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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude v.7 n.4 Ananindeua dez. 2016

http://dx.doi.org/10.5123/s2176-62232016000400014 

OBITUÁRIO

Zéa Constante Lins-Lainson, renomada médica bacteriologista da Amazônia brasileira

Zéa Constante Lins-Lainson, renowned bacteriologist of Brazilian Amazon

Francisco de Paula Pinheiro1  2 

1Membro do Conselho Técnico-Científico e ex-Diretor do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, Pará, Brasil

2Ex-Virologista da Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Washington, D.C., EUA

O falecimento de Zéa Constante Lins-Lainson, em 9 de julho de 2016, em Belém, no Estado do Pará, certamente causou grande consternação entre os amigos e colegas de trabalho dessa competente médica bacteriologista do Instituto Evandro Chagas (IEC), nascida na mesma cidade, em 1936.

Zéa graduou-se médica em dezembro de 1960, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA). Em 1º de fevereiro de 1961, foi contratada como médica da então Fundação de Serviços de Saúde Pública, sendo lotada no IEC, na área de Bacteriologia, por indicação do seu professor de microbiologia da UFPA, José Braúlio dos Santos. Durante vários anos, foi orientada pelo saudoso e competente dr. Octavio de Mendonça Maroja.

Em sua formação profissional, destacam-se o curso de Especialização em Microbiologia, realizado na Universidade do Rio de Janeiro, em 1962, e a pós-graduação no Royal College of Physician of London e Royal College of Surgeon of England, que lhe outorgaram o diploma de "Tropical Medicine and Hygiene" em 26 de outubro de 1967.

Foi nomeada chefe da Bacteriologia do IEC em 6 de setembro de 1965, cargo que exerceu até 5 de setembro de 1991. Aposentou-se em 30 de agosto de 1995. Foram mais de 30 anos que Zéa dedicou sua vida profissional inteiramente ao IEC.

Seu interesse profissional abrangeu várias áreas da Bacteriologia, direcionado a problemas de Saúde Pública, principalmente da Amazônia. Assim, sua participação foi muito importante nos campos da leptospirose, das febres tifoide e paratifoides, de outras enteroinfecções bacterianas e meningites bacterianas, dando ênfase ao papel dos animais silvestres como hospedeiros de agentes portadores de doenças humanas.

Convém mencionar sua valiosa contribuição a estudos colaborativos com outros pesquisadores do IEC, em particular com virologistas da Instituição. Assim, ressaltem-se sua contribuição aos estudos da síndrome hemorrágica de Altamira e sobre doenças infecciosas ao longo da rodovia Transamazônica.

Registre-se, ainda, sua valiosa participação em vários estudos sobre agentes virais, bacterianos e parasitários associados à diarreia infantil em Belém, bem como em estudos sobre rotavírus como causa de diarreia nosocomial. Também participou de estudos sobre a imunogenicidade e eficácia de vacinas para rotavírus. Estruturou a Seção de Bacteriologia do IEC, contribuindo para que o Instituto fosse reconhecido pelo Ministério da Saúde, a partir de 13 de novembro de 1975, como Laboratório Regional de Enterobactérias e Cólera, atuando nos Estados do Amazonas, Pará, Acre, Maranhão, Piauí e territórios.

Sua produção científica está documentada nas 37 publicações de pesquisas e capítulos de livros. Em termos de formação de pessoal qualificado, é digno de nota mencionar seus competentes seguidores, drs. Francisco Lúzio de Paula Ramos, Maria Luiza Lopes e Edvaldo Carlos Brito Loureiro.

Zéa foi casada com o notável parasitologista, dr. Ralph Lainson, do qual ficou viúva em 2015, não deixando descendentes diretos.

AGRADECIMENTOS

Aos pesquisadores dr. Manoel do Carmo Pereira Soares, dra. Gilberta Bensabath, dra. Heloisa Marceliano Nunes e dr. Roberto Pingarilho, que contribuíram com informações para a elaboração deste texto.

Recebido: 17 de Agosto de 2016; Aceito: 20 de Setembro de 2016

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