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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude v.4 n.3 Ananindeua set. 2013

http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232013000300006 

ARTIGO ORIGINAL |ORIGINAL ARTICLE | ARTÍCULO ORIGINAL

 

Larvas de trematódeos associadas a moluscos de água doce em municípios da Região Metropolitana de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil

 

Trematode larvae associated with freshwater mollusks in municipalities of Metropolitan Region of São Paulo, São Paulo State, Brazil

 

Larvas de trematodos asociadas a moluscos de agua dulce en municipios de la Región Metropolitana de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil

 

 

Fernanda Pires OhlweilerI; Juliana Manas EduardoI; Fernanda Yoshika TakahashiI; Gabriel Alan CreinI; Liliane Re LucaII; Rosane Corrêa OliveiraII

ILaboratório de Malacologia, Divisão de Programas Especiais, Superintendência de Controle de Endemias, São Paulo, São Paulo, Brasil
IILaboratório de Identificação e Pesquisa em Fauna Sinantrópica, Centro de Controle de Zoonoses, São Paulo, São Paulo, Brasil

Endereço para correspondência
Correspondence
Dirección para correspondencia

 

 


RESUMO

O trabalho identifica larvas de trematódeos encontradas parasitando moluscos dulciaquícolas em municípios da Região Metropolitana de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil. A pesquisa malacológica foi realizada no período de novembro de 2008 a outubro de 2011. Os moluscos foram identificados e submetidos a exame parasitológico. Foram identificados moluscos das famílias Ampullariidae, Ancylidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae e Thiaridae. Observaram-se 21 formas larvais de trematódeos parasitando os moluscos. Dessas, sete não foram encontradas na literatura consultada: cercária I, echinocercária I, echinocercária IV, strigeocercária I, strigeocercária II, strigeocercária III e strigeocercária IV. A presença de moluscos dulciaquícolas, hospedeiros intermediários de trematódeos, pode representar risco para a transmissão de agentes infectantes causadores de doenças de interesse médico e veterinário em municípios da Região Metropolitana de São Paulo, sendo o monitoramento dessas áreas extremamente importante.

Palavras-chave: Trematódeos; Moluscos; Helmintos; Cercária.


ABSTRACT

This study found trematode larvae as parasites in freshwater mollusks in municipalities of Metropolitan Region of São Paulo, São Paulo State, Brazil. Malacological search was made from November, 2008 to October, 2011. The following mollusks were identified and had parasitological examination: Ampullariidae, Ancylidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, and Thiaridae families. Twenty-one trematode larvae were observed parasitizing mollusks, but seven were not found in literature search: cercaria I, echinocercaria I, echinocercaria IV, strigeocercaria I, strigeocercaria II, strigeocercaria III and strigeocercaria IV. Freshwater mollusks as intermediate hosts of trematodes can be a risk of transmission of infectious agents causing diseases of great medical and veterinarian concern in Metropolitan Region of São Paulo. Therefore monitoring such areas is extremely important.

Keywords: Trematoda; Mollusca; Helminths; Cercaria.


RESUMEN

El trabajo identifica larvas de trematodos encontradas parasitando moluscos dulceacuícolas en municipios de la Región Metropolitana de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil. La investigación malacológica se realizó en el período de noviembre de 2008 a octubre de 2011. Los moluscos fueron identificados y sometidos a examen parasitario. Se identificaron moluscos de las familias Ampullariidae, Ancylidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae y Thiaridae. Se observaron 21 formas larvales de trematodos parasitando a los moluscos. De estas, siete no fueron encontradas en la literatura consultada: cercaria I, echinocercaria I, echinocercaria IV, strigeocercaria I, strigeocercaria II, strigeocercaria III y strigeocercaria IV. La presencia de moluscos dulceacuícolas, huéspedes intermediarios de trematodos, puede representar riesgo de transmisión de agentes infectantes causadores de enfermedades de interés médico y veterinario en municipios de la Región Metropolitana de São Paulo, siendo el monitoreo de estas áreas extremamente importante.

Palabras clave: Trematodos; Moluscos; Helmintos; Cercarias.


 

 

INTRODUÇÃO

Os moluscos constituem um importante grupo taxonômico devido à ampla distribuição geográfica, abundância e importância epidemiológica.

Inúmeras são as formas larvais de trematódeos associadas a moluscos dulciaquícolas no Brasil, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais1,2.

Dentre os moluscos de maior importância para a saúde pública estão os Planorbidae, que incluem as Biomphalaria Preston, 1910, algumas delas responsáveis pela transmissão da esquistossomose na América do Sul, África, Ásia e Antilhas3,4,5.

Três são as espécies encontradas naturalmente infectadas pelo Schistosoma mansoni (Sambon, 1907) no Brasil: Biomphalaria glabrata (Say, 1818), B. straminea (Dunker, 1848) e B. tenagophila (d'Orbigny, 1835)6.

B. glabrata e B. tenagophila possuem importante papel na transmissão da esquistossomose no Estado de São Paulo, enquanto que B. straminea, por possuir grande capacidade adaptativa, poderá ter importância epidemiológica no futuro6.

Alguns Ampulariidae, Ancylidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae e Thiaridae também atuam como hospedeiros intermediários de helmintos no Estado de São Paulo, parasitando o homem e animais1,7.

Por fazerem parte do ciclo de vida de muitos helmintos, os moluscos tornaram-se uma importante fonte de infecção para o homem e outros animais8.

Diante da presença de moluscos em diversos ambientes de água doce do Estado de São Paulo, o presente estudo teve como objetivo identificar larvas de trematódeos associadas a moluscos dulciaquícolas em 22 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), São Paulo, Brasil.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

ÁREA DE ESTUDO

Foram coletados moluscos dulciaquícolas em 22 municípios da RMSP, São Paulo, Brasil: Arujá (23o23'47.2"S, 46o19'17.2"W), Biritiba Mirim (23o34'25.9"S, 46o2'19.1"W), Carapicuíba (23o31'21.5"S, 46o50'12.5"W), Cotia (23o36'14.8"S, 46o55'27.4"W), Diadema (23o41'11.2"S, 46o37'24.4"W), Ferraz de Vasconcelos (23o32'32.0"S, 46o22'8.2"W), Guarulhos (23o27'48.4"S, 46o32'0.4"W), Jandira (23o31'42.5"S, 46o54'11.8"W), Mauá (23o40'7.4"S, 46o27'41.0"W), Mogi das Cruzes (23o31'29.1"S, 46o11'13.7"W), Osasco (23o31'54.0"S, 46o47'23.7"W), Rio Grande da Serra (23o44'42.7"S, 46o24'7.9"W), Ribeirão Pires (23o42'50.8"S, 46o24'49.1"W), Salesópolis (23o31'56.8"S, 46o50'47.2"W), Santa Isabel (23o19'0.6"S, 46o13'25.2"W), Santana de Parnaíba (23o31'50.7"S, 47o8'7.7"W), Santo André (23o39'59.6"S, 46o31'56.0"W), São Bernardo do Campo (23o41'39.9"S, 46o33'55.6"W), São Caetano do Sul (23o37'21.4"S, 46o32'55.9"W), São Paulo (23o32'56.1"S, 46o38'19.7"W), Suzano (23o32'27.4"S, 46o18'38.3"W) e Taboão da Serra (23o36'25.4"S, 46o45'7.2"W).

PROCEDIMENTOS DE COLETA

As capturas de moluscos foram realizadas de novembro de 2008 a outubro de 2011, duas a três vezes por semana. A coleta foi manual, com auxílio de pinças e concha de captura, de acordo com a técnica utilizada no Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose do Ministério da Saúde6. Foram selecionadas coleções hídricas que apresentassem condições favoráveis para a manutenção de criadouros de moluscos, como presença de vegetação aquática nas margens e pouca correnteza, além daquelas utilizadas pela população para lazer, acesso ou atividades econômicas. Dentre as coleções hídricas selecionadas estão alagado, brejo, córrego, lago, nascente, piscinão, represa, rio, tanque e vala de irrigação. Não foram demarcados pontos de coletas devido às irregularidades das áreas das coleções. Para uniformizar as amostras, foram utilizados esforços amostrais de três coletores por coleção, durante o período de 1 h. Para a obtenção de uma boa amostragem da malacofauna presente, a captura dos moluscos foi realizada em diferentes pontos de cada coleção, conforme preconiza o Ministério da Saúde6. As capturas de moluscos foram realizadas para atender ao Programa de Controle de Esquistossomose na RMSP; que diz respeito à captura de moluscos planorbídicos, e ao controle e vigilância de outros moluscos hospedeiros intermediários de helmintos, auxiliando na identificação de focos de parasitoses. A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) é uma autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e cabe a ela fazer a vigilância e o controle de vetores e hospedeiros responsáveis pela transmissão de agentes infectantes causadores de doenças no Estado. Sendo assim, não necessita de licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para realizar coletas no Estado de São Paulo. Por esta razão, as coletas de moluscos estão de acordo com a legislação ambiental brasileira para o Estado de São Paulo.

TRATAMENTO DOS MOLUSCOS

Os moluscos capturados foram colocados em aquários contendo água declorada e alimentados com folhas de alface frescas. Após 24 h, os moluscos que permaneceram vivos foram submetidos a exame parasitológico e identificados em nível de espécie ou gênero.

Para o exame parasitológico, os moluscos foram colocados, individualmente, em poços de placas de cultura de células contendo água declorada e expostos à luz artificial (60 W), durante 4 h. Após a exposição, analisou-se a água das placas no microscópio estereocópico quanto à presença ou não de cercárias. As bionfalárias que não eliminaram cercárias quando expostas à luz artificial, por tratar-se de um grupo de grande importância epidemiológica, uma vez que incluem espécies hospedeiras intermediárias do S. mansoni, foram esmagadas e observadas no microscópio estereoscópico, para a confirmação da presença ou não de larvas entre seus órgãos.

As formas larvais obtidas dos moluscos foram colocadas em solução aquosa e mantidas, durante 4 h na geladeira, para a redução das atividades motoras. Em seguida, foram postas, juntamente com solução aquosa, entre lâminas e lamínulas e levadas ao microscópio de luz onde foram identificadas, mensuradas e fotografadas, com auxílio do programa de imagem QWIN/Plus. Algumas cercárias foram coradas com solução vermelho neutro e analisadas ainda com vida.

Foram tomadas medidas do comprimento total das cercárias, as quais são fornecidas em micrômetros e representam a média de dez a 15 exemplares, estando de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde6.

Não foram feitas fotografias de Cercaria macrogranulosa (Ruiz, 1952), Pleurolophocercus cercaria e Virgulate cercaria devido à má preservação dos respectivos materiais.

Para a identificação dos moluscos ampularídeos9, ancilídeos10,11, fisídeos12,13, limneídeos14,15, planorbídeos16 e tiarídeos17 levou-se em conta as características morfológicas da concha e partes moles, principalmente dos sistemas reprodutor e renal. Para isso, os moluscos, com exceção dos tiarídeos, tiveram suas partes moles separadas da concha, possibilitando muitas vezes a observação, por transparência, de esporocistos ou rédias de trematódeos na glândula digestiva e ovoteste. A identificação foi feita no Laboratório de Malacologia da Sucen, sob o microscópio estereoscópico.

Os moluscos coletados foram depositados na coleção malacológica da Divisão de Programas Especiais da Sucen.

 

RESULTADOS

A pesquisa malacológica feita nos 22 municípios da RMSP identificou moluscos pertencentes a seis famílias (Tabela 1). Apenas em São Caetano do Sul não foram capturados moluscos.

 

 

Dos 9.407 moluscos capturados, 785 apresentaram-se infectados por larvas de trematódeos. B. tenagophila apresentou os mais elevados índices de infecção em 13 municípios, assim como na RMSP em geral (Tabela 1). Foram encontradas 21 formas larvais de trematódeos, nos estágios de cercária e metacercária (Tabela 2; Figuras 1 a 4). B. tenagophila foi suscetível a maior diversidade de larvas, tendo os maiores índices de infecção por Cercaria caratinguensis (Ruiz, 1953), C. minense (Ruiz, 1952), echinocercária II e strigeocercária IV (Tabela 2).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sete das formas larvais observadas parasitando os moluscos não foram encontradas na literatura consultada, sendo aqui descritas:

Cercária I (Figura 1: A a C) (comprimento total: 342 µm a 727 µm): Corpo oval e pequeno. Cauda única, longa e larga, contendo corpúsculos caudais. Presença de ventosa oral e acetábulo. Este último está localizado abaixo da região mediana do corpo. Faringe muscular. Esôfago bifurcado, abaixo do acetábulo, em dois cecos intestinais. Vesícula excretora pequena situada na região posterior do corpo. Canais coletores contendo cerca de 20 grânulos refringentes. Desenvolvimento em rédia (Figura 1: D).

Echinocercária I (Figura 1: E e G) (comprimento total: 470 µm a 540 µm): Corpo oval, recoberto por pequenos espinhos. Cauda única, longa e estreita. Colar peristomático com espinhos, na região anterior do corpo. Ventosa oral e acetábulo, arredondados. Este último está localizado abaixo da região mediana do corpo. Vesícula excretora volumosa, localizada na região posterior do corpo. Canais coletores contendo grânulos refringentes. Canal excretor abre-se na extremidade da cauda. Faringe muscular. Esôfago longo e bifurcado, próximo ao acetábulo, em dois cecos intestinais, os quais seguem para a região posterior do corpo. Desenvolvimento em rédia (Figura 1: F).

Echinocercária IV (Figura 1: H) (comprimento total: 800 µm a 820 µm): Corpo oval. Cauda única, longa e estreita. Colar peristomático contendo espinhos, entre a ventosa oral e a faringe. Acetábulo grande e circular, situado abaixo da região mediana do corpo. Faringe globosa e muscular. Esôfago longo, bifurcando-se próximo ao acetábulo, em dois cecos intestinais que seguem para a região posterior do corpo. Vesícula excretora situada na região posterior do corpo. Desenvolvimento em rédia (Figura 1: I).

Strigeocercária I (Figura 1: J e K) (comprimento total: 600 µm a 658 µm): Corpo oval. Cauda longa, larga e bifurcada. Furcas longas e achatadas dorsoventralmente. Corpúsculos caudais presentes na cauda e furcas. Corpo, cauda e furcas recobertos por pequenos espinhos. Ventosa oral subterminal. Acetábulo pequeno, situado abaixo da região mediana do corpo. Esôfago curto e bifurcado em dois cecos intestinais, que seguem até próximo ao acetábulo. Faringe globosa e pequena. De cada lado do corpo existem quatro glândulas de penetração com ductos espessos, formadas por células mononucleadas, sendo duas anteriores e duas posteriores ao acetábulo. Região anterior possui duas bolsas, uma em cada lado. Vesícula excretora pequena e em forma de "Y", situada na região posterior do corpo. Canal excretor abre-se lateralmente na região antero-mediana de cada furca. Desenvolvimento em esporocisto.

Strigeocercária II (Figura 1: L) (comprimento total: 437 µm a 467 µm): Corpo estreito e alongado. Cauda longa, estreita e bifurcada. Furcas estreitas e achatadas, apresentando aproximadamente o mesmo comprimento da cauda. Existem em torno de dez ou mais pares de células caudais. Corpo recoberto por minúsculos espinhos dispostos em fileiras transversais, os quais estão mais concentrados na região anterior. Ventosa oral alongada. Acetábulo circular e bem desenvolvido, localizado abaixo da região mediana do corpo. Três pares de glândulas de penetração abaixo do acetábulo. Faringe circular dando continuidade ao longo esôfago, que se bifurca em dois cecos intestinais, próximo ao acetábulo. Vesícula excretora localizada na região posterior do corpo. Canal excretor abre-se lateralmente, em cada uma das furcas. Desenvolvimento em esporocisto (Figura 1: M).

Strigeocercária III (Figura 2: A e B) (comprimento total: 486 µm a 505 µm): Corpo estreito e alongado. Cauda estreita e bifurcada, tão longa quanto o corpo. Furcas longas e estreitas. Corpo e cauda recobertos por pequenos espinhos. Células caudais presentes no interior da cauda. Ventosa oral subterminal. Acetábulo pequeno, localizado abaixo da região mediana do corpo. Ocelo pigmentado presente em cada lado do acetábulo. Glândulas de penetração anteriores e posteriores ao acetábulo. Faringe de difícil visualização. Esôfago longo, bifurcando-se em dois cecos intestinais. Vesícula excretora pequena, com nítidos pares de solenócitos, situada na região posterior do corpo. Canal excretor abre-se lateralmente na porção mediana de cada furca.

Strigeocercária IV (Figura 2: C a E) (comprimento total: 910 µm a 980 µm): Corpo estreito e alongado. Cauda estreita, longa e bifurcada. Corpo e cauda recobertos por pequenos espinhos. Furcas pequenas contendo aletas caudais. Presença de corpúsculos caudais na cauda e furcas. Ventosa oral subterminal. Acetábulo abaixo da região mediana do corpo. Ocelos pigmentados, um de cada lado do acetábulo. Faringe de difícil visualização. Esôfago longo, não sendo visível a região de bifurcação, a partir da qual seguem os cecos intestinais. Cinco pares de glândulas de penetração com ductos espessos: três pares posteriores e dois pares anteriores ao acetábulo. Vesícula excretora pequena, localizada na região posterior do corpo. Canal excretor abre-se na extremidade das furcas.

 

DISCUSSÃO

Dos moluscos encontrados na RMSP B. tenagophila é considerada, por nós, a mais problemática, visto tratar-se da principal espécie hospedeira intermediária do S. mansoni no Estado de São Paulo. Embora os espécimes de B. tenagophila não estivessem infectados por cercárias do S. mansoni, a sua presença causa preocupação, representando fator de risco potencial para a esquistossomose.

Os 22 municípios da RMSP foram classificados conforme sua importância na transmissão da esquistossomose. Para isso, levamos em consideração dois parâmetros fornecidos pelo Manual de Vigilância e Controle da Esquistossomose (Normas e Instruções) do Centro de Vigilância Epidemiológica18; presença de B. tenagophila, por ser esta a espécie mais relevante com relação à questão epidemiológica no Estado de São Paulo e a presença da mesma portando larvas do S. mansoni. Arujá, Biritiba Mirim, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Jandira, Mogi das Cruzes, Osasco, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Paulo e Suzano foram classificados como municípios com potencial de transmissão por apresentarem B. tenagophila, embora negativa para S. mansoni18. Mauá, Santa Isabel, São Caetano do Sul e Taboão da Serra foram classificados como municípios sem importância de transmissão, já que não foram encontrados espécimes de B. tenagophila18.

As formas larvais encontradas parasitando os moluscos foram identificadas de acordo com caracteres morfológicos como posição e número de ventosas, tamanho e forma da cauda e estruturas internas19.

Cercária I trata-se de uma ropalocercária19 por apresentar cauda mais larga que o corpo. Seus caracteres morfológicos não permitiram uma identificação mais precisa com outras formas de cercárias.

Echinocercária I e IV são equinocercárias devido à presença de colar peristomático19. Embora echinocercaria I se assemelhe muito a C. macrogranulosa descrita por Ruiz20, difere desta por apresentar maior número de grânulos refringentes nos canais coletores, os quais estão ausentes na echinocercária IV Estas duas formas são produzidas por trematódeos Echinostomatidae, que parasitam o intestino de répteis, aves, mamíferos e algumas espécies podem ter importância econômica21,22,23.

Strigeocercária I, strigeocercária II, strigeocercária III e strigeocercária IV são do tipo longifurcada faringeata devido à presença de faringe e de cauda longa e bifurcada22. As quatro formas diferem entre si quanto ao número e/ou localização das glândulas de penetração, bolsas na região anterior presentes na forma I, ocelos pigmentados presentes nas formas III e IV e aletas caudais presentes nas furcas da forma IV Strigeocercária I difere da forma descrita por Boaventura et al24 em B. tenagophila de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, pela presença de aletas caudais, número e localização das glândulas de penetração e abertura do canal excretor. Embora strigeocercária II assemelhe-se a C. amplicoecata descrita por Ruiz25, difere desta quanto à posição das glândulas de penetração. Estas larvas são produzidas por trematódeos da família Strigeidae, que de acordo com Schell22 são parasitos intestinais de aves e mamíferos, os quais são seus hospedeiros definitivos. Frandsen e Christensen23 mencionam os gêneros Biomphalaria, Lymnaea e Melanoides como alguns onde encontramos hospedeiros intermediários de strigeídeos. Além da B. tenagophila, encontramos Physa marmorata (Guilding, 1828) e Pomacea lineata (Spix, 1827) infectadas por larvas de strigeocercária.

Amphistome cercaria (Figura 2: F e G), de acordo com Malek21 e Schell22, identifica-se com cercárias da família Paramphistomatidae, da forma pigmentada, por apresentar muitas glândulas cistogênicas espalhadas pelo corpo. A forma por nós encontrada difere da forma apresentada por Frandsen e Christensen23 e Veitenheimer-Mendes e Almeida-Caon26 pela morfologia do sistema excretor. Na forma apresentada por estes autores, os canais coletores, repletos de grânulos refringentes, apresentam formato em "8" aberto na região anterior, enquanto que na forma por nós apresentada os canais coletores, também contendo grânulos refringentes, seguem paralelamente ao corpo, até alcançarem a porção anterior da vesícula excretora. B. tenagophila de Biritiba Mirim foi encontrada infectada por Amphistome cercaria em um lago junto à criação de bovinos. Este achado é corroborado pela informação fornecida por Frandsen e Christensen23 de que estas cercárias são produzidas por anfistomídeos de importância veterinária, parasitas intestinais de mamíferos, especialmente ruminantes, causando inúmeros prejuízos econômicos.

Cercaria caratinguensis (Figura 2: H), da família Strigeidae, foi identificada pela presença de ocelos circulares desprovidos de pigmentos localizados acima do acetábulo, cauda curta e larga contendo cinco pares de células em seu interior e furcas longas e achatadas dorsoventralmente19,22. C. caratinguensis tem B. glabrata e B. tenagophila como hospedeiros intermediários19,25,27. Encontramos esta cercária parasitando ampularideos, fisídeos e também outros planorbídeos, além da B. tenagophila.

Cercariaeum (Figura 3: D e E) foi assim identificada devido à ausência de cauda22. Identifica-se com C. acaudata (Ruiz, 1952) por apresentar ventosa oral terminal, acetábulo na região mediana do corpo e vesicular excretora globoide com canais coletores de calibre espesso. Este tipo de cercária é produzido provavelmente por trematódeos da família Cyclocoelidae20, que parasita aves22. Além da forma Cercariaeum, foram encontradas metacercárias (Figura 3: A a C) em B. tenagophila, que de acordo com Ruiz20, são formas encistadas que permanecem no molusco.

Echinocercária II (Figura 2: I e K), com desenvolvimento em rédia (Figura 2: J), identifica-se com C. echinostoma I, descrita por Veitenheimer-Mendes28 em B. peregrina (d'Orbigny, 1835) pela presença de colar peristomático com espinhos entre a ventosa oral e a faringe, acetábulo grande abaixo da região mediana do corpo, esôfago longo e bifurcado em dois cecos intestinais e vesícula excretora não epitelial, com canais coletores repletos de grânulos refringentes. Difere de echinocercária I e da C. macrogranulosa (Ruiz, 1952) pela maior quantidade de grânulos refringentes nos canais coletores e de C. granulifera (Lutz, 1924), forma larval de Paryphostomum segregatum (Dietz, 1909), pela ausência dos dois grânulos refringentes situados entre a ventosa oral e a faringe.

Echinocercária III (Figura 3: F e H), com desenvolvimento em rédia (Figura 3: I), assemelha-se a C. magnocaudata ilustrada pelo Ministério da Saúde6 por apresentar corpo alongado, colar peristomático com aproximadamente dez espinhos ao redor da ventosa oral, canais coletores com grânulos refringentes que desembocam na porção anterior da vesícula excretora e cauda longa, tão ou mais larga que o corpo.

C. macrogranulosa descrita e ilustrada por Ruiz20 é também uma das formas larvais aqui encontradas, a qual foi identificada devido à presença de ventosa oral circular, acetábulo circular abaixo da região mediana do corpo, inúmeras células dispostas lateralmente no corpo e canais coletores com alguns grânulos refringentes. Assim como Naruto19, encontramos B. tenagophila atuando como hospedeira intermediária de C. macrogranulosa. Aquele autor também menciona B. glabrata, B. straminea, B. intermedia (Paraense & Deslandes, 1962) e B. schrammi (Crosse, 1824) como hospedeiros intermediários deste trematódeo.

Assim como echinocercária I e IV, as formas echinocercária II, echinocercária III e C. macrogranulosa pertencem à família Echinostomatidae22,23.

Cercaria hemiura (Ruiz, 1952) (Figura 3: J e K), com desenvolvimento em rédia (Figura 3: L), foi identificada devido ao corpo alongado, ventosas desenvolvidas, cauda globoide e vesiculosa, tubo longo com uma fileira de células e de extremidade dilatada e bulbo excretor com apêndice terminal20. C. hemiura é considerada por Naruto19 como provável forma larvária de Halipegus dubius (Klein, 1905) da família Halipegidae. Naruto19 cita como exemplo de hospedeiro definitivo as rãs da espécie Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758). Assim como Naruto19, encontramos B. tenagophila atuando como hospedeiro intermediário de C. hemiura.

Cercaria lutzi (Ruiz, 1943) (Figura 3: M e N), com desenvolvimento em esporocisto (Figura 3: O), foi identificada devido a pequenos espinhos recobrindo o corpo, ventosa oral com estilete, cinco pares de glândulas de penetração a cada lado do corpo e vesícula excretora bem desenvolvida e em forma de "Y"29. C. lutzi foi designada como sendo a fase larval do Pneumonoeces neivai (Travassos & Artigas, 1927) em vista da morfologia da vesícula excretora29. P. neivai é citada por Travassos et al30 como parasito do pulmão dos anfíbios L. ocellatus, Leptodactylus pentadactylus labyrinthicus (Vizotto, 1967) e Pseudis paradoxa (Linnaeus, 1758). Assim como De Moraes et al27, encontramos B. tenagophila atuando como hospedeiro intermediário de C. lutzi. Naruto19 cita ainda B. glabrata como hospedeiro intermediário deste trematódeo.

Cercaria minense Ruiz, 1952 (Figura 4: A e B) foi identificada pelo corpo coberto por espinhos, ventosa oral contendo estilete e duas bolsas alongadas, acetábulo pouco desenvolvido, dois pares de glândulas de penetração grandes e mononucleadas, além de outras glândulas menores19. Naruto19 menciona como hospedeiro intermediário de C. minense apenas B. glabrata, enquanto que nós registramos B. tenagophila e P. marmorata.

C. lutzi e C. minense são produzidas por trematódeos da família Plagiorchiidae, que de acordo com Travassos et al30 tem anfíbios, répteis e mamíferos como hospedeiros definitivos.

C. ocellifera (Lutz, 1917) (Figura 4: C e D) foi identificada pela presença de ocelos pigmentados e de uma crista dorsal no corpo31. É considerada por Lutz31 como a forma larval de Clinostomum heluans (Braun, 1899) (Clinostomatidae). De acordo com Schell22 os trematódeos Clinostomatidae são parasitas de répteis e aves. Dentre as aves, as mais conhecidas são Florida caerulea (Palmer, 1962), Ardea cocoi (Linnaeus, 1766) e Nyctanassa violacea cayennensis (Gmelin, 1789)19. Os hospedeiros intermediários citados na literatura são girinos de Bufo ornatus (Spix, 1824), peixes de água doce e moluscos B. tenagophila e B. glabrata19,25,27. Além de B. tenagophila, nós encontramos P. marmorata atuando como hospedeiro intermediário desta cercária.

Ornatae cercaria (Figura 4: E a G) foi identificada pela presença de ventosa oral com estilete, glândulas de penetração a cada lado do acetábulo e aleta caudal22. É produzida por trematódeos Macroderoididae ou Haplometridae, cujos hospedeiros definitivos são peixes e anfíbios22. Encontramos planorbídeos, limneídeos e fisídeos atuando como hospedeiros intermediários.

Monostome cercaria (Figura 4: H), com desenvolvimento em rédia (Figura 4: I), foi identificada de acordo com Schell22 pela ausência de acetábulo e pela presença de três ocelos pigmentados, um par de órgãos adesivos na terminação posterior do corpo, vesícula excretora posterior e inúmeras glândulas cistogênicas espalhadas pelo corpo. Estas cercárias são produzidas por trematódeos Notocotylidae e Pronocephalidae, cujos hospedeiros definitivos são vertebrados, principalmente aves e mamíferos22,32. Assemelha-se morfologicamente com Notocotylus biomphalariae descrita por Flores e Brugni32 como parasito de B. peregrina da Patagonia, Argentina. Nós encontramos B. occidentalis Paraense, 1981, B. tenagophila e P. marmorata atuando como hospedeiros intermediários.

Pleurolophocercus cercaria descrita por Bogea et al33 é idêntica a outra forma larval aqui encontrada devido a ausência de aletas caudais, presença de pequenos espinhos recobrindo o corpo, espinhos maiores na região da ventosa oral, ocelos pigmentados, em torno de sete pares de glândulas de penetração e vesícula excretora epitelial. De acordo com Schell22, a ausência de aletas na cauda diferencia Pleurolophocercus cercaria de Parapleurolophocercus cercaria. Estas formas são produzidas por trematódeos Opisthorchiidae ou Cryptogonimidae. Os primeiros são parasitas do fígado e vesicular biliar de aves, répteis e mamíferos e os segundos parasitas de peixes22. Travassos et al30 incluem também peixes como hospedeiros definitivos de trematódeos Opisthorchiidae. Encontramos pleurolophocercus cercaria parasitando M. tuberculatus (Muller, 1774), fato este corroborado por Schell22, o qual menciona moluscos operculados como hospedeiros intermediários deste parasita.

Virgulate cercaria ilustrada por Schell22 identifica-se com a última das formas larvais aqui encontradas pela presença de ventosa oral com estilete, órgão vírgula, vesícula excretora em forma de "V" e cauda curta. É produzida por trematódeos Lecithodendriidae que infectam moluscos operculados22, como em Pomacea sp., conforme observado neste estudo. A maioria destes trematódeos tem morcegos como hospedeiros definitivos, sendo algumas espécies parasitas de aves e anfíbios22.

Das formas larvárias encontradas, apenas C. hemiura, C. lutzi e C. ocellifera estão associadas a sua forma adulta19. São necessários mais estudos relacionados ao ciclo de vida dos trematódeos para que se possa identificar e associar os estágios larvais às suas formas adultas, o que é de suma importância para o esclarecimento da relação hospedeiro/parasita e consequentemente para o conhecimento de quadros epidemiológicos na RMSP.

 

CONCLUSÃO

Concluímos que a presença de moluscos dulciaquícolas, hospedeiros intermediários de trematódeos, pode representar risco para a transmissão de agentes infectantes causadores de doenças de interesse médico e veterinário em municípios da RMSP, sendo o monitoramento destas áreas extremamente importante.

 

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à equipe de campo da Divisão de Programas Especiais da Sucen de São Paulo e dos Centros de Controle de Zoonoses da Grande São Paulo pelo auxílio nos trabalhos de campo.

 

APOIO FINANCEIRO

O trabalho foi desenvolvido com o auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processo 2008/57792-8).

 

REFERÊNCIAS

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Correspondência / Correspondence / Correspondencia:
Fernanda Pires Ohlweiler
Laboratório de Malacologia,
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Recebido em / Received / Recibido en: 5/6/2013
Aceito em / Accepted / Aceito en: 19/9/2013