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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude vol.9 no.3 Ananindeua set. 2018

http://dx.doi.org/10.5123/s2176-62232018000300006 

ARTIGO ORIGINAL

Qualidade de vida de idosos submetidos à quimioterapia antineoplásica atendidos em um hospital de referência oncológica

Quality of life of elderly patients submitted to antineoplastic chemotherapy treated at an oncology reference hospital

Jessika Cardoso de Souza1  2  , Emerson Glauber Abreu dos Santos3  , Anderson Lineu Siqueira dos Santos2  , Maria Izabel Penha de Oliveira Santos2  , Daiane de Souza Fernandes3  , Tatyellen Natasha da Costa Oliveira2  4 

1 Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Belém, Pará, Brasil

2 Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, Brasil

3 Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

4 Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, Pará, Brasil

RESUMO

OBJETIVOS:

Avaliar a qualidade de vida (QV) dos idosos submetidos ao tratamento quimioterápico antineoplásico, assim como suas associações com fatores socioeconômicos, nível de dependência e dados clínicos.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Realizou-se um estudo transversal com 200 idosos atendidos em um ambulatório de um hospital de referência oncológica do estado do Pará, Brasil. A QV foi avaliada pelo instrumento EORTC QLQ-C30 v3, constituído por 30 questões que abrangiam 15 domínios, divididos em três escalas distintas: escala de estado de saúde global e QV; escala funcional; e escala de sintomas. O nível de dependência foi avaliado pela Escala de Lawton e Brody, que permite analisar a capacidade do indivíduo em realizar as atividades instrumentais da vida diária, como utilizar o telefone, administrar o dinheiro, realizar compras, preparar refeições e viajar. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, teste de qui-quadrado e ANOVA.

RESULTADOS:

Evidenciou-se uma QV mediana. As escalas saúde global e funcional apresentaram resultados medianos, enquanto a escala de sintomas demonstrou melhor QV em seus domínios. Identificou-se uma relação significante entre a QV dos idosos e o nível de dependência. Os domínios mais afetados foram dificuldade financeira, fadiga, desempenho de papéis e função social.

CONCLUSÃO:

A interferência da QV, bem como o nível de dependência dos idosos, estão associados à doença, seu tratamento e às condições de morbidade.

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Idosos; Idoso Fragilizado; Antineoplásicos

ABSTRACT

OBJECTIVES:

To evaluate the quality of life (QL) of elderly patients submitted to antineoplastic chemotherapy and its associations with socioeconomic factors, level of dependence, and clinical data.

MATERIALS AND METHODS:

A cross-sectional study was conducted on 200 elderly patients attending an outpatient clinic at a oncology reference hospital in Pará State, Brazil. QL was evaluated by the EORTC QLQ-C30 v3 instrument, consisting of 30 questions covering 15 domains, divided into three distinct scales: global health status scale and QL; functional scale; and scale of symptoms. The dependency level was evaluated by the Lawton and Brody Scale, which allows the analysis of the individual’s ability to perform the instrumental activities of daily living, such as using the telephone, administering money, shopping, preparing meals, and traveling. Data were analyzed using descriptive statistics, chi-square test, and ANOVA.

RESULTS:

A median QL was demonstrated. The global and functional health scales presented median results, while the symptom scale showed better QL in its domains. A significant relation was identified between the QL of elderly and the level of dependence. The most affected domains were financial difficulty, fatigue, performance, and social function.

CONCLUSION:

QL interference and the level of dependence of elderly are associated with the disease, its treatment, and morbidity conditions.

Keywords: Quality of life; Elderly; Frail Elderly; Antineoplastic Agents

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento da população e a alteração na estrutura da pirâmide etária do Brasil, nas últimas décadas, relacionam-se intrinsecamente com o crescimento socioeconômico, os avanços no campo da saúde pública e as mudanças no estilo de vida do brasileiro1. Consequentemente, observou-se uma alteração no perfil de morbimortalidade do país, evidenciado pela diminuição dos casos de doenças infectocontagiosas e aumento de doenças crônico-degenerativas2.

Nesse cenário de mudanças demográficas e epidemiológicas, as doenças crônico-degenerativas, como neoplasias, doenças circulatórias, respiratórias, ósseas, musculares e articulares, que afetam principalmente idosos, destacam-se por acarretarem elevados gastos aos serviços de saúde, além de interferirem na qualidade de vida (QV) das pessoas acometidas e de seus familiares3.

Indivíduos maiores de 65 anos de idade apresentam taxas de incidência e de mortalidade por câncer superiores aos mais jovens, representando cerca de 70% dos óbitos por neoplasias. A população idosa é heterogênea, devido às diferentes comorbidades, característica que pode influenciar no tratamento e na mortalidade4.

O envelhecimento pode interferir no tratamento quimioterápico, pois a senescência acarreta diversas mudanças fisiológicas, aumentando a vulnerabilidade dos tecidos à toxicidade dos antineoplásicos e ocasionando alterações farmacocinéticas, com diminuição da excreção renal dos metabólitos tóxicos, diminuição do volume de distribuição de agentes hidrossolúveis e diminuição da absorção intestinal. Outro fator a ser destacado é que, com o envelhecimento, a biologia tumoral sofre alteração, podendo apresentar diminuição da sensibilidade ao tratamento5.

Apesar dos avanços da medicina quanto ao tratamento das neoplasias, o câncer ainda é um estigma de morte e, portanto, seu diagnóstico torna-se amedrontador, sendo geralmente acompanhado de angústia, desesperança, isolamento e temores6. Soma-se a isso um tratamento agressivo, principalmente o quimioterápico, com consequências físicas, emocionais e sociais, causando diversas perdas de autonomia no cotidiano7,8.

Avaliar a QV de pacientes idosos com neoplasias malignas implica em conhecer melhor os fatores que causam impacto no tratamento, o que ajuda a estabelecer, de forma mais eficiente, os protocolos assistenciais a esse grupo em particular, bem como minimizar os prejuízos causados, levando a uma melhora no bem-estar geral do paciente.

O presente estudo teve como objetivos avaliar a QV dos idosos sob tratamento quimioterápico antineoplásico, atendidos em um ambulatório de um hospital de referência do estado do Pará, Brasil, assim como a associação com fatores socioeconômicos, nível de dependência e dados clínicos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi realizado no Hospital Ophir Loyola (HOL), Centro de Alta Complexidade em Oncologia e principal referência em tratamento oncológico da rede pública do estado do Pará.

Realizou-se um estudo epidemiológico transversal observacional, com idosos de ambos os sexos, submetidos à quimioterapia antineoplásica no HOL, no período de abril a setembro de 2015. Excluíram-se do estudo os idosos com algum déficit cognitivo ou distúrbio mental que dificultasse o fornecimento de informações. A identificação de déficits cognitivos ou de distúrbio mental foi realizada pelos pesquisadores no momento do recrutamento ou por informações do prontuário.

O cálculo amostral foi realizado com base no quantitativo efetivo de pacientes submetidos à quimioterapia no ano de 2010 (dados mais recentes disponíveis). Naquele ano, 3.021 pacientes foram submetidos à quimioterapia no HOL, e desses 370 possuíam idade superior a 60 anos. O corte de idade definido neste estudo baseou-se no Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741/2003, que define como idoso a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos9. Considerando a população do estudo finita e um erro amostral de 5%, o cálculo foi realizado conforme descrito por Miot10. Assim, o tamanho amostral foi estimado em 157 idosos. A amostra foi composta por 200 idosos que aceitaram participar da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e que atendiam aos critérios de elegibilidade.

Dados socioeconômicos e clínicos foram obtidos por meio de formulário com questões referentes à idade, sexo, estado civil, procedência, raça, escolaridade, ocupação, renda familiar, contribuição para a renda, número de pessoas com quem reside, religião, tipo de câncer, tempo de tratamento, outros tratamentos, comorbidades e protocolo quimioterápico. O perfil clínico-epidemiológico desses participantes foi explorado em estudo publicado previamente11.

O nível de dependência funcional foi avaliado pela aplicação da Escala de Lawton e Brody12. Esse instrumento permite analisar a capacidade do indivíduo em realizar as atividades instrumentais da vida diária, como utilizar o telefone, administrar o dinheiro, realizar compras, preparar refeições e viajar13.

Para avaliar a QV dos participantes, foi utilizado o questionário EORTC QLQ-C30 v3 (European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire)14,15, com questões que avaliam os sintomas nas últimas semanas. Foi desenvolvido pela Organização Europeia de Pesquisa e Tratamento do Câncer, sendo atualmente o instrumento mais utilizado no mundo em estudos clínicos com pacientes portadores dessa patologia16. É formado por 30 itens que abrangem 15 domínios, divididos em três escalas distintas: escala de estado de saúde global e qualidade de vida (possui apenas um domínio, medida global de saúde); escala funcional (domínios função física, desempenho de papéis, função emocional, função cognitiva e função social); e escala de sintomas (domínios fadiga, náusea e vômito, dor, dispneia, insônia, perda de apetite, constipação, diarreia e dificuldade financeira). As escalas de saúde global e funcional indicam melhor QV à medida que sua pontuação se aproxima de 100. Para a escala de sintomas, a análise é inversa, sendo melhor o desempenho para a QV quando os escores aproximam-se da pontuação mínima (zero)17.

Para a análise dos dados, foi utilizado o software IBM SPSS Statistics 20. O teste de análise de variância (ANOVA) foi empregado para verificar as associações entre os dados sociodemográficos e clínicos com os escores dos instrumentos utilizados. Foram considerados significativos os fatores com valor de p < 0,05.

Este estudo foi aprovado em 10 de abril de 2015 pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HOL, sob o número 260.422, e cumpriu os princípios éticos contidos na Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

RESULTADOS

As características sociodemográficas e clínicas dos 200 participantes já foram previamente descritas por Santos et al.11, que identificaram: prevalência de indivíduos entre 61 e 80 anos de idade (83,5%); sem predominância de sexo; 82,5% possuíam escolaridade até o nível fundamental completo; 79,5% possuíam renda familiar inferior a três salários mínimos; 57,0% eram casados ou em união estável; e 87,5% participavam ativamente na renda familiar. O tipo de câncer mais comum identificado foi o de mama (26,5%), seguido pelo de próstata (17,0%); e os tratamentos antineoplásicos ou adjuvantes mais prevalentes foram bisfosfonato (18,0%) e agente alquilante (41,0%).

Quanto aos resultados do presente estudo, o nível de dependência dos idosos foi identificado pela Escala de Lawton e Brody. Dos 200 idosos investigados, 183 (91,5%) foram classificados como dependentes parciais, 12 (6,0%) como dependentes totais e apenas cinco (2,5%) como independentes (p < 0,001, χ2 de homogeneidade).

A tabela 1 apresenta os resultados da avaliação da QV dos idosos segundo escalas e domínios do EORTC QLQ-C30 v3. Os escores médios das escalas de saúde global e funcional demonstraram que os idosos apresentaram um nível mediano de QV, enquanto a escala de sintomas mostrou níveis de QV mais altos que os das outras escalas.

Tabela 1 - Escores das escalas e domínios do EORTC QLQ-C30 v3 de idosos em tratamento quimioterápico atendidos no HOL em Belém, estado do Pará, Brasil, 2015 

EORTC QLQ-C30 v3 Média ± DP
Escalas
Escala de saúde global 54,04 ± 25,45
Escala funcional 53,87 ± 27,40
Escala de sintomas 40,45 ± 23,55
Domínios
Função física 54,67 ± 28,31
Função emocional 54,38 ± 35,33
Função cognitiva 69,17 ± 32,30
Função social 47,17 ± 41,37
Desempenho de papéis 42,25 ± 40,61
Fadiga 52,06 ± 33,17
Náusea e vômito 21,83 ± 26,60
Dor 41,75 ± 38,50
Dispneia 21,83 ± 36,08
Insônia 46,67 ± 43,18
Perda de apetite 48,67 ± 44,06
Constipação 28,00 ± 40,30
Diarreia 26,17 ± 37,79
Dificuldade financeira 59,67 ± 42,61

DP: Desvio padrão.

Para os domínios da escala funcional, que correspondem às funções física, emocional, cognitiva, social e o desempenho de papéis, os escores menores indicam baixa QV. Dessa forma, os domínios que mais influenciaram negativamente foram a função social e o desempenho de papéis. A função cognitiva foi a mais preservada, contribuindo para uma melhor QV.

Escores elevados para os domínios da escala de sintomas indicam que os sintomas estão influenciando negativamente na QV. Os domínios dificuldade financeira e fadiga foram os que mais contribuíram para o declínio da QV dos participantes deste estudo.

No presente estudo, não houve associação estatística significativa (p > 0,05) entre as variáveis escolaridade, comorbidades, religião, estado civil e procedência e as escalas e domínios para a QV.

A escala de saúde global demonstrou associação apenas com a variável nível de dependência (p < 0,001, ANOVA). O elevado nível de dependência relaciona-se com o declínio da percepção de saúde global. Idosos classificados como dependentes totais obtiveram escore médio baixo (20,39 ± 22,71) na escala de saúde global, enquanto pacientes independentes e parcialmente dependentes apresentaram escore médio relativamente alto, 62,50 (± 18,82) e 55,59 (± 24,81), respectivamente.

Quanto à escala funcional, observou-se relação estatística significante com as seguintes variáveis: renda familiar (p = 0,002), ocupação (p = 0,021), número de pessoas que residem com o idoso (p = 0,008), necessidade de cuidador (p = 0,013), presença de cuidador (p = 0,006) e nível de dependência (p < 0,001) (Tabela 2).

Tabela 2 - Escala funcional e variáveis estatisticamente significativas de idosos em tratamento quimioterápico atendidos no HOL em Belém, estado do Pará, Brasil, 2015 

Variáveis N Média da escala* ± DP p < 0,05
Escala funcional
Renda familiar (salário mínimo)
< 1 12 40,19 ± 23,39 0,002
1 70 50,19 ± 26,86
2 77 55,09 ± 27,11
3 25 50,13 ± 26,27
4 4 77,22 ± 17,90
5 4 80,00 ± 20,69
> 5 8 81,67 ± 24,36
Ocupação
Atividade urbana 15 70,67 ± 23,14 0,021
Atividade rural 6 69,26 ± 12,84
Sem ocupação 164 52,68 ± 27,68
Número de pessoas com quem mora
1 54 58,85 ± 26,05 0,008
2 41 48,18 ± 25,78
3 36 55,12 ± 28,14
4 28 62,62 ± 27,87
> 4 26 38,38 ± 23,67
Mora só 15 58,96 ± 30,08
Precisa de cuidador
Sim 95 48,82 ± 27,63 0,013
Não 105 58,43 ± 26,50
Possui cuidador
Sim 124 58,01 ± 28,52 0,006
Não 76 47,11 ± 24,15
Escala de Lawton e Brody
Dependência total 12 18,15 ± 15,51 < 0,001
Dependência parcial 182 55,60 ± 26,33
Independência 6 72,59 ± 25,83

* A média dos escores da escala funcional variam de 0 a 100; quanto maior a pontuação, melhor a QV. ANOVA. DP: Desvio padrão.

A escala de sintomas apresentou associação estatisticamente significativa com as variáveis faixa etária (p = 0,029), presença de cuidador (p = 0,013) e nível de dependência (p = 0,006) (Tabela 3).

Tabela 3 - Escala de sintomas e variáveis estatisticamente significativas de idosos em tratamento quimioterápico atendidos no HOL em Belém, estado do Pará, Brasil, 2015 

Variáveis N Média da escala* ± DP p < 0,05
Escala de sintomas
Faixa etária (anos)
= 60 17 51,73 ± 20,80 0,029
61-70 102 42,56 ± 22,69
71-80 65 37,36 ± 24,91
81-90 14 28,75 ± 19,45
91-100 1 38,46
101 ± 1 00,00  
Precisa de cuidador
Sim 95 44,78 ± 23,77 0,013
Não 105 36,53 ± 22,76
Escala de Lawton e Brody
Dependência total 12 61,32 ± 23,87 0,006
Dependência parcial 182 39,15 ± 22,78
Independência 6 38,03 ± 30,31

* A média dos escores da escala de sintomas variam de 0 a 100; quanto menor a pontuação, melhor a QV. ANOVA. DP: Desvio padrão.

Quando se relacionou as escalas e os domínios de QV ao protocolo de tratamento quimioterápico utilizado, observou-se uma relação estatística significante entre a escala de sintomas e três domínios dessa mesma escala (fadiga, dispneia e perda de apetite). Os pacientes em tratamento com anticorpo monoclonal apresentaram melhor escore de QV na escala de sintomas (28,49 ± 19,04; p = 0,002), fadiga (37,04 ± 26,06; p = 0,001) e dispneia (0,00; p = 0,003), enquanto aqueles em uso de bisfosfonato apresentaram melhor escore na variável perda de apetite (26,85 ± 39,70; p = 0,001).

Os domínios da escala funcional (funções física, emocional, cognitiva, social e desempenho de papéis) demonstraram associação significativa com as variáveis renda, precisa de cuidador, possui cuidador e nível de dependência, conforme descrito na tabela 4.

Tabela 4 - Domínios função física, função emocional, função cognitiva, função social e desempenho de papéis e variáveis estatisticamente significativas de idosos em tratamento quimioterápico atendidos no HOL em Belém, estado do Pará, Brasil, 2015 

Variáveis N Função física* Função emocional* Função cognitiva* Função social* Desempenho de papéis*
Renda familiar (salário mínimo) < 0,001 0,031 0,006
< 1 12 42,78 ± 24,53 37,50 ± 29,19 22,22 ± 35,77
1 70 53,52 ± 27,94 49,17 ± 36,40 39,05 ± 38,06
2 77 54,72 ± 27,37 57,36 ± 33,63 42,64 ± 40,87
3 25 45,07 ± 27,30 51,67 ± 38,34 36,00 ± 42,40
4 4 78,33 ± 26,32 89,58 ± 10,49 66,67 ± 30,43
5 4 81,67 ± 28,48 72,92 ± 32,90 83,33 ± 33,33
> 5 8 86,67 ± 17,82 78,13 ± 28,85 83,33 ± 35,63
Precisa de cuidador < 0,001 0,032
Sim 95 46,46 ± 28,62 64,04 ± 33,54
Não 105 62,10 ± 25,99 73,81 ± 30,56
Possui cuidador 0,006 < 0,001 0,024
Sim 124 59,68 ± 35,46 57,12 ± 41,38 47,31 ± 41,56
Não 76 45,72 ± 33,60 30,92 ± 36,08 33,99 ± 37,85
Escala de Lawton e Brody < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001
Dependência total 12 26,67 ± 26,51 12,50 ± 16,48 36,11 ± 33,96 2,78 ± 9,62 5,56 ± 19,25
Dependência parcial 182 56,15 ± 27,54 56,46 ± 34,57 70,97 ± 31,16 49,18 ± 41,21 43,59 ± 40,20
Independência 6 65,56 ± 28,10 75,00 ± 30,73 80,56 ± 30,58 75,00 ± 25,28 75,00 ± 41,83

* A média dos escores dos domínios variou de 0 a 100; quanto maior a pontuação, melhor a QV. ANOVA. - Não significante (p > 0,05).

DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa concordam com os de Pereira et al.18, que ao aplicar a Escala de Lawton e Brody em 112 pacientes oncogeriátricos, internados em um hospital universitário do Pará, identificaram os mesmos como dependentes parciais. No entanto, diferem dos resultados encontrados por Lera et al.7, que avaliaram 40 idosos com câncer em tratamento quimioterápico, tendo caracterizado sua amostra como independentes para a Escala de Lawton e Brody. O nível de dependência no contexto oncológico indica a preservação ou o declínio da funcionalidade do paciente nas esferas física, psicológica, econômica e social19.

O escore para a escala de saúde global encontrados nesta pesquisa (54,67 ± 28,31) aproxima-se do encontrado por Grutsch et al.20 (51,96 ± 3,86) para os pacientes oncológicos ambulatoriais em quimioterapia de duas cidades dos Estados Unidos. Esses autores apresentaram escores próximos aos deste estudo para os domínios função física (53,92 ± 4,12), função emocional (58,99 ± 5,29), função cognitiva (63,24 ± 4,71), desempenho de papéis (47,06 ± 5,91), insônia (49,02 ± 6,17) e perda de apetite (46,08 ± 6,30). Entre os achados de Grutsch et al.20, destaca-se ainda a diferença entre os escores dos pacientes do estudo quando comparados àqueles que ainda não haviam iniciado o tratamento quimioterápico e a população em geral, encontrando uma discrepância de até 20 ou 30 pontos entre os grupos, classificando os primeiros como baixos para a QV, o que demonstrou uma possível relação negativa entre a QV e a quimioterapia.

Entretanto, Arnold et al.21, que realizaram um estudo multicêntrico observacional com um grupo de pacientes oncológicos em quimioterapia e outro que não aceitou realizar o tratamento, constataram que os escores obtidos na escala de saúde global dos idosos em tratamento eram mantidos durante o curso da quimioterapia, enquanto para os que não se tratavam, esses escores iam decaindo com a evolução da doença; para as escalas de sintomas e funcional, ocorreu queda dos escores em ambos os grupos.

Neste estudo, idosos que apresentaram grande dependência para realizar as atividades instrumentais da vida diária possuíam uma percepção de baixa QV geral. Esse resultado difere do encontrado por Wiltink et al.22, que realizaram um estudo com holandeses com idade média de 77 anos e não encontraram associação entre a funcionalidade e a escala de saúde global.

Quando investigada a associação entre a escala funcional e as variáveis analisadas, observou-se escore médio maior (81,67 ± 24,36) para idosos que tinham uma renda familiar maior que cinco salários mínimos, mostrando melhor QV; e escore médio menor (40,19 ± 23,39) para rendas menores que um salário mínimo, apresentando menor QV. Para a variável ocupação, idosos que exerciam atividades urbanas obtiveram escore médio maior (70,67 ± 23,14), mostrando melhor QV; já os que não tinham ocupação apresentaram escore menor (52,68 ± 27,68), mostrando baixa QV.

Idosos que afirmaram precisar de cuidador obtiveram escore menor (48,82 ± 27,63), indicando baixa QV; os que declararam possuir um cuidador tiveram escore maior (58,01 ± 28,52) e, portanto, melhor QV. Os participantes que foram avaliados como independentes obtiveram maior escore médio (72,59 ± 25,83) na escala funcional, indicando bom desempenho na realização de atividades cotidianas, lazer e práticas sociais, menor estresse emocional e menos alterações na cognição.

Segundo Anjos e Zago23, a família ou as pessoas próximas realizam a função de cuidadores do idoso dentro do ambiente familiar, que é considerado o melhor local para executar tal função. A situação do idoso em tratamento mostra a necessidade de tal cuidador, devido aos efeitos adversos do mesmo, e, com a perda da capacidade funcional, as exigências aumentam, podendo também causar prejuízos à saúde do cuidador24.

Foi identificada a associação entre a escala de sintomas e a variável protocolo quimioterápico. O estudo de Garcia et al.25, que aplicou o EORTC QLQ-C30 em mulheres com neoplasia de mama, mostrou que o tratamento quimioterápico interfere negativamente na capacidade funcional, diminuindo sua autonomia. Efeitos do tratamento, sintomas como alterações no paladar, perda da força muscular e menor concentração levam à diminuição da QV. Entretanto, os resultados obtidos nesta pesquisa demonstraram elevado desempenho para a QV entre os idosos, com destaque àqueles em tratamento com bisfosfonato e anticorpo monoclonal. Essa divergência pode estar relacionada à classe de medicamento utilizada. A utilização de bisfosfonato, seja individualmente ou em associação com outras classes de antineoplásicos, possui significante efeito positivo na QV dos pacientes26.

Neste estudo, o escore do domínio fadiga evidenciou uma interferência moderada do cansaço e da fadiga sobre os idosos e uma relação com o protocolo quimioterápico administrado. Um estudo27 que avaliou a fadiga em pacientes submetidos à quimioterapia identificou mais fadiga quando comparado ao grupo controle e mais sintomas depressivos, mesmo depois de decorrido um ano do tratamento. Segundo Buchowski et al.28, a fadiga pode ser utilizada como preditor da morbidade e da mortalidade em adultos e é uma das causas da atividade física restrita, mostrando também que há uma correlação entre a fadiga autorrelatada e mudanças no desempenho.

O domínio perda de apetite também demonstrou associação estatisticamente significativa com o tipo de protocolo quimioterápico antineoplásico utilizado. Esses medicamentos são associados à alteração do paladar, associação essa que se deve à neurotoxicidade periférica que pode ocasionar neuropatia periférica com consequentes alterações sensitivas; por isso, as alterações no paladar também são relatadas frequentemente por pacientes que não apresentam náuseas29.

A função física demonstrou que os idosos apresentavam dificuldade moderada em realizar atividades físicas e associação entre a renda, visto que pacientes que tinham menores rendimentos mensais apresentavam mais interferências na função física. Em um estudo longitudinal30 realizado na Dinamarca a respeito do efeito do câncer de mama sobre a renda, foi observado que a perda de renda em pacientes com câncer pode estar associada aos efeitos negativos que a doença e o tratamento têm sobre o trabalho.

A função emocional mostrou-se alterada, indicando que os pacientes deste estudo apresentaram moderada irritação, tensão, tristeza e preocupação. O câncer é uma doença estigmatizante, que provoca grande carga de sofrimento e preocupação para o paciente, aumentando o nível de estresse e gerando mudanças de comportamento31. Os pacientes oncológicos tendem a relatar o momento da doença como angustiante e de muita tristeza, e as respostas emocionais mais frequentes apresentadas são ansiedade, raiva e depressão. Menor capacidade de enfrentamento por pacientes em tratamento quimioterápico tem sido associada ao aumento de sintomas do câncer, aumentando o sofrimento físico e psicológico e interferindo na QV32.

A função cognitiva revelou relação com o nível de dependência, visto que idosos classificados com dependência total para as atividades instrumentais da vida diária apresentaram baixa QV. A literatura tem mostrado que a função cognitiva preservada é um fator que contribui para a manutenção da independência do idoso; caso contrário, tem um efeito negativo na capacidade funcional33.

CONCLUSÃO

Este estudo proporcionou avaliar a QV relacionada à saúde dos idosos submetidos a tratamento quimioterápico antineoplásico. Foram encontrados resultados que apontavam uma QV mediana para as escalas de saúde global e funcional; e a escala de sintomas demonstrou uma interferência menor dos efeitos adversos na QV geral. Os domínios mais afetados foram dificuldade financeira, fadiga, desempenho de papéis e função social. A maioria dos idosos foi classificada como dependentes parciais na Escala de Lawton e Brody.

Foi revelada grande relação negativa entre a capacidade de realizar atividades instrumentais da vida diária com todas as escalas de QV. Os déficits funcionais interferem na esfera financeira por limitar a capacidade de trabalhar, aumentam a necessidade de cuidador para auxiliar nas atividades diárias, provocam declínio na participação social e elevam o sofrimento psicológico e físico desses idosos.

Os resultados deste estudo contribuem para a identificação de fatores socioeconômicos e clínicos que interferem na QV dos pacientes oncogeriátricos, ao evidenciar a associação entre a perda da capacidade funcional do idoso com a função emocional, mostrando que a limitação física causada pelo envelhecimento e a doença afetam mais do que o funcionamento biológico do indivíduo.

Dessa forma, a escala EORTC QLQ-C30 v3 mostrou-se um importante instrumento para a equipe de saúde envolvida no cuidado do paciente oncológico, para a avaliação do desempenho físico, psicológico e social do idoso com câncer, permitindo inferir os reais resultados do tratamento quimioterápico antineoplásico no cotidiano do paciente e desenvolver estratégias para promover o bem-estar e a QV.

Com o intuito de identificar a forma com que a doença e seu tratamento afetam o decorrer da vida do idoso, sugere-se a realização de pesquisas longitudinais para avaliar as mudanças na QV e na capacidade funcional durante os períodos de pré-tratamento, tratamento e pós-tratamento.

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Como citar este artigo / How to cite this article: Souza JC, Santos EGA, Santos ALS, Santos MIPO, Fernandes DS, Oliveira TNC, et al. Qualidade de vida de idosos submetidos à quimioterapia antineoplásica atendidos em um hospital de referência oncológica. Rev Pan-Amaz Saude. 2018 jul-set;9(3):47-55. Doi: http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232018000300006

Recebido: 14 de Agosto de 2017; Aceito: 20 de Junho de 2018

Correspondência / Correspondence: Tatyellen Natasha da Costa Oliveira. Instituto Evandro Chagas/SVS/MS. Rodovia BR-316 km 7, s/n. Bairro: Levilândia. CEP: 67030-000 - Ananindeua, Pará, Brasil - Tel.: +55 (91) 3214-2185. E-mail: tatyellenoliveira@iec.gov.br

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Todos os autores contribuíram com a idealização do estudo, a análise e a interpretação dos dados e com a redação do manuscrito, aprovando a versão final publicada. Declaram-se responsáveis pelo conteúdo integral do artigo, garantindo sua precisão e integridade.

CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declaram que não houve conflito de interesses.

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