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Revista Pan-Amazônica de Saúde

versão impressa ISSN 2176-6215versão On-line ISSN 2176-6223

Rev Pan-Amaz Saude vol.12  Ananindeua  2021  Epub 22-Nov-2021

http://dx.doi.org/10.5123/s2176-6223202100858 

ARTIGO ORIGINAL

Vigilância entomológica dos vetores da doença de Chagas nos municípios da VIII Gerência Regional de Saúde do estado de Pernambuco, Brasil, de 2012 a 2017

Luís Ricardo Soares da Silva (orcid: 0000-0001-6575-8718)1  , Maria Beatriz Araújo Silva (orcid: 0000-0002-5730-5425)2  3  , Gênova Maria de Azevedo Oliveira (orcid: 0000-0001-7005-3712)4  , Carolina de Araújo Medeiros (orcid: 0000-0002-8681-3285)5  , Jaqueline Bianque de Oliveira (orcid: 0000-0002-6120-7895)1  6 

1 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Laboratório de Parasitologia, Recife, Pernambuco, Brasil

2 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Laboratório Central de Saúde Pública "Dr. Milton Bezerra Sobral", Recife, Pernambuco, Brasil

3 Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem, Recife, Pernambuco, Brasil

4 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

5 Universidade de Pernambuco, Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca, Recife, Pernambuco, Brasil

6 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal, Recife, Pernambuco, Brasil

RESUMO

OBJETIVOS:

Registrar a distribuição das espécies de triatomíneos encontradas no ambiente domiciliar, de 2012 a 2017, na VIII Gerência Regional de Saúde (GERES) do estado de Pernambuco, Brasil, e identificar a taxa de infecção natural por flagelados morfologicamente semelhantes a Trypanosoma cruzi nesses insetos.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Foram utilizadas informações do banco de dados do Programa de Controle da Doença de Chagas de Pernambuco, referentes aos triatomíneos coletados nos domicílios dos municípios, identificados e examinados no laboratório da VIII GERES. Apenas os insetos com dados de origem e de infecção natural foram considerados. A taxa de infecção natural foi calculada utilizando indicadores entomológicos.

RESULTADOS:

Foram coletados 9.738 triatomíneos de seis espécies: Triatoma brasiliensis (8.251), Triatoma pseudomaculata (1.323), Panstrongylus lutzi (100), Triatoma sordida (56), Panstrongylus megistus (sete) e Rhodnius neglectus (um). A taxa de infecção para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi foi 2%. Petrolina, maior município da VIII GERES, apresentou o maior número de espécimes (3.420) e Dormentes apresentou a maior taxa de triatomíneos infectados (3,3%). Apenas T. brasiliensis foi positiva para a infecção em todos os municípios, enquanto P. lutzi apresentou a maior taxa de infecção (38,0%). Em 2014, foi encontrado o maior número de triatomíneos (3.186), enquanto, em 2012, a maior quantidade de insetos infectados (67), com o agente etiológico da doença de Chagas (5,0%).

CONCLUSÃO:

O presente estudo contribui com a vigilância em saúde, uma vez que foram encontradas espécies positivas em todos os municípios da VIII GERES, sinalizando o risco de transmissão vetorial.

Palavras-chave: Triatomíneos; Trypanosoma cruzi; Infecção Natural

INTRODUÇÃO

A doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, tem como agente etiológico o protozoário flagelado Trypanosoma cruzi1, que é transmitido primariamente por insetos vetores, os triatomíneos, que são insetos hematófagos, pertencentes à ordem Hemiptera, subordem Heteroptera, família Reduviidae, subfamília Triatominae2,3,4.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)5, cerca de 6 a 7 milhões de pessoas estão infectadas com T. cruzi no mundo, sendo a doença de Chagas encontrada em áreas endêmicas de 21 países da América Latina; entretanto, não ocorre nas ilhas do Caribe. No Brasil, foram registrados 4.287 óbitos decorrentes dessa doença no ano de 2019, com 1.937 ocorridos na Região Sudeste6. Segundo o Ministério da Saúde7, de 2012 a 2016, foram confirmados 1.190 casos agudos da doença de Chagas, com a Região Norte apresentando a maior quantidade de casos, 97,1%.

No mundo, já foram descritas 155 espécies de triatomíneos, agrupadas em 18 gêneros e cinco tribos, sendo 68 espécies conhecidas no Brasil7,8,9.

A Região Nordeste brasileira é considerada de importância epidemiológica10, por apresentar grandes focos de transmissão11, e está dividida em regiões fisiográficas distintas que envolvem uma diversidade de 29 espécies de triatomíneos8,10, sendo Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata consideradas espécies nativas da região12. Em diversos municípios dessa região, a população apresenta uma alta prevalência da infecção por T. cruzi11.

No estado de Pernambuco, já foram encontradas 14 espécies de triatomíneos: Panstrongylus lutzi Neiva & Pinto, 1923; Panstrongylus megistus Burmeister, 1835; Rhodnius nasutus Stål, 1859; Rhodnius neglectus Lent, 1954; T. brasiliensis Neiva, 1911; Triatoma melanocephala Neiva & Pinto, 1923; Triatoma petrochiae Pinto & Barreto, 1925; T. pseudomaculata Correa & Espínola, 1964; Triatoma rubrofasciata (De Geer, 1773); Triatoma sordida (Stål, 1859); Triatoma tibiamaculata (Pinto, 1926); Rhodnius tertius (Lent & Jurberg, 1966); Panstrongylus geniculatus (Latreille, 1811); e Triatoma infestans (Klug, 1834). Esta última espécie foi eliminada do Estado após intensas atividades de controle, que culminaram na certificação da interrupção de transmissão vetorial pela mesma no Brasil12,13,14,15. As espécies T. brasiliensis e T. pseudomaculata, atualmente, se destacam como principais vetores da doença de Chagas no Estado, além de P. lutzi, que também é infectado naturalmente por T. cruzi12.

Recentemente, em Pernambuco, na cidade de Ibimirim, foi registrado um dos maiores surtos de doença de Chagas aguda do Brasil, associado, preliminarmente, à ingestão de alimentos contaminados, que resultou em 30 indivíduos tratados16.

Os estudos de distribuição geográfica de triatomíneos são fundamentais para a compreensão de aspectos epidemiológicos relacionados à transmissão de T. cruzi e devem ser considerados para orientar as ações de vigilância e controle da doença de Chagas13.

Portanto, o presente trabalho teve como objetivos registrar a distribuição das espécies de triatomíneos encontradas no ambiente domiciliar, no período entre 2012 e 2017, na VIII Gerência Regional de Saúde (GERES) de Pernambuco, que está constituída por municípios prioritários para o controle da doença de Chagas em Pernambuco, e identificar a taxa de infecção natural por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi dos respectivos insetos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo, com dados entomológicos de triatomíneos coletados no período de 2012 a 2017, na VIII GERES de Pernambuco.

Pernambuco apresenta uma área territorial de 98.076,021 km², com população estimada de 9.473.266 pessoas, densidade demográfica de 89,62 habitantes/km², com Índice de Desenvolvimento Humano de 0,67317. Em todos os 184 municípios de Pernambuco e na ilha de Fernando de Noronha, foram criadas 12 GERES, unidades administrativas da Secretaria Estadual de Saúde, sendo cada uma responsável por uma parte das cidades, atuando de forma mais localizada na atenção básica, na reestruturação da rede hospitalar, nas ações municipais e no combate à mortalidade infantil e às diversas endemias.

A VIII GERES é composta por sete municípios (Figura 1), todos pertencentes ao Sertão do São Francisco: Afrânio (8°30'54"S, 41°00'18"W), com população de 17.586 habitantes18; Cabrobó (8°30'51"S, 39°18'36"W), com população de 30.873 habitantes19; Dormentes (8°26'50"S, 40°46'16"W), com população de 16.917 habitantes20; Lagoa Grande (8°59'49"S, 40°16'19"W), com população de 22.760 habitantes21; Orocó (8°37'06"S, 39°36'02"W), com população de 13.180 habitantes22; Santa Maria da Boa Vista (8°48'28"S, 39°49'32"W), com população de 39.435 habitantes23; e Petrolina (9°23'55"S, 40°30'3"W), população de 293.962 habitantes24, sede da VIII GERES12,25,26. Esses municípios apresentam a caatinga como vegetação primitiva27, com uma área total de 14.654,862 km² e clima semiárido28,29.

1: Afrânio; 2: Petrolina; 3: Dormentes; 4: Lagoa Grande; 5: Santa Maria da Boa Vista; 6: Orocó; 7 Cabrobó.

Figura 1 - Localização dos municípios da VIII GERES, estado de Pernambuco, Brasil 

Nos municípios da VIII GERES, o controle de triatomíneos é realizado por controle químico (uso de inseticidas), juntamente com a vigilância ativa e passiva, tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais. Na vigilância ativa, os agentes de combate às endemias (ACE) municipais deslocam-se até as residências e coletam os insetos, sem notificação prévia do morador, enquanto, na vigilância passiva, os próprios moradores notificam os ACE para a realização da coleta. As habitações são estruturadas com paredes de alvenaria com reboco, alvenaria sem reboco, barro com reboco, barro sem reboco ou madeira. Os tetos são constituídos por telha, palha, madeira ou material metálico.

As informações utilizadas no presente estudo são provenientes do banco de dados do Programa de Controle da Doença de Chagas (SISPCDCh) do estado de Pernambuco e referentes aos triatomíneos coletados nos domicílios dos municípios, identificados e examinados no laboratório da VIII GERES, em Petrolina, e registrados no Sistema DOS-SISPCDCh.

Os insetos foram coletados pelos ACE municipais em ambiente domiciliar de áreas urbanas e rurais, utilizando pinças entomológicas e lanternas para inspeção de fendas e locais desprovidos de iluminação.

Os triatomíneos foram encaminhados para o Laboratório de Entomologia regional da VIII GERES, para identificação taxonômica e exame parasitológico de infecção por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi. Os triatomíneos foram identificados até o nível de espécie de acordo com Lent e Wygodzinsky30 e Galvão e Dale31. O exame parasitológico foi realizado mediante compressão abdominal dos triatomíneos e a identificação dos parasitos morfologicamente semelhantes a T. cruzi foi efetivada em lâminas coradas com Giemsa e examinadas em microscópio óptico (400X). Foi considerado como critério de exclusão, os insetos que apresentaram incompletude dos dados de origem e de infecção natural.

A taxa de infecção natural foi calculada utilizando indicadores entomológicos preconizados pela Organização Pan-Americana da Saúde32:

IN=Número de triatomíneos infectados por T. cruzi x 100Número de triatomíneos examinados

Foram utilizados os softwares Microsoft Excel 2010 e QGIS v3.10 para a confecção dos mapas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco - CEP-PROPEGI, parecer número 3.376.395, em 6 de junho de 2019.

RESULTADOS

No período de 2012 a 2017, foram coletados 9.738 espécimes de triatomíneos pertencentes a seis espécies: T. brasiliensis (8.251), T. pseudomaculata (1.323), P. lutzi (100), T. sordida (56), P. megistus (sete) e R. neglectus (um). P. lutzi, T. brasiliensis e T. pseudomaculata foram encontradas em todos os municípios do Sertão de São Francisco. A taxa de infecção para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi nos triatomíneos examinados foi de 2%. Das seis espécies coletadas, quatro foram encontradas positivas: P. lutzi, T. brasiliensis, T. pseudomaculata e T. sordida (Tabela 1).

No município de Afrânio, foram coletados espécimes de cinco espécies de triatomíneos e foi o único com registro da espécie R. neglectus. Chama a atenção a alta taxa de infecção de P. lutzi (59,3%) por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi nesse município. O município de Dormentes apresentou quatro espécies de triatomíneos e o P. lutzi foi o que apresentou a maior taxa de infecção (44,4%). No município de Lagoa Grande, foram encontradas as mesmas espécies coletadas em Dormentes; no entanto, as taxas totais de infecção foram diferentes: 1,0% e 3,3%, respectivamente. Em Petrolina, foram coletadas cinco espécies de triatomíneos, destacando-se, mais uma vez, a alta taxa de infecção de P. lutzi (46,7%). Com relação ao município de Santa Maria da Boa Vista, cinco espécies foram identificadas, as mesmas encontradas no município de Petrolina, sendo essa a maior diversidade de espécies. P. lutzi também foi a espécie de maior taxa de infecção (20,6%) em Santa Maria da Boa Vista. Os municípios de Cabrobó e Orocó apresentaram três espécies cada (Tabela 1).

T. brasiliensis foi a única espécie que apresentou a infecção por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi em todos os municípios estudados, enquanto T. pseudomaculata só não foi infectada em Cabrobó. A maior taxa de infecção, no geral, foi registrada em P. lutzi (38,0%) (Tabela 1).

O município de Petrolina apresentou a maior quantidade de triatomíneos coletados (3.420), bem como a maior quantidade de insetos naturalmente infectados (83). No entanto, Dormentes apresentou a maior taxa de infecção (3,3%). Orocó apresentou a menor quantidade de triatomíneos coletados (182), enquanto Cabrobó apresentou a menor taxa de infecção por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi (0,2%). O quantitativo de insetos naturalmente infectados por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi, por município estudado, é apresentado na tabela 1 e na figura 2.

Tabela 1 - Distribuição de espécies de triatomíneos, número de positivas e taxa de infecção de protozoários morfologicamente semelhantes a T. cruzi, no ambiente domiciliar de munícipios da VIII GERES, estado de Pernambuco, Brasil, entre 2012 e 2017 

Municípios Espécies de triatomíneos
Panstrongylus lutzi Panstrongylus megistus Rhodnius neglectus Triatoma brasiliensis Triatoma pseudomaculata Triatoma sordida Total por município
C P IN C P IN C P IN C P IN C P IN C P IN C P IN
N N % N N % N N % N N % N N % N N % N N %
Afrânio 27 16 59,3 1 - - 1 - - 1.768 19 1,1 284 1 0,4 - - - 2.081 36 1,7
Cabrobó 3 - - - - - - - - 462 1 0,2 98 - - - - - 563 1 0,2
Dormentes 18 8 44,4 1 - - - - - 769 22 2,9 149 1 0,7 - - - 937 31 3,3
Lagoa Grande 1 - - 2 - - - - - 710 7 1,0 99 1 1,0 - - - 812 8 1,0
Orocó 2 - - - - - - - - 168 2 1,2 12 1 8,3 - - - 182 3 1,6
Petrolina 15 7 46,7 1 - - - - - 2.934 71 2,4 418 4 1,0 52 1 1,9 3.420 83 2,4
Santa Maria da Boa Vista 34 7 20,6 2 - - - - - 1.440 22 1,5 263 4 1,5 4 - - 1.743 33 1,9
Total 100 38 38,0 7 - - 1 - - 8.251 144 1,7 1.323 12 0,9 56 1 1,8 9.738 195 2,0

C: Coletados; P: Positivos; IN: Taxa de infecção natural; Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero, não resultante de arredondamento.

Em azul, os municípios pernambucanos que não fazem parte da VIII GERES.

Figura 2 - Mapa da distribuição de triatomíneos infectados por flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi no ambiente domiciliar em municípios da VIII GERES, estado de Pernambuco, Brasil, entre 2012 e 2017 

O ano de 2014 foi o que apresentou a maior quantidade de triatomíneos coletados (3.186). Porém, o ano com o maior quantitativo de triatomíneos positivos (67) e a maior taxa de infecção para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi (5,0%) foi 2012 (Tabela 2).

Tabela 2 - Quantitativo de espécies de triatomíneos coletados anualmente por município, número de positivos e taxa de infecção em municípios da VIII GERES, estado de Pernambuco, Brasil, entre 2012 e 2017 

Espécies de triatomíneos Municípios 2012 2013 2014 2015 2016 2017
C P IN C P IN C P IN C P IN C P IN C P IN
N N % N N % N N % N N % N N % N N %
Triatoma brasiliensis Afrânio 357 7 2,0 460 4 0,9 505 6 1,2 251 2 0,8 96 - - 99 - -
Cabrobó 21 - - 18 - - 294 1 0,3 - - - - - - 129 - -
Dormentes 139 11 7,9 177 2 1,1 205 8 3,9 89 1 1,1 97 - - 62 - -
Lagoa Grande - - - - - - 707 7 1,0 - - - - - - 3 - -
Orocó 3 - - 29 1 3,4 26 - - 23 - - 55 1 1,8 32 - -
Petrolina 346 19 5,5 605 13 2,1 692 11 1,6 299 18 6,0 496 - - 496 10 2,0
Santa Maria da Boa Vista 273 8 2,9 446 10 2,2 260 1 0,4 229 1 0,4 67 1 1,5 165 1 0,6
Triatoma pseudomaculata Afrânio 61 - - 68 1 1,5 81 - - 49 - - 16 - - 9 - -
Cabrobó - - - - - - 86 - - - - - - - - 12 - -
Dormentes 16 1 0,1 20 - - 44 - - 15 - - 26 - - 28 - -
Lagoa Grande - - - - - - 99 1 1,0 - - - - - - - - -
Orocó - - - 1 1 100,0 1 - - 2 - - 7 - - 1 - -
Petrolina 39 3 7,7 46 - - 111 - - 55 - - 97 - - 70 1 1,4
Santa Maria da Boa Vista 53 2 3,8 76 1 1,3 47 - - 41 1 2,4 19 - - 27 - -
Panstrongylus lutzi Afrânio 8 5 62,5 3 3 100,0 10 6 60,0 4 1 25,0 - - - 2 1 50,0
Cabrobó - - - - - - 2 - - - - - - - - 1 - -
Dormentes 6 6 100,0 11 2 18,2 - - - - - - 1 - - - - -
Lagoa Grande - - - - - - 1 - - - - - - - - - - -
Orocó - - - 1 - - - - - - - - - - - 1 - -
Petrolina - - - 6 3 50,0 4 1 25,0 2 2 100,0 2 - - 1 1 100,0
Santa Maria da Boa Vista 21 5 23,8 8 1 12,5 2 - - 1 - - - - - 2 1 50,0
Triatoma sordida Petrolina - - - 9 - - 5 - - 1 - - 8 1 12,5 29 - -
Santa Maria da Boa Vista - - - 4 - - - - - - - - - - - - - -
Panstrongylus megistus Afrânio - - - - - - 1 - - - - - - - - - - -
Dormentes 1 - - - - - - - - - - - - - - - - -
Lagoa Grande - - - - - - 2 - - - - - - - - - - -
Petrolina 1 - - - - - - - - - - - - - - - -
Santa Maria da Boa Vista 1 - - - - - 1 - - - - - - - - - - -
Rhodnius neglectus Afrânio - - - - - - - - - - - - 1 - - - - -
Total 1.346 67 5,0 1.988 42 2,1 3.186 42 1,3 1.061 26 2,5 988 3 0,3 1.169 15 1,3

C: Coletados; P: Positivos; IN Taxa de infecção natural; Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero, não resultante de arredondamento.

Em todos os anos, T. brasiliensis foi a espécie mais coletada: 2012 (357), em Afrânio; 2014 (707), em Lagoa Grande; e 2013 (605), 2015 (299), 2016 (496) e 2017 (496), em Petrolina. Durante o período de estudo, T. brasiliensis apresentou a maior positividade em Petrolina, nos anos 2012 (19), 2013 (13), 2014 (11), 2015 (18) e 2017 (10) (Tabela 2).

P. lutzi apresentou as maiores taxas de infecção por cinco anos: em 2012, 100,0% em Dormentes; em 2013 e 2014, em Afrânio, com 100,0% e 60,0%, respectivamente; e em 2015 e 2017, 100,0% em Petrolina. No ano de 2013, T. pseudomaculata apresentou a maior taxa de infecção para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi em Orocó (100,0%). Em 2016, a maior taxa de infecção (12,5%) foi detectada em T. sordida em Petrolina, onde a espécie só não foi encontrada em 2012 (Tabela 2).

P. megistus foi registrada, em 2012, nos municípios de Dormentes, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista e, em 2014, nos municípios de Afrânio, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista. R. neglectus foi registrada somente no ano de 2016, em Afrânio (Tabela 2).

DISCUSSÃO

OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES DE TRIATOMÍNEOS

Todas as espécies identificadas no presente estudo já foram registradas em Pernambuco e são comumente encontradas em regiões semiáridas8,13,14,15,33,34,35. A maior diversidade de triatomíneos pode favorecer a transmissão do T. cruzi por aumentar a possibilidade da presença de espécies de importância epidemiológica36. Todas as espécies encontradas neste estudo também foram detectadas em dois municípios cearenses, Caririaçu e Jardim, os quais apresentam as mesmas características climáticas e fitogeográficas do bioma Caatinga35.

Silva et al.33 identificaram seis espécies de triatomíneos (T. brasiliensis, T. pseudomaculata, P. lutzi, Rhodnius nasutus, T. sordida e T. infestans) na VIII GERES, em 2006 e 2007, sendo que somente quatro delas foram detectadas neste estudo (T. brasiliensis, T. pseudomaculata, P. lutzi e T. sordida), mostrando uma importante modificação na dinâmica de transmissão da doença de Chagas, pós-controle de T. infestans, importante vetor do T. cruzi.

Espécimes de T. brasiliensis e T. pseudomaculata foram encontrados por Silva et al.34, em 2012, apenas em quatro municípios: Afrânio, Petrolina, Dormentes e Santa Maria da Boa Vista; enquanto, neste estudo, foram detectados em todos os municípios da VIII GERES, demonstrando a disseminação dessas espécies. Em relação à P. lutzi, neste estudo, foi coletada em todos os sete municípios do Sertão de São Francisco, mas Silva et al.34 só a encontraram em Afrânio, Dormentes e Santa Maria da Boa Vista. Do mesmo modo, no presente estudo, houve registro de P. megistus em Afrânio, Dormentes, Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, enquanto Silva et al.34 registraram a ocorrência dessa espécie apenas em Petrolina.

Tomando como base os estudos de Silva et al.33,34, percebe-se diferenças em relação à distribuição das espécies de triatomíneos nos municípios da VIII GERES. Durante o biênio 2006-2007, seis espécies foram registradas (T. brasiliensis, T. pseudomaculata, P. lutzi, R. nasutus, T. sordida e T. infestans)33; em 2012, três delas não foram encontradas (T. sordida, R. nasutus e T. infestans)34. Durante o período analisado da presente pesquisa, seis espécies foram registradas, sendo três mais frequentes (T. brasiliensis, T. pseudomaculata e P. lutzi), seguidas de T. sordida.

Ressalta-se que o Brasil recebeu, em 2006, o certificado de eliminação da transmissão do T. cruzi por T. infestans, após implementação de um programa de controle de vetores37, o qual teve significativo impacto nos indicadores entomológicos dessa espécie, podendo ser um dos fatores a afetar a diversidade de espécies.

Algumas espécies, como P. lutzi, T. brasiliensis e T. pseudomaculata, foram encontradas em todos os municípios da VIII GERES, sendo o relato de maior diversidade registrado para os municípios de Afrânio, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista. T. brasiliensis foi a espécie mais frequente, seguida por T. pseudomaculata e P. lutzi, o que também foi comprovado por Silva et al.33. Essas espécies também foram coletadas na região do Sertão de São Francisco, incluindo P. megistus, e no Agreste do estado, em 2013, com T. brasiliensis sendo a espécie mais abundante8,27.

Silva et al.34 não registraram a ocorrência de P. megistus e R. neglectus no município de Afrânio. Entretanto, T. brasiliensis foi a espécie mais frequente, o que também foi observado no presente estudo, permanecendo predominante.

No ano de 2012, Silva et al.34 não relataram a ocorrência de triatomíneos nos municípios de Cabrobó, Lagoa Grande e Orocó, resultados divergentes do presente estudo, sugerindo a hipótese de estar ocorrendo disseminação das espécies de triatomíneos na VIII GERES.

Em Petrolina, foram coletadas as espécies T. brasiliensis, T. pseudomaculata, P. megistus, T. sordida e P. lutzi, sendo que as duas últimas não foram registradas por Silva et al.34 nesse município. Por fim, em Santa Maria da Boa Vista, foram encontradas as espécies T. brasiliensis, T. pseudomaculata, P. lutzi, T. sordida, e P. megistus, com as duas últimas sem ocorrência no município no estudo de Silva et al.34.

Tendo como parâmetro os estudos realizados na mesma região por Silva et al.33,34, a flutuação da densidade pode ser observada nos diferentes municípios estudados. Uma das respostas para as mudanças na ocorrência das espécies, ao longo dos anos da presente pesquisa, se deve ao comportamento instável dos triatomíneos, principalmente em relação aos períodos secos e chuvosos38.

INFECÇÃO POR TRIPANOSOMATÍDEOS

No presente estudo, a taxa de infecção dos triatomíneos da VIII GERES foi de 2,0%, menor que a taxa do estado de Pernambuco no biênio 2006-200733 (9,8%) e em 201234 (21,3%). P. lutzi apresentou a maior taxa de positividade para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi (38,0%), que é considerada alta e já foi demonstrada por Silva et al.33,34, Ministério da Saúde39 e Vinhaes e Dias40, com taxas de infecção de 17,8%, 35,1%, 29,4% e 2,6%, respectivamente. Costa et al.35 também encontraram P. lutzi, porém não calcularam a taxa de infecção. Provavelmente, um dos motivos das altas taxas de infecção apresentadas pelo P. lutzi seja a sua ampla variedade de fontes alimentares: roedores, gambás, tatus, quatis, lagartos, anuros, aves, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos, gatos, cães e humanos41,42.

Neste estudo, T. brasiliensis foi o triatomíneo mais abundante, apresentando taxa de positividade de 1,7%. Essa espécie foi encontrada positiva para flagelados morfologicamente semelhantes a T. cruzi, com taxas de 6,5%33, 19,2%34, 2,7%39, 1,44%40 e 6,7%43. Todavia, Costa et al.35 não encontraram T. brasiliensis infectados nos municípios de Jardim e Caririaçu, no Ceará.

T. sordida apresentou a terceira maior taxa de infecção. Essa espécie já apresentou taxas de infecção relatadas em outros estudos: 0,8%39, 0,85%40, 2,3%43 e 5,5%44. Entretanto, nos estudos realizados por Silva et al.33,34 e Costa et al.35, não foi encontrada infectada.

T. pseudomaculata foi encontrada infectada em 0,9% dos exemplares coletados, valor abaixo do apresentado por outros estudos: 8,0%33, 13,1%34, 2,1%39, 1,29%40 e 1,7%43. Costa et al.35 também registraram espécimes positivos; contudo, a taxa de infecção não foi calculada.

A positividade de P. megistus nos estudos de Silva et al.33,34, Ministério da Saúde39, Vinhaes e Dias40 e Silveira43 contrasta com o resultado negativo encontrado no presente estudo, assim como no de Costa et al.35. De forma semelhante, espécimes de R. neglectus foram encontrados infectados nos estudos conduzidos por Silva et al.33, Ministério da Saúde39, Vinhaes e Dias40 e Silveira43, mas não foi o caso deste estudo nem no de Camargo et al.44.

Tendo em vista que foram encontrados triatomíneos positivos no presente estudo, é aconselhável que a população seja informada e sensibilizada para a manutenção das medidas de vigilância. Ressalta-se que os casos da doença de Chagas aguda no Brasil ocorrem, na sua maioria, em populações com um a nove anos de escolaridade7. Como condição crônica, a morbimortalidade sobressai nas populações mais vulneráveis do ponto de vista econômico e social45.

É importante ressaltar a necessidade da manutenção da vigilância entomológica nos municípios por meio das visitas domiciliares realizadas pelos ACE, visando à redução da infestação. Realizar melhorias nas habitações, como substituir folhas de palmeira dos telhados e coberturas, tapar frestas e rachaduras nas paredes, são medidas que visam a impossibilitar a formação de colônias de triatomíneos nos domicílios. O controle químico e a realização de ações de educação em saúde nas comunidades contribuem para a melhoria da condição de vida da população nos municípios com a presença do vetor transmissor da doença.

Como tratou-se de um estudo com dados secundários, não foi possível fazer um acompanhamento de pacientes diagnosticados com doença de Chagas nos municípios da VIII GERES, no período da presente pesquisa, bem como a realização de uma entrevista com os moradores que relataram a presença de triatomíneos em seus respectivos domicílios.

CONCLUSÃO

A maioria das espécies coletadas na VIII GERES de Pernambuco são comuns no bioma Caatinga. O presente estudo contribui com a vigilância em saúde, pelo fato de ter encontrado espécies positivas em todos os municípios do Sertão de São Francisco, sinalizando o risco de transmissão vetorial, com destaque para P. lutzi que apresentou a maior taxa de infecção para T. cruzi e os municípios de Dormentes e Petrolina que apresentaram as maiores taxas de positividade da VIII GERES.

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Como citar este artigo / How to cite this article: Silva LRS, Silva MBA, Oliveira GMA, Medeiros CA, Oliveira JB. Vigilância entomológica dos vetores da doença de Chagas nos municípios da VIII Gerência Regional de Saúde do estado de Pernambuco, Brasil, de 2012 a 2017. Rev Pan Amaz Saude. 2021;12:e202100858. Doi: http://dx.doi.org/10.5123/S2176-6223202100858

Recebido: 15 de Dezembro de 2020; Aceito: 04 de Julho de 2021

Correspondência / Correspondence: Luís Ricardo Soares da Silva. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Laboratório de Parasitologia. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n. Bairro: Dois Irmãos. CEP: 52171-900 - Recife, Pernambuco, Brasil. E-mail: 22luis.ricardo@gmail.com

CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declaram que não houve conflitos de interesse.

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Todos os autores cooperaram com a realização da pesquisa, análise e interpretação dos dados e com a redação do manuscrito. Declaram-se responsáveis pelo conteúdo total do artigo, garantindo sua precisão e integridade.

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