênero-específicas (S4, S12; S17, S18) e de G6PD, para distinguir o subgênero Viannia (ISVC, ISVA: ISVC, ISVG) e a espécie L. (V.) braziliensis (ISVC, ISVA; ISVC, ISVB).
RESULTADOS: No ano de 2007 foram confirmados 42 casos novos de LT, com média mensal inferior a quatro (3,5 ± 0,8), maior frequência em julho (11) e menor em junho e novembro (0). A maioria dos pacientes foi de homens (41/42, 98%) com menos de 20 anos (<10 anos: 30%; 10-20: 57%; 20-40: 12%). A maioria também residia em localidades rurais (33/42, 79%), incluindo áreas impactadas pela mineração (19/42, 45%), e exercia atividades de risco (28/42, 67%). Doze eram funcionários de empresas (29%). A análise molecular das 21 amostras identificou 12 resultados positivos para o gênero Leishmania (57%), sendo 11 (52%) parasitologicamente confirmados. A PCR-G6PD identificou 75% das amostras como sendo L. (V.) braziliensis. As demais (3/12, 25%) não hibridizaram com os oligonucleotídeos da PCR-G6PD e, por isso, os produtos da reação de nested-PCR SSUrDNA foram clonados e sequenciados, confirmando que se tratavam de Leishmania (Viannia) sp. Apenas 9/12 (75%) casos confirmados pelos métodos parasitológico e/ou molecular tiveram reações de hipersensibilidade tardia em resposta ao antígeno de Montenegro, cujos diâmetros variaram de 7 a 40mm (16,3 ± 3,2). Capturaram-se 105 flebotomíneos de 13 espécies nas seguintes frequências: 1-Lutzomyia (Ps.) geniculata (23, 22%), 2-Lutzomyia (Ps.) paraensis (21, 20%), 3-Lutzomyia (Ps.) complexa (18, 17%), 4-Lutzomyia (Ps.) davisi (10, 10%), 5-Lutzomyia (N.) flaviscutellata (13, 13%) e outras oito espécies (20, 18%).
DISCUSSÃO: Espécies de Leishmania do subgênero Viannia, sobretudo L. (V.) braziliensis predominam em Juruti, o que é compatível com o extenso diâmetro das reações cutâneas observadas ao antígeno de Montenegro e com os relatos comuns de persistência e recidiva, apesar do tratamento específico. Entre os flebotomíneos antropófilos destacam-se L. (Ps.) complexa (17%) e L. (Ps.) flaviscutellata (13%) por serem vetores de L. (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis respectivamente, associadas às formas severas da LT humana.
CONCLUSÃO: Medidas de controle em Juruti devem priorizar a redução da morbidade, diagnóstico precoce, busca ativa de LT humana, vigilância entomológica e de microambientes no entorno da área de impacto de mineração.

Palavras-chave: Leishmaniose; Vigilância Epidemiológica; Reação em Cadeia da Polimerase; Flebotomíneos.


 

 

Correspondência/Correspondence/Correspondencia:
Lourdes Maria Garcez
Instituto Evandro Chagas
Seção de Parasitologia, Laboratório de Imunologia
Rodovia BR316, km 7, s/no, Levilândia
CEP: 67030-000 Ananindeua-Pará-Brasil
Tel: +55 91 3214-2152 Fax: +55 91 3214-214
E-mail:lourdesgarcez@iec.pa.gov.br