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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude v.2 n.1 Ananindeua mar. 2011

http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232011000100005 

ARTIGO ORIGINAL

 

Monitoramento da posse e uso de mosquiteiros tratados com inseticidas de longa duração em uma área endêmica de malária da Amazônia Venezuelana

 

 

Gregorio AlvaradoI; Brenda GarcíaI; Ana VillarroelII; Angel Rosas-AguirreIII

IDirección General de Salud Ambiental, Ministerio del Poder Popular para la Salud - Venezuela
IIOrganismo Andino de Salud-Convenio Hipólito Unanue, Proyecto de control de malaria en las zonas fronterizas, Lima - Perú
IIIOrganismo Andino de Salud-Convenio Hipólito Unanue, Proyecto de control de malaria en las zonas fronterizas, Lima - Perú. Universidad Peruana Cayetano Heredia. Lima - Perú

Endereço para correspondência
Correspondence
Dirección para correspondencia

 

Título original: Monitoreo de la posesión y uso de mosquiteros tratados con insecticidas de larga duración en un área endémica de malaria de la Amazonia Venezolana. Traduzido por: André Monteiro Diniz.

 

 


RESUMO

OBJETIVOS: Avaliar a posse e o uso de mosquiteiros tratados com inseticida de longa duração (MTILD) após seis meses da sua distribuição no Amazonas, Venezuela.
MATERIAIS E MÉTODOS: Durante os meses de junho e julho de 2007, foram distribuídos 11.798 MTILD Olyset Net® em 56 comunidades do estado Amazonas, protegendo 13.129 pessoas. Seis meses depois foram realizadas visitas de monitoramento às residências de uma amostra selecionada aleatoriamente de 27 comunidades (48,2% do total), tendo sido coletados, mediante questionário semiestruturado, os dados necessários para o cálculo de indicadores de posse e uso dos MTILD.
RESULTADOS: A posse de MTILD em residências foi elevada (93,7%). A proporção de indivíduos que dormiram sob um MTILD a noite prévia à pesquisa foi de 93,7%. Para crianças menores a 5 anos de idade e gestantes, a proporção dos que dormiram sob um MTILD foi de 94,3% e 89,2%, respectivamente. A maioria das características dos MTILD foi altamente aceita (>90%), com exceção dos furos grandes da trama (70,3%) e a altura do MTILD (70,7%).
CONCLUSÕES: O monitoramento realizado demonstrou elevada posse e uso dos MTILD após 6 meses da sua distribuição.

Palavras-chave: Mosquiteiros Tratados com Inseticida; Malária; Prevenção de Doenças Transmissíveis; Controle de Vetores.


 

 

INTRODUÇÃO

A malária é uma doença parasitária que põe em risco 3.3 bilhões de pessoas em 106 países ao redor do mundo. Estima-se que no ano de 2009 houve 225 milhões de casos de malária e 781mil mortes, em sua maioria, crianças africanas1. Nas Américas existem 22 países com transmissão de malária, nove deles compartilham a bacia amazônica: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela2.

Na Venezuela, a malária é uma doença reemergente que apresenta baixa mortalidade, mas alta morbilidade, ocasionando uma significativa repercussão na saúde pública. Durante o ano de 2009 foram diagnosticados 36.448 casos de malária na Venezuela, com uma fórmula parasitária de 75,4% P. vivax, 21,6% P. falciparum, 0,1% P. malariae e 2,9% de infecções mistas. O estado Amazonas representa um 9,7% dos casos do país3,4.

O Programa Global de Malária da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda como intervenção primária para o controle da malária a rápida cobertura da população em risco, através da distribuição gratuita e/ou subvencionada de mosquiteiros tratados com inseticida (MTI)5; baseado na evidência da eficácia e efetividade que esta intervenção tem demonstrado em locais com malária estável (África) e inestável (Sudeste Asiático e América do Sul)6,8.

A OMS faz referência em especial, a um tipo: o mosquiteiro tratado com inseticida de longa duração (MTILD)5. Os MTILD são mosquiteiros tratados de fábrica, e o seu material (malha) tem inseticida piretróide incorporado ou ao redor das fibras, o que permite reter a efetividade biológica sem um novo tratamento por, pelo menos, 20 lavagens padrão sob condições de laboratório, bem como ter uma maior duração em condições de campo quando comparados com outros MTI (entre 2 a 5 anos, dependendo da forma e frequência de lavagem)9.

Atendendo à recomendação da OMS, o Ministério do Poder Popular para a Saúde (MPPS) com apoio do Projeto "Controle da Malária nas Zonas Fronteiriças da Região Andina: Um Enfoque Comunitário" (PAMAFRO), realizou uma intervenção com MTILD na Venezuela, distribuindo gratuitamente 11.798 MTILD Olyset Net® em comunidades priorizadas de Amazonas durante o período compreendido entre junho e julho de 2007. A intervenção foi acompanhada de atividades de monitoramento após a distribuição mediante a avaliação de indicadores de posse e uso de MTILD, seguindo as orientações do Grupo de Referência de Monitoramento e Avaliação da Iniciativa "Fazer Retroceder a Malária" (Roll Back Malaria)10.

O presente artigo apresenta os resultados do monitoramento desses indicadores seis meses após a distribuição dos MTILD. O monitoramento tem sido fundamental para ajustar a intervenção durante sua implementação e para o adequado desenho de futuras intervenções com MTILD na Amazônia Venezuelana.

 

MATERIAL E MÉTODOS

ÁREA DO ESTUDO

O Estado do Amazonas está situado na região sul do país (Figura 1), com uma população de 108.713 habitantes (segundo projeções do INE para o ano 2008), distribuída em 19 etnias indígenas e população não indígena ("criollos"). Tem uma extensão de 184.000 Km2, e se caracteriza por ter baixa densidade populacional, alta dispersão e dificuldade de acesso às comunidades, dificultando as ações de controle da malária. Administrativamente Amazonas está dividido em sete municípios (Atures, Autana, Atabapo, Manapiare, Guainía, Río Negro e Alto Orinoco) e cada município em paróquias.

 

 

No ano de 2009 foram reportados 3.530 casos de malária em Amazonas (9,7% dos casos do país)4. Antes focalizada no sul do estado, a malária tem se disseminado aos seus sete municípios, em virtude de: movimentos populacionais por motivos socioeconômicos, culturais e/ou políticos; fatores climatológicos e ambientais; e fatores relacionados aos serviços de saúde11.

INTERVENÇÃO BASEADA NA DISTRIBUIÇÃO DE MTILD

Durante junho e julho de 2007, o MPPS com apoio do PAMAFRO, foram distrbuídos 11.798 MTILD Olyset Net® em 56 comunidades com alta morbilidade por malária de dois municípios do Estado Amazonas: 44 pertencentes às paróquias Luis Alberto Gómez (2), Parhuena (21) e Platanillal (21) do Município de Atures e 12 pertencentes à paróquia Samariapo do Município de Autana. Foram beneficiadas 13.129 pessoas em 2304 lares, atingindo uma cobertura de 1,11 pessoas por MTILD (Tabela 1).

 

 

A intervenção seguiu as recomendações da OMS buscando atingir a completa cobertura da população de cada comunidade selecionada5. Ao final da distribuição, havia registros adequados da quantidade de lares por comunidade, quantidade de pessoas por lar e quantidade de MTILD distribuídos por cada moradia.

Os MTILD distribuídos foram Olyset Net® (Sumitomo Chemical Co., Ltd, Japan), que contam com a recomendação completa da OMS como MTILD12. Eram de polietileno, retangulares, azul claro, de 4 mm x 4 mm da malha (tamanho de mesh) e com a fibra embebida de fábrica com permetrina a 2%. A distribuição dos MTILD foi realizada casa por casa em cada comunidade, considerando o número de espaços para dormir que havia em cada uma (camas e/ou redes). A distribuição foi acompanhada de atividades de comunicação social interpessoal (durante a entrega dos MTILD nas casas) e comunicação massiva (através de spots de rádio) com informação à população de como pendurar os MTILD (instalá-los), usar, lavar e mantê-los adequadamente.

MONITORAMENTO DA POSSE E USO DOS MTILD

Durante o mês de dezembro de 2007 (seis meses após a distribuição) foi realizado o monitoramento na metade das comunidades onde se realizou a intervenção com os MTILD. A seleção das comunidades foi aleatória com um ajuste proporcional ao número de comunidades intervindas por município.

Pesquisadores previamente capacitados visitaram todas as casas de cada comunidade selecionada. Prévia explicação da pesquisa a ser realizada e o consentimento oral respectivo, o chefe da casa, ou o responsável pela mesma, foi entrevistado e foi verificado através de observação, o número de MTILD presentes na mesma. No caso de ausência das pessoas em uma casa na primeira tentativa de visita, procedeu-se a re-visitar a mesma casa uma vez completadas as visitas a todos os lares da comunidade.

Para a entrevista foi usado um questionário semiestructurado validado por expertos e em campo. O questionário estava composto por perguntas fechadas e abertas orientadas a obter dados sobre a posse, o uso dos MTILD distribuídos e a aceitação das suas características. As perguntas usaram como referência a seção correspondente a mosquiteiros da pesquisa de lares para a medição de indicadores de malária (MIS)13. Por ser parte de uma intervenção em Saúde Pública, o monitoramento da distribuição de MTILD o protocolo de realização não foi apresentado a um comitê de Ética.

ANÁLISE DE DADOS

Os indicadores-chave de posse e uso foram calculados seguindo o guia estabelecido pelo Grupo de Referência de Monitoramento e Avaliação da Iniciativa "Fazer Retroceder a Malária" (Roll Back Malaria)10. Ambos os indicadores recolhem informação de todos os MTI existentes, sejam MTILD ou mosquiteiros convencionais da população que tenham sido impregnados nos últimos 12 meses. Como nas comunidades monitoradas os únicos MTI existentes foram MTILD, daqui em diante, todos os indicadores farão referência a MTILD para evitar confusões com termos adicionais.

De acordo com o guia, a posse de MTILD é medida por moradias, mediante a fórmula: número de lares pesquisados com pelo menos um MTILD (numerador) dividido pelo número total de lares pesquisados (denominador), vezes 100. O uso de MTILD foi definido como o número de pessoas que tinha dormido sob um MTILD a noite prévia (numerador) dividido pelo número total de pessoas (denominador) no total de lares pesquisados, vezes 100. Este indicador de uso foi calculado especificamente para população em geral, crianças com menos de 5 anos de idade e gestantes.

A aceitação foi calculada para cada uma das 5 características principais dos MTILD Olyset Net® distribuídos: material de polietileno, cor azul clara, densidade da malha (tamanho dos furos), tamanho e altura. A aceitação para cada característica foi definida como o número de casas em que o pesquisado (chefe da casa) estava conforme com a característica do MTILD perguntada (numerador) dividido pelo número total de casas pesquisadas (denominador), vezes 100.

Os dados registrados no questionário foram ingressados a uma folha de cálculo Excel (em duas digitações independentes); para o processamento e análise descritiva foi usado o kit estatístico R. Os resultados foram expressos em frequências absolutas e relativas.

 

RESULTADOS

Após seis meses da distribuição foi realizada uma avaliação da posse e uso dos MTILD em 27 das 56 comunidades intervindas (Tabela 2). Foram visitados todas as moradias das comunidades e se conseguiu completar a avaliação sobre posse e uso em 1.025 lares (44,5% do total de beneficiados), os que contavam com 6.510 pessoas (49,6% do total de beneficiadas). A média de idade das pessoas que respondeu à pesquisa foi de 40,7 ± 14,0 anos, com predominância de homens (71,5%). Os motivos principais para não completar uma pesquisa em uma casa foram: ausência de pessoas nela (motivo mais frequente) ou pessoas que não aceitaram responder e/ou verificar os MTILD disponíveis em sua casa. Do total de pessoas nas moradias pesquisadas, 1.396 (21,4%) eram crianças e 148 (2,3%) mulheres grávidas. Foi contabilizado um total de 4.567 MTILD Olyset Net® nas casas pesquisadas, aproximadamente 1,43 pessoas por cada MTILD.

 

 

A maioria dos lares (93,7%) pesquisados tinha pelo menos um MTILD Olyset Net® (Tabela 3). A proporção de indivíduos que dormiu sob um MTILD a noite prévia à pesquisa esteve acima de 90% em todas as paróquias intervindas. Também a porcentagem de crianças menores de cinco anos de idade que dormiu sob um MTILD a noite prévia foi superior a 90% em todos os municípios. No caso das gestantes, a proporção das que tinha dormido sob um MTILD a noite prévia não chegou a 90% nas paróquias Platanillal (84,1%) e Samariapo (82,1%).

 

 

Com relação às características dos MTILD distribuídos (Tabela 4), o material de polietileno, a cor azul clara e os tamanhos distribuídos tiveram uma aceitação superior a 80%. Já o tamanho dos furos (ou densidade da malha) e a altura dos MTILD não tiveram uma aceitação alta no total das casas pesquisadas (ao redor de 70%), sendo que os valores mais baixos foram reportados na paróquia Luis Alberto Gómez.

 

 

Somente em 18 (2%) casas foram informados casos suspeitos de reações adversas associadas ao uso dos MTILD. No total foram informados 23 casos suspeitos de reações adversas associadas ao uso dos MTILD, o que representa uma porcentagem de ocorrência de 0,4% (23 suspeitas / 5.537 pessoas em casa com respostas válidas sobre reações adversas). A maioria apareceu nos primeiros dias após a entrega dos MTILD, tendo se resolvido de forma espontânea sem necessidade de medicação. Os desconfortos principais foram: prurido e/ou ardência na pele, erupção na pele e ardência nos olhos ou eritema conjuntival.

 

DISCUSSÃO

O presente estudo mostra os achados iniciais da intervenção baseada na distribuição de MTILD na Amazônia Venezuelana durante o ano de 2007, apresentando uma alta cobertura de posse e uso dos MTILD Olyset Net® por parte da população após a campanha de distribuição.

Os resultados obtidos para o indicador de posse (proporção de moradias com ao menos um MTI) confirmam que a distribuição de MTILD realizada seis meses antes da pesquisa seguiu as recomendações da OMS de tentar atingir a cobertura completa nas comunidades sel ecionadas para intervenção5,14. Estas recomendações estão baseadas nas evidencias recentes do efeito comunitário dos MTI. Este efeito protegeria toda a população da comunidade, incluindo aqueles que não dormem sob mosquiteiro15,16. Foi demonstrado que com uma cobertura moderada, próxima a 60%, de todos os adultos e crianças, podem ser atingidos benefícios equiparáveis ao do nível comunitário17.

A alta cobertura de posse foi acompanhada de altos níveis de uso dos MTILD Olyset Net® distribuídos (próximo e superior a 90%) tanto na população total como em grupos vulneráveis (crianças menores de 5 anos de idade e gestantes). Embora exista na população da Amazônia a aceitação e a prática de usar mosquiteiro para evitar a picada de mosquitos e dormir sem desconforto durante a noite18, é importante salientar as atividades de comunicação social interpessoal (durante a entrega de MTILD casa por casa) e massiva (através de spots de rádio) que acompanharam a distribuição para assegurar a aceitação e o uso adequado dos MTILD.

Em nosso estudo, a cobertura de posse e o uso dos MTILD foi maior à relatada em países africanos após campanhas massivas de distribuição19,20. Se bem que a elevada disponibilidade de MTI nos lares está associada ao uso dos mesmos MTI pela população, esta associação nem sempre é cumprida. Na Zâmbia, por exemplo, após campanhas massivas de distribuição, a posse de MTI foi incrementada entre 16,7% e 81,1%; mas a cobertura de uso sempre esteve por debaixo dos 60%, especialmente em áreas rurais21.

Embora obter financiamento suficiente para a aquisição e distribuição dos MTILD seja uma barreira para conseguir acesso e posterior uso dos MTILD por parte da população, é necessário prestar atenção a outros fatores importantes que podem levar ao êxito ou ao fracasso de uma intervenção baseada na distribuição de MTILD, tais como: as preferências da comunidade por diferentes desenhos de MTILD, sua percepção sobre os MTILD, os tipos de MTILD disponíveis no mercado, e o tamanho e a estrutura dasmoradias nas comunidades intervindas22,23,24,25. No nosso estudo a maioria das características dos MTILD Olyset Net® distribuídos está informada como bem aceita, embora a pouca densidade (furos grandes na  malha) e a  altura tenham sido assinaladas como inadequadas na hora de usar os MTILD.

A escassa densidade da malha foi assinalada por Harvey e col. como um motivo para a não utilização por parte da população da Amazônia peruana dos MTI de poliéster que foram entregues pelo Ministério de Saúde do Peru nos anos 1999 e 200018. Os furos muito grandes da malha transmitem às pessoas uma sensação de baixa proteção, e não oferecem a necessária privacidade pela sua transparência; permitem a passagem de insetos pequenos, não fornecem calor (sensação de poder ficar doente pelo frio durante a noite) e aumenta o temor nas crianças de poderem ser vistas por espíritos malignos segundo as crenças que existem na Amazônia peruana. A sensação de vulnerabilidade e a falta de privacidade é ainda maior quando a estrutura das moradias não tem paredes externas e/ou divisórias como na maioria das moradias rurais da Amazônia26.

Os MTILD padrão recomendados pela OMS que os fabricantes oferecem têm uma altura de 150 cm. Tal altura é considerada curta pela população pesquisada, já que una vez pendurados não chegam até o chão ou não permitem colocar as pontas sob o colchão de forma a impedir qualquer espaço para a entrada de mosquitos. Considerando este achado, está previsto incluir nas especificações técnicas dos MTILD a serem adquiridos no futuro, um aumento na altura: 30 e 50 cm adicionais à altura padrão.

Com relação a reações adversas aos MTILD Olyset Net® na saúde dos usuários, uma baixa porcentagem (0,4%) informou desconfortos leves que desapareceram espontaneamente depois dos primeiros dias de uso, coincidindo com estudos realizados com o mesmo MTILD onde menos de 10% dos usuários reportou reações menores nos primeiros meses de uso27,28,29.

 

CONCLUSÕES

A elevada cobertura de posse e o uso quase universal dos MTILD (após mes meses de distribuição) são alentadores e evidenciam efeitos positivos iniciais da estratégia de distribuição dos MTILD como medida de prevenção e controle da malária na Amazônia venezuelana. É necessário continuar com avaliações periódicas sobre a cobertura de posse e uso, incorporando avaliações da frequência e padrões de lavagem dos MTILD, bem como avaliações qualitativas que ofereçam maior informação sobre as preferências da população por determinadas características nos MTILD (como a densidade) e seus efeitos no uso apropriado do MTILD. Além do que, a médio e longo prazo, deve ser avaliado o impacto da estratégia na redução da morbilidade por malária nas comunidades intervindas.

 

CONFLITOS DE INTERESSE

Não houve.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em / Received / Recibido en: 31/1/2011
Aceito em / Accepted / Aceito en: 16/5/2011