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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude v.1 n.2 Ananindeua jun. 2010

http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232010000200019 

RESUMO DE TESE E DISSERTAÇÃO | SUMMARY OF THESES AND DISSERTATIONS | RESUMEN DE TESIS Y DISERTACIÓN

 

Frequência alélica do Sistema de Grupo Sanguíneo Duffy em indivíduos de uma população da Amazônia brasileira e sua relação com a infecção por Plasmodium vivax*

 

Allele frequency of the Duffy blood group system in individuais of a population in the Brazilian Amazon and its relationship with the infection by Plasmodium vivax

 

Frecuencia alélica del Sistema del Grupo Sanguíneo Duffy en individuos de una población de la Amazonía brasilena y su relación con la infección por Plasmodium vivax

 

 

Simone Schneider WeberI; Wanderli Pedro TadeiII; Adriana Sotero MartinsIII

IPrograma de Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais, Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, Amazonas, Brasil
IILaboratório de Malária e Dengue, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas, Brasil
IIIDepartamento de Saneamento e Saúde Ambiental, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Endereço para correspondência
Correspondence
Dirección para correspondencia

 

 


INTRODUÇÃO: No Brasil, a malária é a mais expressiva das endemias e está presente principalmente na Amazônia, cujas condições climáticas, hidrográficas, pluviométricas e de ocupação humana desordenada favorecem os criadouros de mosquitos vetores. A glicoproteína eritrocitária, carreando os determinantes dos antígenos de grupo sanguíneos Duffy, também chamada de Duffy antigen receptor for chemokines (DARC), é necessária como ligante no processo de invasão eritrocitária pelo merozoíto de Plasmodium vivax.
OBJETIVO: Este estudo objetivou determinar as frequências dos alelos Duffy em indivíduos de área endêmica para a malária na Amazônia, relacionando suscetibilidade e resistência em adquirir a infecção por P. vivax.
MATERIAIS e MÉTODOS: O Município de Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas, Brasil, foi selecionado para a coleta das amostras de um total de 244 indivíduos. Foram realizadas coletas de sangue total para fenotipagem e genotipagem Duffy e também uma coleta por punção digital para realização do teste da Gota Espessa, para o diagnóstico da malária. As amostras de sangue foram submetidas à fenotipagem pelo teste de hemaglutinação (DiaMed) e genotipagem dos alelos Duffy por meio da reação de polimerização em cadeia (Polymerase Chain Reaction - PCR). As comparações entre as frequências genotípicas e fenotípicas foram realizadas com base no teste qui-quadrado (χ2) de Pearson, com nível de significância de 5%. A análise estatística foi realizada pelo programa Epi InfoTM, versão 3.43, Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Atlanta, EUA.
RESULTADOS: Do total de indivíduos pesquisados, 164 eram negativos e 80 positivos para P. vivax. Os achados mostram uma alta frequência do genótipo FYAFYB (47,5%), seguida de FYBFY (15,6%); FYAFYA (14,3%); FYBFYB (11,5%); FYAFY (8,6%) e, com 2,5%, o genótipo FYFY. A frequência dos alelos FYA, FYB e FY foi, respectivamente, de 55%, 38,8% e 6,3% em infectados e 36,3%, 45,1% e 18,6% em negativos. O genótipo nulo não foi encontrado em infectados, porém esteve presente em 3,7% do grupo negativo.
CONCLUSÃO: O alelo FYA foi significativamente mais frequente em infectados (p = 0,00643), enquanto que o alelo FYB apareceu em maior quantidade no grupo negativo, mas não significativamente (p = 0,34632), e o alelo FY foi significativamente mais prevalente nos negativos (p = 0,00904). Corroborando com a hipótese que o alelo FY confere proteção, os dados mostraram que FY em homozigose não esteve presente no grupo de pacientes infectados com malária. Em heterozigose, o alelo FY mostrou ainda um decréscimo significativo na suscetibilidade encontrada para o alelo FYA, e, quando associado ao alelo FYB, mostrou uma proteção estatisticamente significativa. Esses achados sugerem que essas mutações naturais podem ser uma seleção vantajosa conduzindo a mecanismos parciais de defesa contra o P. vivax em áreas endêmicas.

Palavras-chave: Malária Vivax; Sistema do Grupo Sanguíneo Duffy; Plasmodium vivax; Frequência do Gene; Receptores de Quimiocinas.


 

 

Correspondência / Correspondence / Correspondencia:
Simone Schneider Weber
Universidade do Estado do Amazonas,
Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais
Manaus-Amazonas-Brasil
E-mail:swbiotecnologia@yahoo.com.br

 

Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas e Petrobras.

 

 

*Resumo de dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais da Universidade do Estado do Amazonas (MBT/UEA), sob orientação do prof. dr. Wanderli Pedro Tadei e co-orientação da prof. dra. Adriana Sotero Martins, para obtenção do título de Mestre em Biotecnologia, em 24 de junho de 2008. Manaus, Amazonas, Brasil.